capitulo 10: câncer

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Minha mãe estava em pé na frente da cama que eu estava deitado, ela tinha um ar diferente, deve ser por conta do hospital.

- filho a gnt precisa contar uma coisa não muito legal pra vc, mas preciso que vc seja forte - ela falava comigo como se eu fosse uma criança, alex segurou minha mão mais forte.

- o que foi? Foram os exames?

- sim meu amor foi.

- e? O que foi?

-filho vc tem câncer, câncer de pulmão.

Eu não escutei mais nada, olhei Para bea esperando que seja mentira, olhei Para alex e esperei a mesma coisa, apertei a mão dele com força e joguei a cabeça pra trás.

- tá entrando em um estágio avançado, e vc vai ter que retirar o tumor as presas.

- eu vou morrer?

- não, vc não vai morrer.

Alex falou exaltado do meu lado, Minha mãe e bea trocaram um olhar. Estava tudo dando certo, eu e alex estamos morando juntos e o país me aceitou, estava tudo bem, tudo bem.

Eu vou acabar morrendo, que nem meu pai, eu não quero isso. Tudo estava tão silencioso que estava me matando, alex não falou nada depois disso, minha mãe se sentou do lado de bea e as duas tbm ficaram quietas.

Quanto tempo leva para isso estar estampado nas revistas, quanto tempo leva pra todo mundo sentir dó de mim e achar que eu sou de vidro, quanto tempo?

Olhei Para alex, eu literalmente estou sendo um peso na vida dele, ele  foi tirado do armário por causa de mim, algumas pessoas xingam ele até hj por estar comigo, ainda tem a maldita da depressão que ele na maioria das vezes tem que deixar tudo para cuidar de mim, por que viro um idiota que não consegue nem se mexer ou quando tenho ataques de pânico que não consigo me acalmar, e agora isso, câncer, eu não quero que ele veja o que eu vi, não quero ser um peso mesmo eu sabendo que eu já sou.

Me encolhi na cama e senti o pânico crescer,  meu peito apertar e a sentir calor.

- ei tá tudo bem, tá tudo bem -alex falou fazendo carinho no meu rosto.

Não tá tudo bem, não tá tudo bem, não tá tudo bem.

Senti uma dificuldade enorme em respirar e minha garganta seca.

- henry respira, respira - ele falava perto do meu ouvido enquanto minha mãe levantava minha cabeça, senti um aperto no peito.

- alex...- eu segurava a mão dele com força. -eu não quero, não quero morrer pfvr.

- vc não vai morrer, me escuta, vc não vai, calma - a voz dele estava chorosa.

Eles chamaram o doutor e alguns enfermeiros.

- vamos seda-lo, para ver se ele se acalma - eles chegaram mais perto da cama - senhor claremont-Diaz vc pode se afastar.- segurei ele com mais força.

- tudo bem, eu não vou a lugar nenhum, eu tô aqui do seu lado.

- Senhor claremont - eu não vi o rosto de alex, mas senti a cabeça dele se afastando do meu ouvido.

- Porra não dá pra fazer isso comigo aqui?

Minha mãe foi Para o lado em que alex estava e o segurou pelo ombro e falou alguma coisa no seu ouvido.

Alex se afastou, ele se afastou. O médico e os enfermeiros ficaram em volta da cama e senti alguém segurar meus braços e a agulha perfurar minha pele.

- Mãe...- eu chamei querendo alguma mão para segurar, era só isso que eu queria. - bea..

A última coisa que vi foi alex sentado no sofá com as mãos na cabeça e minha mãe do seu lado.

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