capítulo dois

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- Então, quando vocês irão viajar para o campeonato? - perguntava minha sogra, Sandra, enquanto pegava mais um pedaço de pizza.

- Daqui dois dias - respondi entusiasmada.

- Ribeirão preto? - perguntou meu sogro, Jander.

- São José dos Campos - respondi.

-  Tenho certeza que vai ganhar - disse Ricardo.

- Como tem certeza? Nunca me viu jogar! - não contive minha boca e fui estúpida. Minha sogra me olhou de canto.

- Mas eu tenho certeza, você é muito dedicada - apertou minha mão e fez um carinho.

Estava arrumando a cama para dormir com Ricardo, e deixando minha mala organizada para amanhã. Vi seu celular em cima da mesinha de cabeceira, e parecia que tinha uma luz em cima falando "me olhe", não era muito de mexer no celular dele, mas tive uma sensação sufocante de que precisava. Abri o whatsapp, tudo normal, arquivadas tudo normal, fui para o Instagram, talvez estivesse ficando louca, também tudo tranquilo, enquanto ele ainda estava tomando banho, me sentei na cama e continuei mexendo no Instagram, na lista de bloqueados estava a Gabi, dei uma risada sincera. Acabei apertando em um botão errado e mudou de perfil, estava sem foto do perfil, era privado mas tinha fotos dele com uma garota. "Feliz dois meses de namoro". O QUE? Meu coração acelerava, e comecei a fazer uma varredura. Ele tinha outro relacionamento, eu e a Gabi estávamos bloqueadas nessa conta secundária.

- O que foi? - perguntou com a toalha enrolada na cintura e o cabelo molhado. Não pensei duas vezes, segurei firme e ataquei o celular na parede com força, esfarelando toda a tela. - TA LOUCA? - gritou.

- Eu vou te matar, seu filho da puta - fui pra cima dele segurando seu pescoço.

Foi a maior algazarra, família dele entrou no quarto, todos gritaram comigo por estar "alterada". Se não fosse pelo pai dele, ele iria me chutar de lá, ficou dizendo que no seu celular não tinha nada, estava cansado de ser tratado assim. Liguei pra Gabi ir me buscar porque eu nem sabia o que fazer. Estava esperando no lado de fora chorando compulsivamente.

- O que aconteceu? O que ele fez? Ele te machucou? - assim que a Gabi parou o carro, veio correndo na minha direção me abraçar com cuidado e me analisou pra ver se tinha algum machucado.

- Ele é um mentiroso - soluçava e abraçava ela.

- Você é um filho de uma puta - Gabi foi na direção dele assim que o avistou, apontando o dedo na cara dele e falando com firmeza.

- Chegou o machinho da s/n - ironizou. Imediatamente Gabriela acertou um chute no meio da suas pernas.

- Babaca - respondeu com raiva. - Vem s/n, vamos pra casa - segurou meu braço e me levou até o carro.

- VOU CHAMAR A POLÍCIA - gritou a mãe dele. Gabi mostrou o dedo do meio pra ela e fomos embora.

-

- Acho que isso vai ajudar - Gabi se sentou na minha frente com uma xícara de chá de camomila.

- Obrigada - sorri amarelo. Meu cabelo estava todo molhado, já havia tomado banho e estava usando um pijama dela, por mais que estivesse com as minhas coisas, ela foi deixando tudo preparado pra mim - Você tinha razão - olhei em seus olhos. - Eu estou tão magoada - meus olhos lacrimejaram novamente. Ela se levantou e veio me abraçar, me deu vários beijos no topo da cabeça.

- Você merece alguém muito melhor, não quero ver você assim - continuou me abraçando.

- Posso ficar aqui até a viagem? Não quero ficar sozinha -

- Claro, vai ser melhor. - sorriu.

- Sabia que nós éramos bloqueadas no Instagram dele? - a olhei e ela deitou no chão pra dar risada.

- Não sei como você conseguiu ficar com ele, de verdade - continuava a rir.

Passamos o resto da noite conversando, nunca tinha conversado sobre tanta coisa com ela, talvez eu devia falar muito do Ricardo pra ela, e não dava muito espaço para ela falar o que tinha vontade. Eu fiquei tão bem ali, que até esqueci o motivo de ter parado na casa da Gabriela. Finalizamos a noite com pizza, pois ela me proibiu dormir em jejum.

Gabi e euOnde histórias criam vida. Descubra agora