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P.O.V'S S/N BAJI
Fuzilo Keisuke com o olhar, sentindo vontade de arrastar sua linda cara sobre o asfalto até que sua pele se misture com o chão e o sangue. Respiro fundo pressionando o gelo sobre minha queimadura na panturrilha.
Chifuyu estava sentado ao meu lado e Mikey estava no outro sofá, ao lado de Keisuke, ambos me encaravam preocupados, e eu retribuía ao olhar com ódio. Respiro fundo e então me levanto atraindo o olhar de ambos.
— Vou dormir, não quero ninguém indo me estressar. - Digo e por fim saio, sendo seguida por Cristal. - Rebanho de pau no cu...
— Também te amamos! - Gritaram em resposta, senti mais raiva ainda.
Fecho a porta do quarto após Cristal adentrar o cômodo e olho pra mesma, que desfila com o rabo erguido até minha cama e sobe se esfregando entre meus lençóis até chegar em meu travesseiro, então se deita ali de forma preguiçosa.
Um pequeno sorriso escapuliu por meus lábios ao vê-la assim, de alguma forma ela me acalma com uma facilidade imensa. Me disperso de meus pensamentos e sigo para o banheiro, jogo a bolsa de gelo sobre a pia e olho para meu reflexo no espelho, estou acabada.
Tomo um banho um pouco demorado, e em meio a água caindo sob minha cabeça, as lembranças inundam minha mente, os toques sobre meu corpo me fazem sentir um frio em minha barriga, que se revira em ansiedade, as borboletas se debatem em alegria. Ofego passando a mão sobre minha face e então abro meus olhos, é apenas minha imaginação.
Finalizo meu banho e visto uma roupa confortável para dormir, que é composta por uma camisa do Naruto bem grande e uma calcinha simples. Me deito ao lado de Cristal, apoiando minha cabeça sobre meu antebraço já que a querida tomou meu travesseiro, adormeço quase no mesmo instante.
°°°
Acordo sentindo alguém cair sobre mim, rolamos sobre a cama e ao chegar na beirada da cama, algum débil mental pulou por cima e então fomos de encontro ao chão. Resmungo de dor e empurro a cabeça de Chifuyu que bate contra a cama, empurro Keisuke pro lado e ele passa por cima de Cristal que havia caído junto, e quase mata minha gata.
— Cornos desgraçados.. não sabem me acordar como uma pessoa normal? - Reclamo a plenos pulmões indo pegar Cristal, que correu pra longe. - Putos..
— Acho que desloquei meu braço.. - Chifuyu choramingou, o encarei furiosa e então chutei o braço do mesmo que rolou para debaixo da cama. - Maldosa...
Mostro a língua pro mesmo que me dá o dedo do meio em resposta.
— Amassou meu cabelo...
Olho com minha melhor cara de julgamento pro moreno, e vejo o mesmo tentar arrumar os fios de cabelo com os dedos.
— Calma, comercial da pantene..
Se olhar matasse eu estaria mortinha nesse instante, estirada sobre o chão com vela preta e caixão. Sorrio fino e pego minha chinela, e então ambos arregalaram os olhos.
— Vocês quase mataram minha gata! - Esbravejo a segurando como se fosse um bebê, com minha mão livre aponto para porta com o chinelo e ambos se levantam em disparada. Quando Baji estava quase saindo, arremessei o chinelo acertando bem no meio de suas costas, o ouvi gritar e não me segurei, gargalhei alto perdendo a força nas pernas.
°°°
Assim que chego na escola dou de cara com um tumulto no estacionamento, minhas sobrancelhas se curvam e eu olho com o cenho franzido pro local. Ninguém merece uma praga dessa logo cedo.
Buzino sem paciência alguma e as pessoas vão saindo, na força do ódio estaciono minha moto e então desço, olho pro grupo de pessoas e então reviro meus olhos. Tento sair do meio deles, mas é em vão, afinal não estou mais com minha moto pra buzinar ou ameaçar passar por cima de alguém.
Quando ia quase conseguindo sair sinto dedos envolverem meu pulso, sou puxada para trás e sinto um braço envolver minha cintura e firmar o aperto ali, senti meu corpo estremecer o sentir um cheiro familiar. Olho de relance e meu olhar parou em Manjiro, que segurava minha cintura com firmeza, me impedindo de continuar meu percurso odioso até minha sala.
Draken parou ao nosso lado, e só aí vim reparar que esse tumulto é por causa deles, os líderes da gang Manji de Tokyo. Respiro fundo umas dez vezes até conseguir aproximar meus lábios do ouvido de Mikey.
— Me solte.. vou acabar me atrasando pra aula. - Sossurei roçando meus lábios sobre o lóbulo de sua orelha e o mesmo se arrepiou em resposta.
Se inclinou levemente sobre meu pescoço e então respondeu com um tom de voz rouco, que fez meu coração disparar automaticamente.
— E quemdisse que vocêvai para aula? - Indagou simples apertando minha cintura levemente. Ofeguei ao sentir seus dedos deslizarem pra dentro de minha blusa do uniforme. - Viemos te buscar pra passar o dia conosco, shunshine.
Não consegui contestar, os loiros me guiaram para nossas motos e então subiram, fiquei com cara de tacho ao lado de minha moto, enquanto o tumulto ia até eles. Consegui me soltar dos braços de Manjiro, o que não passou despercebido pelo mesmo.
Quando estava quase chegando em minha sala, o mesmo passou o braço por meus ombros e sorriu me encarando. Cínico do caralho.
— Sai diabo! - Bato em seu rosto e o mesmo resmunga. - Não vou filar aula pra vagabundar com vocês!
— Se fosse a Akira, ela iria com a gente. - Disse desviando o olhar.
O encaro indignada. Meu punho se moveu sozinho, eu juro.
Sinto meus dedos doerem com o impacto, Mikey recuou, e antes que pudesse se recuperar ergo minha perna e curvo meu joelho, em seguida esticou novamente acertando na boca do estômago do loiro, que levou as mãos até o local de imediato. Ele caiu sobre o chão acertando as costas na parede, o barulho de seu corpo se chocando contra o chão ecoou pelo corredor em um eco.
— Soca ela no olho do teu cu e sai voando! - Rebato em plenos pulmões, tomo fôlego e continuo. - Toma vergonha na cara seu rato de laboratório! Na próxima vez que você falar isso pode esquecer que me conhece, tamburete de formiga!
O encaro por uma última vez e então adentro minha sala, me assunto ao notar que todos que estavam aqui dentro nos observavam pela pequena janela que havia na porta. Ambos caíram pra trás de susto e eu apenas revirei meus olhos indo me sentar no lugar de sempre.
Sinto vontade de chorar, mas seguro as lágrimas com todo o ódio que tenho em meu coração. Ele é um babaca, irracional, não deveria estar me doendo por o mesmo ter dito essas bobagens, eu não deveria estar sentindo essa dor no peito.
