Minha versão do passado 3°

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Novamente em Piltover, Viktor levou Sky ao terraço de sua casa para observarem as estrelas juntos, pois a noite já caía.

— O que viemos fazer aqui?
— perguntou Sky, olhando ao redor.

— Vamos observar as estrelas
— respondeu Viktor.

— E desde quando você se interessa por astronomia? — perguntou ela.

— De vez em quando, eu as observava... secretamente — disse Viktor, ajustando o telescópio para começar a observação.

— Entendo, mas por que me trouxe com você desta vez? — questionou Sky, surpresa com a atitude repentina.

— Porque é solitário observar sozinho — respondeu Viktor.

— É triste pensar que em Zaun não teríamos a oportunidade de ver um céu tão bonito como este... — comentou Sky com um toque de melancolia na voz.

— Você está certa... mas agora estamos em outra situação
— disse Viktor, ainda concentrado na lente do telescópio.

— Posso ver um pouco também? — pediu Sky, aproximando-se e colocando a mão em seu ombro.

— Oh! Me desculpe, acho que me distraí aqui — disse Viktor, liberando o telescópio para que ela pudesse observar as estrelas.

— Qual é o nome dessa estrela grande e brilhante? — perguntou Sky.

— Ela se chama “Sirius”, ou também “Cão Maior”
— respondeu Viktor.

— Você é muito inteligente... acho isso muito atraente — disse Sky, afastando-se do telescópio.

Sky não conseguia evitar olhar cada detalhe do rosto pálido de Viktor, iluminado pela luz da lua.

— Não quer mais ver as estrelas? — perguntou ele, aproximando-se e encarando-a nos olhos.

— Eu me perdi na constelação do seu olhar... — confessou Sky.

— Seus olhos também são lindos, Sky — disse Viktor, acariciando o rosto dela.

— Eles não funcionam perfeitamente... — respondeu ela com um sorriso discreto.

Viktor tirou os óculos de Sky e os guardou no bolso do colete. Aproximou o rosto do dela, os narizes quase se tocando, e a beijou com delicadeza. Encostou-a na parede, soltando a bengala de apoio e, mesmo cambaleando um pouco, deslizou as mãos até sua cintura, intensificando o beijo. Sky abriu os botões do colete dele, interrompendo o beijo para recuperar o fôlego, e retirou o blazer.

— Desculpa... acho que não seria adequado fazer isso aqui — disse ela, nervosa e ainda sem acreditar no que havia acontecido.

— Tudo bem, seria um escândalo... porque eu conseguiria tirar sua saia aqui mesmo em um segundo
— sussurrou Viktor em seu ouvido.

— Não me olhe assim... — disse ela, desviando o olhar.

— Então, poderíamos ir para outro lugar, Srta.? — perguntou ele.

— Com você, vou para qualquer lugar — respondeu Sky com um sorriso, entrelaçando seu braço no de Viktor.

Depois do momento embaraçoso entre os dois, Jinx decidiu dar uma chance à confiança de Ekko.

— Ora, ora, parece que a Srta. Powder mudou de ideia — disse Ekko, animado ao ver que ela aceitou o convite.

— Mas isso não significa que eu confie em você — respondeu ela, caminhando na mesma direção em que ele ia.

— É tão difícil admitir que confia em mim? — perguntou Ekko.

— Por que você continua me chamando de Powder? — ela questionou.

— Desculpe... acho que ainda não me acostumei com tudo isso...

— Você ainda está apegado à minha versão do passado... e eu entendo; você nunca vai me aceitar como sou agora — disse ela, franzindo a sobrancelha.

— Claro que vou! Não importa quem você é — disse Ekko, aproximando-se e segurando o rosto de Jinx.

— Deve ser mentira sua! Você deve estar ajudando aquela traidora! — retrucou ela, apontando uma faca para o pescoço dele.

— Vá em frente; sei que não teria coragem de ir até o fim — disse ele, segurando o pulso dela e impedindo-a de mover a mão que segurava a faca.

— Parece que o pequeno Ekko está me subestimando de novo
— provocou ela, derrubando-o no chão e olhando-o com superioridade, ainda com a faca apontada.

Foi a primeira vez que Ekko a viu com aquele olhar de superioridade. Estava assustado, mas ao mesmo tempo, estranhamente atraído por aquela versão de Jinx.

— Certo, já entendi que você é a Jinx. Por favor, não me mate
— pediu ele, tentando tirar a faca da mão dela.

— Peça com jeitinho — disse ela, sorrindo de canto.

— Eu já pedi por favor!
— respondeu Ekko, começando a se irritar.

— Era brincadeira; não vou te matar, seu bobo! Agora você é meu aliado — disse ela, saindo de cima dele e guardando a faca.

— Tá querendo me matar do coração? Quem é que brinca apontando uma faca assim para os outros?! — disse Ekko, indignado.

— Eu, Jinx! — respondeu ela, mostrando a língua e acenando com as mãos. — Vamos continuar o trajeto.

Os dois seguiram em direção ao subsolo de Zaun, até chegarem à pequena vila que Ekko havia construído.

— Uau, esse lugar é lindo! Você fez tudo sozinho? — perguntou Jinx.

— Sim, pensei que as pessoas aqui precisavam de uma esperança, de um lugar para chamar de lar — respondeu Ekko.

— Você deu a essas crianças a oportunidade que nós não tivemos... isso é generoso da sua parte — disse ela, sorrindo.

— Vem, ainda tenho algo pra te mostrar — disse ele, segurando a mão dela.

— Feche os olhos — pediu Ekko.

— Por quê? — perguntou Jinx, sem entender.

— Vai estragar a surpresa
— respondeu ele, vendando os olhos dela com as mãos e guiando-a.

Depois de alguns minutos, chegaram ao local onde estava a pintura.

— Pode abrir os olhos — disse ele, retirando as mãos dos olhos dela.

— Ah, não! Por que você pintou isso?! — disse ela, irritada, ao ver a imagem, pois as vozes em sua cabeça voltavam a atormentá-la.

— Porque representa a nossa família — respondeu ele.

— Eu matei nossa família! Será que você não entende?! — disse ela, puxando os cabelos.

— Tá tudo bem, Jinx! Isso ficou no passado — Ekko tentou acalmá-la, aproximando-se.

— Eu não mereço sua compaixão... — disse ela, olhando-o com os olhos cheios de lágrimas.

— Tudo bem... não foi culpa sua... — disse ele, abraçando-a e acariciando sua cabeça.

She is a killer [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora