Capítulo 11: Aceita uma dança?

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Logo cedo tudo já estava arrumado dentro da mochila do Homem-Aranha de Joui. Um pijama, uma troca de roupa, cuecas, roupas de banho, toalha... Tudo o que precisaria para um dia diferente, perto da praia, com os avós de seus amigos.

Joui estava tão animado que quase ia se esquecendo de pegar seu chinelo, que tinha como estampa seu herói favorito. Quando a campainha tocou, exatamente às 8:37, o pequeno abriu a porta cheio de animação, vendo Arthur com alegria correspondente. César estava animado também, mas ele não demonstrava tanto quanto os outros dois. Seu sono era maior.

Elizabeth se aproximou da porta e então, seus olhos puderam encontrar os de Thiago. A mulher sorriu e colocou as mãos sobre os ombros de seu sobrinho.

— Bom dia... — Thiago sorriu gentil. — Todos prontos?

— Sim! — As três crianças falaram em diferentes níveis de animação.

— Ótimo. Você quer ir comigo levá-los? — Thiago perguntou e Elizabeth negou com a cabeça.

— Quero fazer algumas coisas aqui em casa, quero começar logo... Espero que não se importe. — O homem negou. — Confio em você.

— Obrigado. Vamos meninos?

E com isso, os quatro entraram no elevador e desceram. Elizabeth fechou a própria porta e suspirou. Estava na hora de limpar sua casa. Ela não costumava fazer grandes faxinas, mas era o que fazia quando precisava organizar pensamentos, e se tinha algo que ela estava querendo fazer há algum tempo, era pensar.

Pegou os produtos que precisaria e começou pelo banheiro. Seu primeiro tópico foi o que mais estava a deixando sem dormir durante a noite.Tinha nome e sobrenome, e era Thiago Fritz.

Era uma adulta e os fatos deveriam ser colocados sobre a mesa. Estava começando a se apaixonar pelo homem e se perguntava o que acontecia depois disso. Sair para encontros, ter o sobrinho incluindo em passeios, namorar, sair com os meninos para se conectar com um lado maternal que estava escondido dentro de si, esperando uma oportunidade de dar as caras, e depois casar, e depois envelhecer. Era assim que funcionava nos filmes.

Falando em filmes, se perguntou por alguns momentos o que exatamente deveria ter como assuntos no encontro com Thiago. Ela tinha algum assunto interessante? Falar sobre trabalho era fora de questão. Essas coisas vinham naturalmente? Esperava muito que Thiago soubesse o que dizer, porque ela era péssima com isso.

Parte de si queria sair correndo e pulando, e outra parte queria só se encolher debaixo da saia de sua mãe. Não seria mais fácil? Ah, esse negócio de amor era muito complicado. Quer dizer... já poderia ser considerado amor? Não era muito cedo? Essas coisas tem tempo? O quanto era aceitável até que falasse um "eu te amo"? Provavelmente ela precisaria estar bêbada para isso. Muito bêbada. Definitivamente não seria a primeira a dizer. Estava decidida.

Mas algo em seu peito se apertou ao pensar em sair com Thiago naquela noite. Talvez fosse um pressentimento. Ou um medo passageiro de que seria mais um momento que poderia ser arruinado logo depois. As coisas estavam dando muito certo para eles, e isso a amedrontava. Até quando ficaria em posição de laerta, esperando o momento em que Thiago diria "acho que não vamos dar certo" ou "acho melhor cada um seguir o seu caminho" e tornar aqueles encontros da manhã, que eram tão alegres, um peso para os dois. Um clima desconfortável iria preencher o corredor, e teriam que começar a sair em horários diferentes, e talvez até combinassem horários para evitar aquele encontro ruim.

Mas ei, o que estava pensando? Sequer começaram nada e já estava pensando no fim? Bem que sua irmã disse que deveria se permitir amar. Por que precisava pensar tanto assim? Por que sempre estava esperando pelo pior? Por que, pelo menos dessa vez, as coisas não poderiam dar certo?

Vizinhos da Má Sorte [Lizago]Onde histórias criam vida. Descubra agora