Capítulo cinco

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P.O.V's S/N BAJI

Decepção era o que me matava no momento, ainda estou no hospital, o que não me agrada nenhum pouco.

Abraçada aos meus joelhos sinto as lágrimas caírem molhando meu colo, respiro fundo tentando conter-lás, mas é em vão. Choro igual a uma criança, os meus soluços ecoam pelo cômodo como um eco e retornam aos meus tímpanos, me atormentando.

Não sei quanto tempo tem que Mikey saiu, só sei que desde então estou chorando, fiquei sem chão, sempre fui apaixonada por ele, porém, nunca tomei iniciativa por medo de levar um fora. Estou confusa em relação a ele, o mesmo sempre foi atrevido comigo, mas nunca havia me beijado, e logo quando o faz, me diz que somos apenas amigos, isso me dilacerou por dentro.

Meu peito dói, como o inferno.

Ninguém veio me ver até agora, e de acordo com o que entendi, estou aqui há um dia. De certa forma acho bom que ninguém venha, estou mal com tudo isso, e não me esqueci do que ambos fizeram.

Puxo o ar lentamente controlando minhas lágrimas, limpo minha face e me levanto. Olho para o pequeno sofá que havia ali e vejo minhas roupa, pego e me troco, tirando a roupa de hospital e a colocando dobrada sobre o sofá.

Saio daquele pequeno cômodo e ando pelos corredores frios do hospital, passo despercebida pela recepção e então acelero meus passos, pretendo já estar em casa quando notarem que sumi. Acabo correndo pra chegar mais rápido, porém, me arrependi de ter chegado logo, não gostei nenhum pouco da cena que vi.

Akira saia junto de Baji e Chifuyu, o loiro estava emburrado enquanto os dois riam de alguma coisa. Fechei a cara de imediato, mas não recuei nenhuma vez se quer.

Me aproximo após respirar fundo e ao me verem parecem não acreditar, Chifuyu correu até mim e me abraçou com força quase me derrubando, em seguida agarrou minha cintura me rodando sobre o ar, gargalho junto do mesmo e abraço seu pescoço.

— Porra mulher! Você quase me matou de preocupação! - Disse e beijou o topo de minha cabeça. - Tá se sentindo bem? Quando levou alta? Aquela porcaria de hospital não nos avisou de merda nenhuma! Vou processar aquele buraco.

— Calma Fuyu. - Sorrio aproveitando o abraço. - Depois te conto.

— Gatinha, tá se sentindo bem? - Baji se aproximou me roubando dos braços de Chifuyu, que o encarou indignado. - Desculpa não ter ficado com você lá, eu vim pra tomar um banho e comer, Manjiro ficou lá contigo.

— Tô sim.. - Sorrio fraco e o mesmo me encara desconfiado. - Vou lá tomar um banho e relaxar..

— Depois teremos uma conversa. - Assenti e o mesmo beijou minha testa. - Vai lá.

°°°

— Sobre o que você queria conversar? - Me sento ao lado do moreno que estava deitado com Cristal em seu colo.

— Você fugiu do hospital. - Disse sem enrolação e eu assenti simples. - O que o Mikey fez? Tá com uma cara de choro, e triste.

— Nada, só tô cansada mesmo. - Dou de ombros sem ter mais lágrimas pra chorar. - Enfim, o que aqueles caras queriam comigo?

— Alguém mandou eles virem te buscar, não descobrimos quem foi o mandante, e eles também não quiseram falar mesmo levando umas porradas. - Suspirou irritado. - Tem certeza de que está bem? Os médicos disseram que você quase quebrou duas costelas..

— Tô sim, relaxa. - Sorrio. - Não vai me contar o motivo pelo qual recorreram para Akira.

O mesmo engoliu o seco desviando o olhar e eu suspirei irritada.

— Olha, é difícil de te explicar.. - Balbuciou acariciando a cabeça de Cristal, que se estressou e mordeu a mão do mesmo. - Puxou a dona.

— Pois explique.. quero muito saber qual foi a motivação pra isso, mesmo sabendo do que ela fez comigo. - Aumentei o tom de voz, sem conseguir me conter.

— S/n..

— Keisuke, se você não falar, irei perguntar ao Mikey. - O mesmo suspirou. - Certo.

Me levanto furiosa e Cristal vem atrás de mim, pego a chave de minha moto e meu capacete, pelo menos levaram minha bebê pra concertar. Sorrio analisando o veículo.

Monto na moto e ligo acelerando sem sair do lugar, em seguida saio cantando pneu, ouço Baji me chamar, mas ignoro. Vou atrás do Draken, o Mikey que se foda.

Paro em frente ao puteiro e desligo minha moto, adentro o estabelecimento e sou bem recebida pelas mulheres que trabalham aqui, já estão acostumadas comigo, venho aqui sempre para ver o Draken. Perguntei pelo mesmo e me disseram que estava consertando uma lâmpada no último quarto do corredor, assenti e fui até lá.

Bati de leve na porta e ouvi um "entra" meio baixo, segurei a maçaneta e a girei abrindo a porta, adentro o cômodo e vejo Draken em cima de um banco, sorrio.

— S/n? Quando caralhos você recebeu alta? Era pra ter me avisado que eu ia lá te buscar carai. - Disse animado e desceu do banco vindo até mim, em seguida me abraçou delicadamente, como se eu fosse quebrar.

— Decidi fazer uma surpresa. - Sorrio retribuindo ao abraço. - Quer ajuda pra consertar isso?

— Já tô acabando. - Se afastou. - Senta aí que quando eu acabar converso contigo direito.

— Eu vim aqui pra tirar uma dúvida..  - O mesmo me olhou de relance e suspirou.

— É sobre ela.. né? - Assinto e o mesmo resmungou um xingamento. - Fale.

— Por que?

— Olha, eu não sei bem o porquê do Mikey ter decidido isso. - Confessou passando a fita sobre o fio descascado. - Mas, venho a crer que eles estão juntos.

— Por isso o Keisuke não quis me contar.. - Murmuro baixo, passando a mão por minha face. - Eu já deveria ter desconfiado. Valeu por ter sido sincero comigo, Kenzinho.

— Apelido escroto. - Reclamou terminando o trabalho. - Quer jogar videogame?

— Bora! - Me animo na hora e o mesmo ri me chamando. - Você vai perder feio!

— Vou fingir que acredito. - O encaro indignada.

Passei a tarde toda com o Draken, jogamos videogame, uno e pedimos comida. No fim da noite o mesmo sugeriu que eu dormisse lá, que não seria a primeira vez e nem última, apenas aceitei, não estava afim de ver mais ninguém.

Deito minha cabeça sobre seu peito e me permito relaxar, sentindo seus dedos acariciarem meus fios de cabelo, uma massagem boa.

— Boa noite, Draken.

— Boa noite, estressadinha.

Continua...
Até o próximo capítulo!

𝐅𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝'𝐬?  |𝗠𝗮𝗻𝗷𝗶𝗿𝗼 𝗦𝗮𝗻𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora