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Como posso contar o estrago que você faz em mim, Quando essa amizade, que um dia foi doce, Se transformou em um labirinto de dor e solidão? Um peso constante que se aninha no meu peito, A cada risada sua, uma facada invisível, Que me fere e me faz sangrar por dentro, E a cada palavra sua, uma lembrança do que jamais será.
Sim, eu ainda gosto de ti, E esse amor que arde em silêncio me consome lentamente. Fui eu quem propôs essa amizade, Mas agora cada momento ao seu lado é uma tortura sutil, Uma dança entre o desejo e a frustração, Meus pensamentos se perdem em você, em um ciclo sem fim. E quanto mais tento te esquecer, mais me afundo nessa teia, Onde cada fio de amizade é um nó apertado em meu coração.
Só queria entender por que seus olhos nunca se encontram com os meus, Por que a luz que você traz à minha vida é tão distante? Se ao menos você pudesse ver o brilho desesperado em meu olhar, Talvez sentiria a dor que me atravessa como um punhal. E quem sabe então você pudesse perceber o amor que carrego, E talvez, apenas talvez, me amasse de volta. Mas você não vê. E, no fundo, sei que nunca verá.
Mas a realidade é dura e fria como o inverno mais implacável. No fundo do meu coração, sei que é só um sonho distante, Um "talvez" que ecoa como um lamento nas paredes da minha alma, E me perco nas expectativas que nunca vão se realizar. Enquanto luto para esconder essa ferida profunda e exposta, Cada dia é uma batalha contra a saudade e a esperança desfeita. E cada palavra sua me corta, me despoja, me faz sentir menos. Essa amizade é uma prisão que eu mesmo construí, E agora, em meu cativeiro, sou apenas um espectro de quem fui um dia.
E assim sigo vivendo entre sorrisos forçados e lágrimas não choradas, Preso nesse ciclo interminável de amor não correspondido. Eu te vejo caminhar ao meu lado e, ao mesmo tempo, tão distante, E me pergunto se algum dia seremos mais que apenas amigos, Ou se meu amor por você sempre será um segredo guardado nas sombras, Algo que nunca será dito, mas sempre estará presente, Ardendo como uma chama que não tem onde se apagar.
