GUARDIÕES: Chamas da justiça

Capítulo 17

   No dia em que tudo ocorreu, Anthony Day-Lions era apenas uma doce criança inocente. Ele não fazia a mínima ideia de como ao menos se deve der sozinho dos seres covardes que o atormentavam apenas pelo fato de sua beleza ser algo tão divino. Todos tinham inveja de sua aparência e mais raiva ainda por conta dele nunca ter se importado para tal coisa. O garoto de aparência física surreal sempre escolheu julgar mais as pessoas por suas personalidades do que por fora. Ele realmente não se importava se as pessoas eram magras, gordas, negras ou nativas, ele só se importava com o caráter e sempre fez de tudo para tratar todas muito bem. Talvez esse tenha sido seu erro. 

   Por tratar todos com respeito e carinho, Anthony, mesmo sendo de linhagens importantes e tendo uma mãe muito conhecida como uma excelente advogada, aqueles que queriam seu mal o viam como um alvo muito fácil, o que eles não estavam errados. 

   Anthony sempre foi muito inocente e seus pais pessoas muito ocupadas, ou seja, não existia ninguém que pudesse fazer algo por ele, o que dava o total livre arbítrio para aqueles que desejavam se aproveitar disso. 

   Apenas pelo fato de ser o mais belo dentro todas as crianças, Anthony estava sempre atraindo aqueles que queriam feri-lo, o que ele realmente não sabia o porquê, visto que seu irmão sempre foi tão bonito quanto ele e era o garoto mais popular de todas as cidades em que eles já viveram quando mais novos, e ainda continuava sendo o mais popular de toda a Universidade de Harvard em que estudava. 

   Andrew, ou Andy, como costumavam chamá-lo, sempre foi o típico garoto popular. Ele costumava ser muito bonito, alto, forte, estudioso e atleta. Todas as garotas e garotos não resistiam ao seu encantador charme. E mesmo que ele não fosse do tipo festeiro nem nada do tipo, todos não se cansavam de o chamar para festas e baladas na esperança de algum dia ele aceitar. Inclusive até ocorreu uma vez em que uma garota doida saiu anunciando para todos que estava grávida dele, sendo que na verdade era de um cara qualquer que ela tinha conhecido em uma balada. 

   E enquanto Andy era amado por tudo e todos. Tony, mesmo que fosse a cópia exata de seu irmão, ao contrário de Andy, tendia a ser muito odiado por tudo e todos que o rodeavam, sempre sendo visto como uma aberração mesmo pelas pessoas que ele nunca chegou a conhecer. 

   — Mas me explica uma coisa... — o ódio o garoto sentirá naquele momento chegava a ser tanto que sua voz falhava — Se você é a deusa do amor e que atrai todos aqueles que deseja, por que todos sempre me odiaram? 

   — Tony... E você acha que eu não sou odiada? — Afrodite não tinha em mente ao certo o que deveria dizer, todavia, ela não poderia permitir que alguém tão bonito quanto seu neto se odiasse tanto — Você acha que a deusa mais bela de todas não tem inimigos? Vamos lá, você acha mesmo que Hera, que se intitulava a mais bela de todas, não tem raiva de mim? Ou então Hefesto? O fato de eu ser a mais bela de todas fez com que eu fosse vendida para Hefesto, além de ter sido violada pelo mesmo. Às vezes despertar o lado sexual das pessoas ou dos deuses não é muito bom. 

   — Mas por que só seu? Andy é muito mais bonito do que eu e nunca passou por nada disso. Ele é sempre bonito e popular. — indagou. 

   — Não seja por isso. — disse Sera — Não se lembra do dia em que quebraram o braço do Andy na escola? 

   — É sério que você quer falar da porra de um braço? — a revolta em seu olhar deixava claro o seu ódio ardente — Cortaram o meu rosto com uma navalha em brasa e o seu irmão me estuprou quando eu tinha cinco anos! É sério que você quer falar da merda de um braço quebrado?! 

   Sera ficou em silêncio. 

   A parte do corte no rosto ela tinha total consciência, mas ela nunca imaginou que algo assim teria acontecido com seu filho, é muito menos que seu próprio irmão teria feito isso com uma criança. Ela até sabia que ele era um pervertido, tanto que ele dorme com uma mulher por noite, porém ela jamais teria em sua cabeça que ele seria um monstro como esse.