XXXII

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Jake me puxa impedindo de eu pular o portão enquanto eu gritava pelo garoto na esperança que ele saísse de lá vivo o quanto antes, depois disso só consegui ver os clarões vermelho e azul chegarem e essa foi a minha última memória.
Por um momento a minha vida toda passou pelos meu olhos, é loucura pensar que me apaixonei por um garoto à poucos dias e o amo como se o tivesse conhecido a anos, agora vendo a imagem dele no chão jogando com machucado que prefiro nem descrever é de partir meu coração, talvez se eu tivesse percebido que sentíamos o mesmo um pelo outro antes as coisas seriam diferentes.

-Scar? -Meu irmão me balança

Eu estava vagando em minha mente novamente, estamos no hospital eu estou embrulhada em um cobertor tomando um chá de camomila, tremendo como uma vara verde.

-Está melhor agora? -Ele continua

Eu o olho e depois desviou o olhar.

-Como ele tá? -Responder

-Caso grave, infelizmente, os médicos disseram que não há muito oque fazer.

-E a Lyn? - Contínuo

-Está desacordada, os médicos disseram que a 35% de chance de sobreviver.

-O Noah deve estar abalado -Colocando a mão sobre o rosto -E os outros como estão?

-Finn, Donna, Noah, Riley e aquela garota Acho que se chama Kimberly só tiveram ferimentos leves nada grave.

Assim que ele termina de dizer aparece um homem na recepção correndo às pressas e dizendo desesperado queria ver seu sobrinho, eu olho para trás e vejo que era o senhor Alexandre o tio de Robin.
A enfermeira escreve algo no papel e cola no peito do mais velho como se fosse adesivo e eles vão para uma sala no fim do corredor.

-Eu preciso ir pra ver como os outros estão os outros, depois eu volto para ver como você está- ele dá um beijo em minha testa e sai andando pelo corredor.

Eu termino de beber o chá e jogo o copo no lixo, eu começo a andar mancando pelos corredores até que passo pela sala onde o tio de Robin estava, ele estava sentado na cadeira chorando e o garoto está com vestes brancas desacordado e o somada máquina de batimentos cardíacos ecoava pelo local.
Eu bato na porta, logo o homem limpa seu rosto e me olha.

-Scarlett? -E diz e eu aceno com a mão. -Como você está?

-Estou bem fisicamente... -Digo tentando não chorar

-Foi uma surpresa para todos isso ter acontecido -Ele diz e volta a olhar para o garoto e as lágrimas escorrem pelo seu rosto.

Eu vou até ele e o abraço.

-E-eu tentei impedi-lo - Digo com a voz de choro - M-mas ele preferiu se sacrificar por mim

O homem limpa seu rosto e diz:

-Ele sempre foi como o pai, prefere salvar quem ama do que a si mesmo.

-É admirável essa atitude dele.

-Sim, esse garoto sempre me deu orgulho.

Uma enfermeira bate na porta e chama Alexandre para preencher os papéis sobre o paciente me deixando sozinha com ele.
A porta se fecha e fico em silêncio por uns minutos, me aproximo dele, sua pele estava pálida pois havia perdido muito sangue.
Eu pego nas mãos do moreno e com os olhos cheios de lágrimas digo:

-Olha em que ponto chegamos Robin, nunca pensei que o garoto que mais implicava comigo no final daria sua vida por mim -Eu respiro fundo e continuo - Lamentar agora de não ter percebido isso antes não adiantaria de nada, eu fico pensando a cada minuto se eu tivesse ido em seu lugar as circunstâncias seriam diferentes, que tudo isso que aconteceu de certa forma eu tive culpa, pena que é impossível eu voltar no tempo, mas se fosse possível pode ter certeza que eu iria em seu lugar.
Minha lembrança mais feliz entre nós dois até esse tempo é de quando ficamos próximos, quando você me falou sobre seus pais, sobre sua vida, sobre seu sonho de se casar. -Dou uma pausa e sorriu ao lembrar- Foi a partir daquele momento eu vi que o que eu sentia por você era mais que ódio. Você sabe muito bem a raiva que me fazia passar mocinho.
Eu sinto que desde o começo era para gente estar junto, parecia que o destino nos atraia mas as vezes ele é bem irônico e coloca pessoas em nossas vidas para nos trazer aprendizado, e é como dizem almas gêmeas são destinadas a se conhecerem não ficarem juntas.
Agora nessa situação eu me sinto em um penhasco onde a queda é maior do que você possa imaginar, tudo isso aconteceu tão rápido que nem tive tempo de dizer meus sentimentos por você, mas onde quer que você esteja saiba que eu irei te guardar no coração e nunca deixarei de te amar, só lhe peço uma coisa...
Por favor não me deixe.

Eu limpo as lágrimas em meu rosto e me aproximo do garoto dando um selinho em seus lábios, depois eu me sento em uma das cadeiras perto da maca e coloco meu rosto no colchão ainda segurando a mão do mesmo, até que...
A máquina de batimentos cardíacos dá um último apito e dá ao garoto o estado de óbito, e então ele se foi me deixando sozinha nessa vida...

Continua...

Até a Próxima Vida Onde histórias criam vida. Descubra agora