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Os roncos cansados acordam Rafael. Ele abre lentamente os olhos enquanto vira para o lado, ficando de frente para o rosto de Filipe. O moreno se afasta, as costas batem no peitoral forte da Daniel. Rafael congela, sentindo as mãos do mais velho segurando firmemente em sua cintura, impedindo que se afaste.

Rafael bate as mãos no rosto, tentando acordar daquele sonho, mas não consegue, pois era a realidade. 'Eu fiz sexo com eles?! Os dois ao mesmo tempo?', Rafael pensa analisando o corpo com marcas roxas de chupões e mordidas. O moreno geme baixo tentando se afastar do aperto na cintura.

Daniel se mexe, ele abre os olhos lentamente, a expressão facial calma se transforma em uma careta de desgosto. Rafael vira, ficando de frente para Daniel. — Você já acorda com essa cara… — Rafael brinca rindo baixo, ele abaixa a cabeça, esperando Daniel se afastar. O mais velho zomba voltando a fechar os olhos, imaginando que fosse um pesadelo. — Não é um sonho, Daniel...transamos ontem de noite...

— Cala a boca, eu sei...estou tentando apagar da mente essa memória horrível. — Daniel retruca apertando os olhos, as bochechas levemente coradas ao se lembrar dos gemidos altos de Rafael. O mais velho resmungou abrindo os olhos, ele olha nos olhos castanhos do moreno.

— Já é, não vamos contar para ninguém isso, Dan.

— Não, com certeza vamos manter isso em segredo, meu

Os dois permanecem calados por alguns minutos, pensando em como poderão iniciar uma conversa normalmente depois daquela noite. Rafael olha para Daniel esfregar as mãos no rosto. — Então...você...vai trabalhar hoje? — O moreno perguntou desviando o olhar para o teto do quarto, as bochechas coradas. A mente lhe torturando com as cenas da noite anterior.

— Vou… — Daniel responde com as mãos no rosto, os batimentos cardíacos acelerados. Ele respira fundo tentando regular a respiração acelerada. Rafael vira a cabeça para o lado, encarando Filipe dormindo tranquilamente, os roncos suaves saindo da boca aberta. Rafael sorri, ele toca no rosto do rapaz e acaricia lentamente, os dedos sentem a pele grudando de suor.

O barulho da buzina do carro assusta os dois rapazes. Daniel senta na cama segurando o lençol verde, ele revira os olhos sabendo que devia ser Bruno. Filipe abre os olhos lentamente, acordando do sono. Ele sorri para Rafael e dá um selinho nele.

— Bom dia, meu príncipe...como dormiu? — Filipe pergunta com um sorriso encantador. Rafael ri baixo esfregando o nariz no nariz do rapaz, o sorriso cresce vendo o quão amoroso Filipe é com ele. O completo oposto de Daniel. O rapaz ri e desvia o olhar para Daniel, que encarava a cena com desprezo e inveja. — Bom dia, Bolacha! Como dormiu?.

— Não enche meu saco que não acordei bem hoje. — Daniel resmungou levantando da cama, ele estica os braços e boceja alto.

— E desde quando você acorda de bom humor? — Rafael brinca olhando por cima do ombro para Daniel, os olhos vagueiam para o corpo nu do mais velho. Daniel vira, os olhos com um brilho de raiva. Filipe ri baixo puxando pela cintura Rafael, para que ficasse mais perto dele.

— Moleque, você tem sorte que minha arma está em casa. Ou você já era. — Daniel ameaça enquanto se afasta da cama. Ele se aproxima da janela do quarto, destrava a tranca e abre. Os raios solares entram no quarto pela janela aberta, junto com o vento frio da manhã. Daniel olha para baixo vendo Bruno encostado no capô do carro. O carioca levanta a cabeça e abre um sorriso largo. — Vai tomar no cu, Bruno! Toca essa porra de novo que faço você jogar pessoalmente no Vasco.

— Bom dia, Bolacha! Acordou de bom humor, primo?! — Bruno ri baixo se divertindo com o humor agressivo do amigo. Daniel se afasta da janela e caminha pelo quarto procurando a cueca.

— Credo...como alguém pode ser tão mal-humorado? — Rafael sussurrou balançando a cabeça, descontente com o humor do mais velho. Filipe senta na cama e passa a mão no cabelo bagunçado, ele ri baixo encarando Daniel pegar a cueca. O mais velho sai do quarto, possivelmente indo tomar banho.

— Está sentindo dor? Você pode ficar aqui em casa, passo na sua tia e falo que você decidiu dormir em casa e que vai voltar de tarde. — Filipe fala acariciando por cima do lençol, a coxa de Rafael. O moreno senta na cama e acena com a cabeça, os mamilos com marcas roxas de mordidas e chupões. — Desculpa...acho que exageramos.

— Até que foi bom...eu gostei...está ouvindo, Daniel? Eu gostei! — Rafael grita provocando o mais velho. O moreno sorri sabendo que o mesmo não ouviu por conta do barulho do chuveiro. Rafael fecha os olhos e deita na cama.

— Vocês dois estavam se beijando muito ontem...até fiquei com inveja. Você está começando a gostar dele, né Rafinha? — Filipe perguntou levantando da cama, ele se aproxima da janela e olha para Bruno encostado no carro. — Já vou, RJ! Só vou tomar um banho primeiro.

Bruno levanta a cabeça e abre um sorriso pervertido. — Foi tão bom assim a foda de vocês? Como está o Rafinha? Sentou muito? — Bruno perguntou rindo alto, as perguntas de duplo sentido faz Rafael abrir os olhos. — Ou ele preferiu ficar na mamadeira mesmo?

Rafael levanta da cama, ele caminha lentamente até a janela, a cintura e a bunda doendo. O moreno inclina-se na janela e mostra o dedo do meio para Bruno. O carioca levanta a blusa cinza, mostrando a arma na cintura. — Ele é igual o Daniel… — Rafael sussurra.

Filipe se afasta, dando alguns passos para trás. Bruno saca a arma da cintura e aponta para Rafael. — Ele é diferente, Rafinha...peça desculpas. — Filipe exige olhando preocupado para Rafael. O moreno revira os olhos e nega com a cabeça. Bruno puxa o gatilho.

A bala sai do cano da arma e atinge a parede ao lado da janela, assustando Rafael que grita de susto. O moreno perde o equilíbrio e cai no chão, batendo as costas na cama. Filipe ajoelha-se no chão, ele toca nas coxas do menor e acaricia. — Tá com medo, tchutchuca?! — A risada alta de Bruno arrepia a pele de Rafael.

— Ele é pior! Ele é louco! — Rafael exclama tremendo de medo, ele havia visto sua vida passar diante de seus olhos. Daniel entra no quarto vestido com suas roupas. Ele levanta uma sobrancelha para Rafael no chão tremendo.

— O que houve? — Daniel pergunta tentando não mostrar que estava preocupado. Filipe segura nas mãos de Rafael e o ajuda a levantar.

— RJ atirou nele e ele ficou com medo. — Filipe responde ajudando Rafael a sentar na cama. O rapaz senta ao lado e massageia os ombros dele.

Daniel revira os olhos, ele sai do quarto sem dizer uma palavra. Ele vai para a porta de entrada e gira a chave, que está na fechadura. O mais velho abre a porta, saindo por ela logo em seguida. O olhar irritado para Bruno. — Já é, Biscoito! Como foi a noite ontem? — Bruno provoca sabendo que tanto Daniel, quanto Filipe, odiavam quando alguém falava biscoito ao invés de bolacha.

Daniel se aproxima, ele estende a mão e agarra com força o pescoço de Bruno, apertando a garganta. O carioca arregala os olhos e bate com o cabo da arma no braço do mais velho. — Guarde suas balas para coisas úteis. Está me ouvindo porra?! — Daniel solta o pescoço de Bruno e coloca as mãos no bolso da calça, desviando o olhar para a rua.

Bruno toca no pescoço, encarando assustado Daniel. — Mermão... tá na Disney? Só estava brincando com ele. — Bruno ri sem graça acariciando o aperto na garganta. Ele encara Daniel olhando para a rua, as bochechas levemente coradas. — Não ia pedir seu namorado em namoro não. Sou talarico não, mermão.

Filipe olha pela janela, ele revira os olhos vendo Daniel enforcando Bruno pela piada. — Esses dois ainda vão se matar nessas brincadeiras. — Filipe suspira apoiando a mão no queixo.

[+18] Códigos do CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora