Mark estava sentado no canto mais escuro do bar, um copo de whisky na mão. As luzes fracas e a música suave criavam um ambiente quase sombrio, refletindo seu estado de espírito. Ele vinha ali frequentemente desde que tudo desmoronou, tentando afogar a culpa e o arrependimento que o perseguiam. Cada gole parecia ser uma tentativa desesperada de esquecer, de silenciar as vozes em sua cabeça que repetiam o nome de Laura.
Charlotte, por sua vez, havia terminado um dia exaustivo de trabalho. A investigação sobre o massacre a deixava cada vez mais perplexa e frustrada. Decidiu que precisava relaxar, esquecer por um momento as tragédias que investigava. Entrou no bar e sentiu o ambiente envolvente e melancólico, exatamente o que precisava.
Ela se dirigiu ao balcão e pediu um martini, observando as poucas pessoas ao seu redor. Foi quando o viu, Mark, sozinho e visivelmente perturbado. Por um momento, hesitou, mas a curiosidade e a sensação de que ele precisava de alguém para conversar a impulsionaram a se aproximar.
"Posso me sentar?" perguntou Charlotte, segurando seu copo.
Mark levantou os olhos, reconhecendo-a imediatamente. "Claro," respondeu ele, sua voz carregada de cansaço e amargura.
Charlotte sentou-se ao lado dele, tomando um gole de seu drink. "Você vem aqui com frequência?" perguntou, tentando iniciar uma conversa.
Mark deu de ombros. "Mais do que deveria."
"Às vezes, todos precisamos de um lugar para fugir," comentou Charlotte, observando-o. "Parece que você tem muito em mente."
Mark riu, um som sem humor. "Você não faz ideia.""Talvez eu não faça," admitiu ela. "Mas estou disposta a ouvir, se você quiser falar."
Ele ficou em silêncio por um momento, olhando fixamente para o líquido âmbar em seu copo. "Não sei se falar vai mudar alguma coisa," disse finalmente. "Mas talvez você esteja certa. Talvez eu precise de alguém para ouvir."
E assim, entre goles de whisky e martini, Mark começou a contar sua história. Não tudo, apenas fragmentos, mas o suficiente para que Charlotte percebesse a profundidade de sua dor e o peso de seu arrependimento. Ela ouviu atentamente, compreendendo que por trás da frieza havia um homem devastado por suas próprias ações.
A noite avançou, e as luzes do bar pareceram diminuir ainda mais. A música continuava, uma melodia triste que acompanhava suas palavras. No final, Charlotte sabia que aquela era apenas o início de uma longa e complicada jornada, tanto para Mark quanto para ela.
Mark acenou para o garçom, pedindo mais uma dose de whisky. Charlotte, percebendo que ele já estava visivelmente embriagado, interveio, colocando uma mão suave sobre o braço dele.
"Mark, acho que você já bebeu o suficiente por hoje," disse ela, sua voz calma mas firme.
Mark olhou para ela, seus olhos vidrados pelo álcool. Ele se levantou lentamente, cambaleando ligeiramente, e se aproximou de Charlotte. A proximidade repentina fez seu coração disparar, e ela corou intensamente.
"Quem é você para me dizer o que fazer?" murmurou ele, sua voz baixa e carregada de emoção. "Você não entende nada sobre o que eu passei."
Charlotte manteve o olhar firme, apesar da intensidade do momento. "Talvez eu não entenda tudo, mas quero ajudar. Afogar sua dor em álcool não vai mudar o que aconteceu."
Mark parou por um momento, suas emoções conflitantes visíveis em seu rosto. Ele deu um passo para trás, tentando se recompor. "Talvez você esteja certa," admitiu ele, sua voz mais suave. "Mas não sei como lidar com isso de outra forma."
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Da Destruição Ao Amor
Gizem / GerilimEm "Da Destruição Ao Amor", acompanhamos a tumultuada jornada de Mark Edward Denovan, um homem consumido pela dor e pela vingança após a trágica perda de sua amada, Laura Elizabeth Hart. Marcado por um passado de sofrimento e desilusão, Mark decide...