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A hora parecia não passar naquele lugar, apesar de ser um espaço enorme eu estava me sentindo sufocada. O fato de Coronado estar ali praticamente ao meu lado, fazia minha ansiedade aumentar a cada segundo.
Me ajeitei em um cantinho e encostei minha cabeça em um dos bancos, já que o jeito seria dormir aqui, então o faria logo. Quando fechei os olhos pronta pra descansar, senti um toque leve em me ombro, abri os olhos e encontrei Igor a minha frente, ele parecia confuso e em encarava com a sobrancelha erguida.
— O que foi dessa vez?
— Está pensando em dormir assim? — Ele perguntou.
— E qual problema? — Esbravejei.
— Problema você vai ter amanhã se continuar desse jeito, vem, eu arrumo um lugar pra gente dormir.
O encarei surpresa e em seguida dei risada, o que ele estava pensando?
— Eu não vou dormir com você. — Me levantei de onde estava e me sentei no banco.
— Para de ser chata, eu tô tentando ser legal, mas se você quer acordar com um baita torcicolo amanhã, o problema é seu.
Observei enquanto Igor arrumava um pendurai espaço para dormir, ele forrou algumas toalhas que tinha por ali no chão e como travesseiro, usou uma blusa sua que o mesmo retirou da sua bolsa. Vi ele se deitar e se acomodar e mesmo sabendo que ali não era nada confortável ele tinha razão; era muito melhor do que dormir com a cabeça no banco.
— Tem certeza que não vem? — Ele perguntou.
Eu o encarei por alguns segundos, pensativa, como se meu coração gritar-se a todo vapor que me deitar-se ali em seu lado, sentisse o calor de seu corpo no meu, o seu perfume forte e talvez, aconchegasse em seu peito.
Todavia, havia uma trave. Uma trave que me impedia! Eu queria, mas sabia que não era o que deveria fazer. Coronado havia deixado claro a alguns dias, que nós não dariamos certo, ele estava machucado e eu também. Forçar uma situação mesmo que por sobrevivência, poderia de repente, apenas piorar o que já estava ruim.
— Tem tantas toalhas aí. Porque não fez dois espaços? Um para cada um de nós? — Questionei, o respondendo indiretamente.
O jogador se levantou rapidamente, como um furacão, causando-me um pequeno tremor no coração. Senti o peso de seus olhos contra os meus e engoli em seco. Ok, olhar-lo por muito tempo havia virado um assunto delicado para mim.
— Do que tem tanto medo? — Questionou. — Por que sempre parece estar na defensiva? Eu já entendi que não sou importante para você, e que prefere me odiar ao tentar uma comunicação. Sei também que gostas do Raniele e que certamente Preferia estar com ele agora, mas, isso não significa que tens que implicar com tudo, caramba. Não vou te agarrar a noite, embora não acredite, eu tenho meus princípios. E também, não pedi por essa situação.
