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O barulho do escapamento estremece o vidro dos carros. As mãos seguram com força o volante do automóvel. Bruno pisa no freio de uma vez. — Caralho, Daniel! Não entra na frente, porra. — Bruno grita voltando a dirigir o carro. Gabriel ri baixo, ele sabia o quanto Daniel gostava de provocar Bruno quando ambos estavam dirigindo. Bruno acelera, seu sorriso sádico aumenta.

Rafael coloca a mão na boca, o café da manhã querendo voltar pela forma como Bruno dirigia. Daniel olha por cima do ombro e desvia a moto do caminho de Bruno. O carioca pisa no freio, o coração acelerado, o para-choque frontal bate na placa da moto de Filipe.

— Quase matei seu namorado, x9. — Bruno fala rindo sem graça para Filipe. O rapaz levanta o visor do capacete e olha por cima do ombro. Bruno engole a saliva sabendo que Filipe odiava quando ele e Daniel faziam isso, brincando de roleta-russa sem armas, mas com carros e motos. Gabriel guarda a arma no cós da cueca, ele começa a dizer algo para Bruno, apontando para as placas da zona leste.

Rafael apoia a cabeça no vidro do carro, ele franziu a testa vendo um vislumbre do camburão cinza. — Caras… — Rafael sussurra assistindo os carros se afastarem da pista da direita, deixando claro a visão. Bruno e Gabriel ignoram o moreno chamando eles, continuando a conversarem. Rafael se afasta da janela e bate com força no braço de Bruno. — Não é a ROTA?

Bruno para no semáforo vermelho, ele olha para o lado incrédulo. Gabriel franziu as sobrancelhas, mas depois suspirou aliviado ao perceber o camburão virar a rua, saindo da avenida principal. — Eles estão no Tatuapé...mas viraram a rua sentido Penha de França - Cangaíba...estão indo para o Esmaga Sapo. — Gabriel explica gesticulando com as mãos a possível trajetória até o local.

— Você fala como se eu entendesse onde fosse tudo isso. — Bruno brinca voltando a dirigir. Rafael suspira de alívio, ele pega o celular do bolso e o papel que Bruno havia lhe entregado na lanchonete antes deles irem para o shopping. — Já estamos próximos?

— Vira a segunda esquina, depois segue reto atrás daquele busão, vira a esquerda e entra no estacionamento do shopping. — Gabriel fala apontando para frente, guiando Bruno para onde ele deverá dirigir. Rafael revira os olhos tirando o celular do bolso do short.

— X9, pega essa sacola aí para o Ratão e entrega as roupas para ele. — Bruno ordena virando na esquina. Rafael pega a sacola no banco ao lado, ele tira uma blusa branca polo, uma calça social cinza, um sapato social preto e um relógio dourado. O moreno entrega as peças de roupas para Gabriel e volta a mexer no celular.

Gabriel veste a blusa polo branca, ele abaixa a calça de moletom. — Gostou das roupas que minha Meretriz comprou? Tudo para você sair como inocente da situação, mermão. — Bruno para no semáforo, o ônibus na frente. Ele olha para o lado, vendo Gabriel terminar de vestir a calça, ele tira o chinelo e coloca a meia, que estava dentro do sapato social.

— Meretriz já sabia do plano? — Gabriel pergunta amarrando os cadarços. Bruno assobia voltando a dirigir, concordando com a pergunta.

— Estamos quase chegando, lembre-se que é 30 minutos depois para começar o plano. Vou comprar outro dogão na praça de alimentação. — Bruno sorri virando a esquerda. Gabriel toca na corrente no pescoço do carioca e tira, colocando nesse mesmo. — Agora você parece um homem que vai se casar mesmo, pai de família, um empresário gostoso da porra.

— Cala a boca, RJ. — Gabriel exclama esperando Bruno achar um lugar para estacionar o carro. Rafael olha para os vários carros estacionados, alguns esportivos, outros casuais. O moreno tira o cinto de segurança quando Bruno desliga o carro. — Vejo você na hora da fuga. — Gabriel fala abrindo a porta do passageiro, ele sai e fecha a porta.

[+18] Códigos do CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora