Aquele com o "eu quero terminar"

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S/n Caccini

— S/n, nós vamos nos atrasar! — revirei os olhos com a reclamação da Bruna. Acho que já era a décima vez que ela falava isso.

— Já estou indo, Marquezine. Só um minuto — peguei as alianças, que eu tenho carregado para todos os lugares aqui em Paris, porque vai que eu crio coragem e decido finalmente fazer o pedido, né? Nunca se sabe.

Ela me esperava em pé no meio do quarto, com o celular nas mãos e uma expressão um pouco irritada demais. Eu até pensei em fazer uma brincadeira, mas desisti de fazer porque é melhor não cutucar a onça. Ainda mais se eu for pensar em fazer o pedido hoje.

— Você me chamou de Marquezine? — me perguntou, levantando os olhos do celular, e me encarou como se eu tivesse a ofendido. Eu sorri e me aproximei dela.

— Era apenas uma brincando, querida. Você sabe que eu te amo — tirei o celular de suas mãos e o coloquei no bolso do meu blazer, junto com a caixinha das alianças, antes de deixar um beijo em sua bochecha — Pronta para irmos?

— Sim — ela sorriu e beijou meus lábios rapidamente para não borrar nada — Você está linda.

— Você também está — me afastei um pouco para analisá-la de verdade. Bruna estava usando um vestido preto extremamente colado ao seu corpo. Uma gostosa mesmo — A vista daquela torre ultrapassada vai ficar sem graça perto da vista da minha mulher.

— Boba — ela riu envergonhada e me deu um tapinha no braço — Vamos logo ou vamos nos atrasar.

Sempre com essa história de "vamos nos atrasar" — reclamei em um tom muito baixo, imitando a voz dela, mas ela ouviu e arqueou uma sobrancelha. Eu sorri, me inclinando para deixar um beijinho em sua bochecha, e fiz minha melhor cara de inocente — Estou brincando, amor.

— É bom você se manter quietinha e sem reclamar muito, porque eu não estou no clima para aguentar suas brincadeirinhas hoje — ela apertou minhas bochechas, sem realmente me machucar, e deixou um beijo rápido no biquinho que se formou nos meus lábios.

— Sem brincadeirinhas, entendi — balancei a cabeça, concordando com a dona quando ela me soltou, e vi seu sorriso satisfeito — Tem certeza de que não está esquecendo de nada?

— Acho que não — ela franziu as sobrancelhas e olhou ao redor, conferindo se tinha algo errado.

— Meu beijo, Bruna. Esse selinho não adianta nada.

— Vai borrar meu batom, amor — revirei os olhos e abri a porta do quarto do hotel, esperando que ela saísse primeiro — Prometo que depois que voltarmos eu te encho de beijos.

— Pode ter certeza de que eu vou cobrar essa sua promessa.

Ela riu e segurou minha mão enquanto eu trancava a porta do quarto. Entreguei a chave para a Bruna, que a guardou em sua bolsa, e acompanhei minha namorada até o carro que nos esperava em frente ao hotel. Nenhuma de nós queria dirigir, então eu mexi uns pauzinhos e arrumei um motorista para não precisarmos nos preocupar com isso.

O restaurante que Bruna escolheu foi o "La Suite Girafe", que tem uma vista muito boa da Torre Eiffel e também é um dos famosinhos da capital francesa e essas coisas bestas aí. Ela falou bem animada sobre ele e eu não queria deixá-la chateada, então não cortei o clima e a deixei falar sobre como queria jantar com a vista dessa torre que para mim não é nada demais com a Bruna na minha frente.

A vista da minha mulher com um sorriso enorme no rosto é a mais bonita do mundo. Sinto muito Torre Eiffel.

— E agora você nem sequer está me escutando — Bruna tinha um sorrisinho no canto dos lábios enquanto me encarava. Eu realmente não estava a escutando, mas foi só porque me perdi na beleza dessa mulher.

Não é como se a culpa fosse minha por ela ser tão bonita.

— Desculpe. Me perdi por um momento. Você quer repetir o que estava dizendo?

— Eu estava dizendo que você parece um pouco nervosa hoje. Está evitando me olhar nos olhos e, apesar de gostar muito quando você me analisa assim, isso não é normal quando estamos conversando — tentei disfarçar da melhor maneira possível de que isso me pegou de surpresa. Me esforcei ao máximo para não demonstrar que eu estava mesmo muito nervosa durante esses últimos dias, mas pelo que parece não adiantou muito — Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu — ela inclinou a cabeça, algo que ela faz quando está curiosa — Eu quero terminar.

— O quê? — segurei a risada com a sua confusão e ela me jogou o guardanapo que estava sobre a mesa quando percebeu que era uma brincadeira — Vai se foder. Sério.

— Não vou, amor. É você quem faz isso para mim — pisquei para ela e recebi um revirar de olhos como resposta — Falando sério agora, realmente tem algo acontecendo e eu não aguento mais manter isso só para mim, então preciso contar para você agora que criei coragem para fazer isso.

— Você está me assustando, S/n.

— Eu quero me casar com você, Bruna — falei de uma vez, porque tenho certeza de que perderia a coragem se me estendesse demais.

— Ok, isso é mais uma brincadeira — ela riu, mas parou quando viu que eu não estava rindo também.

— Não é brincadeira, Bru — tirei a caixinha das alianças de dentro do meu bolso e a deixei sobre a mesa, levando-a em direção a atriz — Abre.

— Eu juro que vou matar você se isso for uma brincadeira — ela apontou para mim e eu ergui os braços, me rendendo. Com um pouco de hesitação, ela abriu a caixinha e sua boca se abriu em um perfeito "O" quando viu as alianças ali dentro.

— Elas são bem reais, não são? — ela intercalou seu olhar entre mim e a caixinha, como se não acreditasse no que estava acontecendo. Levando em consideração que eu sou eu, se eu fosse ela, também teria dificuldade em acreditar.

Segurei sua mão livre e encarei seus olhos castanhos, que agora brilhavam por conta das lágrimas, e me segurei para não chorar também. Fazer isso é um pouco mais difícil do que eu pensei que seria.

— Eu não tinha ideia de como fazer o pedido, então estou fazendo-o bem aqui, nesse restaurante idiota e de frente para uma torre mais idiota ainda, mas o que vale é a intenção, né? E eu realmente tenho a intenção de me casar com você, se é o que quer saber — ela sorriu e olhou mais uma vez para a caixinha em suas mãos antes de voltar seu olhar para mim de novo — E você, Bruna Marquezine? Quer se casar comigo?

— Você... — ela murmurou, se virando para me encarar com os olhos brilhando — É claro que eu quero, amor.

Eu sorri e então peguei a aliança da Bruna, que era obviamente a mais bonita, e a coloquei no dedo anelar direito da minha noiva. Deixei um beijinho sobre o seu dedo e quase desabei também quando a vi chorar.

— Amor, não chora. As pessoas vão pensar que você não gosta de mim — ela riu e acertou um leve tapa no meu braço antes de pegar a aliança e colocá-la em meu dedo anelar direto.

— Eu te amo muito — ela segurou minhas mãos e deixou um beijinho sobre cada uma delas antes de se inclinar para beijar meus lábios — Muito. Muito. Muito. Muito. Mesmo que você seja uma idiota.

— Ei!


















n/a: boa tarde, queridos. 😘

brasil feminino na final das olimpíadas!!!!

Concorrência Acirrada [Bruna Marquezine] Social MediaOnde histórias criam vida. Descubra agora