Capítulo 15 - Não Queria que Fosse Assim

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Quando cheguei em casa, Lívia estava na sala assistindo TV. Eu continuei todo o caminho até em casa chorando, e obviamente era nítido em meu rosto, que alguma coisa havia acontecido.

- O que aconteceu? - perguntou Lívia, correndo até mim, assustada.

Eu não tinha forças para falar nada, apenas a abracei e novamente caí num choro de soluçar.

- Carol, eu estou preocupada. O que aconteceu? Fala comigo.

- Eu e Toto terminamos. - consegui falar

- O que? Como assim?

- Não sei se quero ou consigo falar sobre isso agora. Preciso de um banho.

- Claro. Vai lá, toma um banho. Vou preparar um chá pra você e se quiser falar a respeito, conversamos. Tudo bem?

- Tudo bem.

Segui para o meu quarto, e passei direto para o banheiro. Mesmo já sendo um pouco tarde da noite, molhei meu cabelo. Sentia como se a água tivesse o poder de lavar tudo que estava acontecendo, mas a cada gota que caía em minha pele, percebia que isso não iria acontecer. Depois de um longo tempo debaixo do chuveiro, resolvi sair. Lívia já estava no meu quarto, me aguardando uma xícara de chá. Sentei na cama ao lado dela e pousei a cabeça em seu ombro.

- Não sei se consigo falar nisso agora. Só tenho vontade de chorar e nada mais.

- Tudo bem. No seu tempo e quando quiser. Mas se está com vontade de chorar, chora. Bota tudo pra fora.

- Já chorei tanto que acho que as lágrimas secaram.

- Então o que você quer agora? Quer que eu faça algo?

- Nesse momento eu queria esquecer tudo isso e fingir que isso não aconteceu. Mas como sei que você não pode fazer isso, por favor, me distraia um pouco - disse pegando a xícara de chá que estava na mesinha de cabeceira. - Porque a senhorita não foi ao evento? Passei a noite te esperando.

- Aí nem te conto. Mas eu te mandei mensagem falando que não iria.

- A noite foi tão corrida, nem peguei o celular.

- Imagino. Mas então, não fui por causa do Sir Lewis Hamilton. Não vai acreditar no que aquele "maledito" aprontou. - disse de uma forma cômica que me fez rir, mesmo no estado deprimente que me encontrava.

- O que? Conta.

Então ela me contou com riqueza de detalhes tudo que aconteceu. Resumidamente, ele a levou para uma resenha na casa de um amigo, com a desculpa de que iam passar somente para dar um "oi" e que depois iriam para o evento. Essa resenha era algo totalmente informal, o que a deixou completamente destoada de todos, já que estava toda produzida e vestida de gala, e claro foi alvo de muitas zombarias pelos amigos. Depois tiveram uma mini DR por causa dessa, segundo ela, falta de compromisso dele. Então foram embora, mas ela já estava com raiva e não quis mais ir ao evento. Então veio pra casa e disse que não queria mais ver a cara dele até amanhã.

- Até amanhã? - perguntei rindo - Não foi tão dura.

- Não, foi só um charme mesmo. Você sabe que não consigo ficar muito tempo brigada com ele.

- É, eu sei. Vocês dois são cômicos.

Esse momento foi bom pra mim, consegui desconectar a mente uns minutos e me fez rir um pouco. Mas não demorou muito para os meus pensamentos novamente caírem sobre Toto e os acontecimentos de hoje. Então o aperto no peito e o nó na garganta voltaram e foi tão expressivo, que Lívia percebeu.

- Chora, grita... coloca tudo pra fora - disse ela, me abraçando.

- Eu não consigo. Já chorei tanto e continuo com vontade, mas as lágrimas não saem mais. Fica só esse aperto no peito, essa sensação sufocante, que me parece que vai faltar o ar. Eu só queria sumir.

TOTO WOLFF: Para Sempre em Meus PensamentosOnde histórias criam vida. Descubra agora