Capítulo quatorze

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P.O.V's S/N BAJI

Observo cada passo do mesmo, cada burrada, e cada lágrima que escapa por seus olhos em meio ao processo.

A faca perfurando sua barriga, sendo segurada por Kazutora, que parecia muito alterado, fora de si, maluco pra caralho, e seu olhar de dor ao fazer aquilo com o próprio amigo, o alvo dele não era o meu irmão, e sim Manjiro Sano.

O moreno foi burro, tolo, mas também não consigo julgá-lo, talvez eu fizesse o mesmo, entretanto se matar não está no meu nível de burrice. Suas mãos seguiram firme o cabo da faca e então forçou a lâmina contra a própria barriga novamente, sendo perfurado em outro local.

Não fraquejou uma vez se quer em meio ao processo, isso o torna uma pessoa forte e incrivelmente burra, ele poderia ter sobrevivido, e embora a richa entre a Valhalla e a Tokyo Manji aumentasse e talvez ocorresse mais mortes, o importante era ele sair vivo dessa.

Eu não consegui mover um músculo se quer, senti minha garganta secar e meu corpo paralisar em meio ao desespero, meu coração disparou espancando minha caixa torácica com forca. Todos estão perplexos, não esperavam por isso, e é por isso que meu irmão consegue se finalizar e então cair.

Todos correram para ajudá-lo, mas eu não, me manti no mesmo lugar observando o mesmo perder a vida aos poucos, ele me chamou, pediu para que eu fosse até ele, mas meu subconsciente não quis aceitar que ele realmente iria embora, pra sempre.

Me virei e então me forcei a correr, movi minhas pernas com força, mesmo com elas parecendo pesar toneladas. Corri, até não aguentar mais, até perder meu fôlego, até sentir minhas pernas clamarem arrego, até sentir que estava longe o suficiente do meu maior pesadelo.

Parada em frente a um porquinho que sempre ia com Keisuke, me sento em um balanço e lá fico, olhando para o chão, não conseguia chorar, só sentir uma dor no peito, como se várias lâminas afiadas adentrassem meu coração, e o perfurassem, rasgando e fazendo sangue jorrar.

A culpa disso tudo é do Mikey, meu irmão se sacrificou por ele e por essa gangue idiota, é tudo culpa dele, bem que o Kazutora havia me dito várias vezes, mas não quis acreditar, pois ainda o amo.

Ele destruiu nossas vidas, acabou com a vida do meu irmão, e mesmo ele sendo burro teria um futuro brilhante, ele destruiu a vida de todos nós, e o pior é que eu só soube fugir igual a uma coitada.

Talvez tenha sido por isso que fugi, isso já faz um ano, e eu não consegui retornar para Tokyo. Uma conhecida minha soube o que havia acontecido e sugeriu que eu fosse morar com ela no Brasil, bem, acabei aceitando por puro desespero, e naquela mesma noite fui embora, sem saber o que de fato havia acontecido depois que saí.

Não falei com ninguém, cortei laços e agora me encontro sozinha no mundo, ao lado de Shout Terano, ele me ajudou desde que coloquei os pés nesse lindo lugar. Mas, hoje seria o dia em que retornaria e enfrentaria meu pesadelo pessoal.

Caminhando ao lado do enorme homem, que mantinha a mão acima de meus ombros afim de me proteger não sei de quê, descemos do avião olhando ao redor e apreciando a paisagem.

— Olha, não é tão ruim quanto pensei que seria. - O loiro disse e riu me olhando, reviro meus olhos em resposta.

— Você calado é um poeta.. - Resmungo. - Irei visitar minha mãe, vai ir comigo?

— Nem chegamos direito, deveríamos aproveitar, não acha? - Nego imediatamente e o mesmo faz bico. - Chata. Vou com você sim, minha moto já deve tá chegando.

Apenas assinto.

Seguimos para saída do aeroporto, então avistamos um dos subordinados de Terano, que veio e lhe entregou a moto. O mesmo subiu e eu fui logo atrás, passando meus braços por sua barriga e me segurando.

O mesmo deu partida parecendo um maníaco fugindo do manicômio mais próximo, o fela da puta acelerou até o talo, e nem pra fazer curva desacelerava, puta que pariu.

Agarrei com toda a minha força seu corpo, e me prendi ali, perfurei sua pele com minhas unhas como se fosse um gato tentando não cair, a cada quebra mola eu subia e descia, batia minha bunda contra o acento da moto, e com certeza ficará dolorido mais tarde, bati minha cabeça contra suas costas, ficará um galo.

Após muito sofrimento, muita luta e resistência, o loiro finalmente estacionou a moto em frente a minha antiga casa, e eu agradeci aos deuses por isso. Odeio andar de moto com esse cavalo, mas enquanto não trouxerem minha moto terei que andar com essa praga ruim, Deus me proteja.

Assim que consegui me recompor, andei em direção a porta com o maior atrás de mim, deu algumas batidas na porta e então ouvi alguém gritar um "já vou desgraça", isso me deu a certeza de que era a Ryoko, mulher estressada.

Após alguns segundos, a pessoa que eu menos esperava que abriria essa porta, abriu, e ao me ver arregalou os olhos, pareciam que iam saltar para fora do corpo. Seus fios de cabelo negros continuavam grandes e bem hidratados, seu corpo se mantia em forma, mas agora, em seu abdômen e na lateral de sua cintura haviam cicatrizes das facadas.

Seu rosto não havia mudado muito, mas continuava muito bonito, suas presinhas estavam a mostra, o mesmo ficou boquiaberto ao me ver. Ao processar tudo, me permiti recuar.

— Não é possível... eu vi você morrer, você tava morto! - Gritei alterada recuando, o moreno tentou se aproximar, o que me fez entrar em pânico. - Não se aproxima de mim! Sai!

— Calma... - Terano me segurou, e aí eu entrei em desespero, Baji começou a se aproximar, me debati, gritei, mas de nada adiantava, o mesmo me envolveu em um abraço apertado, mas não consegui retribuir, o pavor me dominou. - Eu tô vivo, não morri naquele dia..

— Me ajuda! - Chorei baixo. - Eu.. eu não queria ter ido embora... Baji!

— Eu tô aqui com você, pode chorar. - Foi o auge para mim, desabei em lágrimas e então retribui ao abraço. - Te amo, maninha.

Continua...
Até o próximo capítulo!

𝐅𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝'𝐬?  |𝗠𝗮𝗻𝗷𝗶𝗿𝗼 𝗦𝗮𝗻𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora