Capítulo 23

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Eu esperava por Ryder dentro daquele pequeno, escuro e assombrado porão

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Eu esperava por Ryder dentro daquele pequeno, escuro e assombrado porão. O cheiro era quase insuportável, dominando minhas narinas. Era o mesmo odor que senti quando J me enviou aquele "presente" de aniversário. A lembrança faz meu estômago se revirar.

Meus olhos tentam se adaptar à escuridão, e, com dificuldade, consigo avistar uma mesa repleta de objetos cortantes, ameaçadores. A luz fraca distorcia tudo, e eu não sabia ao certo se aquilo era real ou apenas um pesadelo. Mas ao ver aquelas lâminas, minha mente começa a girar: era ali que Ryder tirava a vida de alguém? Ali ele os torturava?

Um calafrio me percorre, e logo sou atingida por uma tontura forte, um enjoo que toma conta de todo o meu ser. O pensamento de estar naquele lugar, sem saber o que havia acontecido ou quem havia sofrido ali, me assombra. Eu nunca quis estar em um local assim.

Minhas mãos começam a suar, meu coração acelera, e a náusea se intensifica, trazendo uma dor à minha cabeça. Passo minhas mãos acorrentadas pela testa, tentando me acalmar, mas o alívio não vem. A saliva começa a se acumular em minha boca, com um gosto amargo. Meus músculos abdominais se contraem, e eu não consigo mais segurar.

Eu vomito.

O pouco de pipoca e água que comi no dia anterior sai com força, espalhando o fedor ainda mais. O ambiente, já insuportável, se transforma em um verdadeiro pesadelo. O cheiro de comida podre mistura-se ao vômito fresco.

Com a blusa, limpo minha boca trêmula, mas a sensação de sujeira me domina. Meu corpo pesa como se estivesse sendo esmagado. Incapaz de continuar sentada, me deito no chão imundo, tentando escapar, mesmo que por um momento, da realidade.

Fecho os olhos, desejando esquecer tudo. Minha vida virou de cabeça para baixo de maneiras que jamais imaginei, algumas vezes de forma boa, mas tantas outras de forma terrível. O que teria sido de mim se Ryder não tivesse essa obsessão por mim? Se eu tivesse continuado a viver minha vida como antes?

Me perco nesses pensamentos. Como seria a minha vida se eu nunca tivesse saído da minha antiga casa? Eu ainda seria o alvo fácil de bullying? E minha mãe... talvez ela ainda estivesse viva se não tivesse sido esfaqueada. Quem ela seria agora? Quem eu seria?

As perguntas me cercam como sombras, e eu afundo mais profundamente nesse abismo, sem saber se algum dia encontrarei a saída.

— Bea. — Ouço uma voz grave e sinto alguém sacudir meu corpo. — Beatrice!

Meus olhos se abrem de repente, tentando focar no que estava ao meu redor. Uma pequena lanterna lançava uma luz fraca no ambiente, revelando uma bandeja com comida ao lado e Ryder, ajoelhado, tentando me despertar.

— O que aconteceu? — Ele pergunta, a preocupação evidente em sua voz.

— Esse cheiro... — murmuro, ainda tonta, lutando contra a náusea.

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