Sabe aquele clichê de "me conta, como você começou a trabalhar com isso?" Normalmente, as pessoas estão esperando uma história épica, algo como "Eu era uma jovem inocente, cheia de sonhos, e de repente fui sugada para esse mundo sombrio". Mas a verdade é que eu, [Nome] Santiago, 23 anos, passei longe dessa trajetória previsível. Minha vida sempre foi uma sucessão de acidentes felizes, do tipo que você não sabe se agradece ao universo ou se se enfia debaixo de um cobertor e espera o apocalipse chegar.Vamos começar pelo básico: matchmakers são aqueles que vivem de juntar corações solitários, certo? Eu sou o oposto. O que eu faço? Bom, digamos que eu desfaço aquilo que essas almas ingênuas acreditam que é destino. Isso mesmo, eu sou uma "quebra-corações", como uma vez um cliente poeticamente me chamou. Trabalho nas sombras, silenciosa e eficaz, e sou paga por pessoas desesperadas para ver um casal se esfacelar.
Tudo começou de uma forma completamente despretensiosa. Na época, eu estava trabalhando em uma agência de publicidade - nada glamouroso, uma porcaria, na verdade. Minha chefe, uma mulher que provavelmente venderia a alma ao diabo a cada semana em troca de meia dúzia de curtidas a mais nas redes sociais, me tratava como lixo. Um dia, após uma apresentação desastrosa de campanha, eu estava no bar, afundando meus desgostos em doses de vodka barata. Um cara se aproximou de mim, um nerd daqueles que nunca teve a coragem de falar com a garota popular da escola, e desabafou sobre o quanto odiava o namorado da ex-namorada dele.
Eu, com meu humor naturalmente ácido e a língua afiada de quem já perdeu qualquer paciência com a humanidade, dei a ele uma série de dicas sarcásticas de como estragar o relacionamento da ex. "Mande flores pra ela em nome dele, mas escolha um buquê de flores de cemitério. Ligue para o trabalho dela, se passando por ele, e seja um babaca de marca maior. Compre uma joia de péssimo gosto e diga que foi presente dele." Eu estava só brincando, claro. Ou talvez não.
Para minha surpresa, o sujeito seguiu à risca todas as minhas "dicas" e, algumas semanas depois, voltou ao mesmo bar, radiante. "Funcionou! Eles terminaram! Você é um gênio maligno!", ele disse, enquanto me enchia de elogios e me pagava mais uma rodada. Algo naquilo me chamou a atenção. Não os elogios, claro, mas o conceito. Era diferente, intrigante. Quem, afinal, pensaria em fazer da destruição de relacionamentos um trabalho? Uma profissão que explora as fraquezas humanas de uma forma quase artística? Eu ri sozinha com a ideia, mas quanto mais eu pensava, mais fazia sentido. Eu já era boa nisso naturalmente; por que não ganhar dinheiro com isso?
Então, meio como quem não quer nada, comecei a testar as águas. Coloquei um anúncio anônimo na internet, algo que soava como uma piada, mas que poderia atrair clientes: "Precisa dar um fim naquele relacionamento tóxico? Quer sua amiga solteira de volta? Problema com um ex-namorado intruso? Eu posso ajudar. Trabalho limpo, discreto e sem rastros. Vamos tomar um café."
As primeiras semanas foram de silêncio total. Claro, o que eu esperava? Mas então, como um milagre perverso, as mensagens começaram a chegar. Primeiro, foi uma garota cujo namorado não parava de seguir modelos no Instagram. Ela estava furiosa, mas sem coragem de enfrentá-lo. Depois, uma mãe superprotetora, desesperada para ver a filha livre de um namorado que ela considerava um vagabundo. Eu estava oficialmente no negócio.
Minha rotina diária agora é uma mistura de café forte, sarcasmo matinal e muita paciência para ouvir as lamúrias alheias. Acordo às seis da manhã, como quem tem um propósito, mas, em vez de salvar relacionamentos, eu os destruo. Meu café da manhã é sempre o mesmo: um misto-quente, um copo de suco de laranja e duas xícaras de café, pretas como meu humor. Depois, sento-me à frente do computador e reviso as mensagens dos clientes, analisando as histórias e traçando estratégias.
"Ele fica jogando videogame até tarde e não me dá atenção..." - Café, por favor, isso é fácil. Um e-mail anônimo com uma foto comprometedora deve fazer o truque.
"Minha filha não ouve razão, esse namorado dela é um golpista!" - Mais café. Ok, vamos começar um boato online, nada muito grave, mas o suficiente para plantar uma semente de dúvida.
Essas são as pequenas alegrias do meu dia a dia. Mas não pense que é só trabalho e destruição. Eu também tenho minha vida social. Tenho uma amiga, Zatanna, que insiste em tentar me empurrar para o mundo dos relacionamentos normais, como se eu fosse algum tipo de sociopata que precisa de redenção. Mal sabe ela que eu já aceitei minha natureza. Saímos juntas de vez em quando, vamos a bares, discutimos sobre o estado lamentável do mundo e rimos das ironias da vida.
Mas, recentemente, um trabalho em particular tem me dado dores de cabeça. Foi um daqueles trabalhos que você aceita porque parece fácil demais, mas que se torna uma bola de neve de complicações. Uma garota, chamada Bianca, contratou-me para separar o namorado de sua melhor amiga. Motivo? Ciúmes. Ela não suportava vê-los juntos. E, claro, eu aceitei, com um sorriso no rosto e a promessa de um pagamento gordo.
O problema é que, no meio da operação, comecei a perceber que o tal namorado, Jason Todd, era... interessante. Ok, talvez mais do que interessante. E foi aí que a coisa toda começou a sair do controle. Eu, a quebradora de corações, estava perigosamente perto de cair em uma armadilha que eu mesma havia criado.
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𝔯𝔢𝔡 𝔥𝔬𝔬𝔡, jason todd x leitora
Hayran Kurgudear jason todd, let's cause a little trouble