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2002, março – Campo Grande
Seus lábios eram como raios solares no inverno, dava uma esperança de mudança, logo sentia o corpo se aquecer com cada toque dado e recebido, com Soraya tudo poderia ser mais aconchegante e tão diferente.
— Soraya. — A chamou após alguns minutos, sentindo-se observada, abriu apenas o olho esquerdo para poder a olhar.
Encontrou uma Soraya de cabelos bagunçados, com uma expressão sonolenta e olhos inchados do sono, seu ombros nus à mostra para quem encarasse, apenas a fina coberta cobria o resto do corpo.
— Simone.
A morena se virou para a encarar por completo, ainda não acreditando que aquela mulher era sua. Levou seu corpo de encontro ao dela, as mãos segurando a lateral do pescoço com apenas uma mão enquanto a outra retirava alguns fios do rosto da loira.
— Bom dia. — Deitou seu rosto na curva do pescoço, inalando o resquício de perfume floral, sabendo perfeitamente que Soraya não aceitava beijos pela manhã sem ter escovado os dentes.
— Bom dia, querida.
As peles em contato faziam os sorrisos tornarem-se cúmplice, os olhos negros encravam os castanhos claros em uma mistura de anseio e conforto.
— Você me deixou acabada. — Seu corpo cedeu, indo de encontro ao colchão, Soraya deitou-se sobre a mulher.
Soraya riu, também estava dolorida porém ver a morena, a temida professora Tebet, toda dolorida por causa de Soraya a fazia rir cada vez mais.
— Espero que no sentido bom. — Sussurrou, levando os lábios para o colo da mulher, os encaminhando por toda a pele nua.
— Sempre no sentido bom. — Abriu os olhos, encontrando a dona de seu corpo e coração com uma expressão sacana porém um olhar carinhoso.
Os lábios trilharam beijos até encontrar a boca da mulher, onde juntou ambas em um selar lento. As mãos de Simone seguraram, em reflexo, o rosto da mais nova. Utilizando de sua língua para aprofundar o beijo, o corpo ergueu ficando por cima da loira novamente.
— Você escovou os dentes. — Confirmou ao sentir o sabor da pasta de hortelã, misturando com seu gosto de indefinido.
— Sim. — Sussurrou já juntando os lábios, segurando os fios negros com ferocidade, invertendo as posições, Soraya sentiu no colo de Simone, colocando sua coxa de cada lado do corpo.
— Não quero sair daqui, não hoje.
Soraya depositava selinhos nos lábios a cada palavra proferida, não querendo desgrudar os lábios.
— Mas vai. A senhora tem muitas aulas para dar e eu para assistir.
Beijou uma última vez, mais profundamente, antes de se levantar da cama e sair em direção ao banheiro. O seu cheiro aflorado sendo deixado pelo ar, Soraya não se importava com vestimentas em frente à Simone, gostava de ser vista com aquela intensidade e desejo.
— Eu te amo.
Os pés de Soraya pararam, imediatamente, no piso de madeira, seu corpo virou para Simone com um espanto. Os olhos avelãs estavam abertos além do normal, a boca semi aberta em surpresa e o raciocínio parecia ilógico naquela situação.
— Si-simone…
— Eu te amo. — Simone repetiu como se aquelas palavras não acarretassem consequências tão graves.
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Destino: Simone & Soraya
Romance"O destino é entendido como uma sucessão inevitável de acontecimentos que estejam relacionados a uma ordem cósmica. Por isso, de acordo com essa ideia, ele é o responsável por conduzir a vida das pessoas de acordo com uma ordem natural, da qual nada...