Na noite em que nos beijamos, eu fiquei tão nervosa, só de imaginar que poderia acontecer algo que eu ficava nervosa. Passou uma semana do ocorrido, e se quer tocamos no assunto, demorou alguns dias pra sair aquela nuvem de clima estranho que ficou, até porque as duas estavam bêbadas e depois pareciamos um casal no sofá. Gabi ainda não podia jogar, porém foi liberada da fisioterapia para começar a treinar vôlei com moderação, então defender ataques fortes ela não pode mas treinar toques, bloqueios e praticar manchete individual ela poderia. Fomos para o treino.
O treino começou normalmente, mas o clima entre nós ainda carregava uma tensão leve, perceptível apenas para quem prestasse bastante atenção. Cada movimento da Gabi parecia mais calculado, e os olhares furtivos entre nós se repetiam a cada intervalo, como se a lembrança daquela noite estivesse presente em cada gesto.
Enquanto as outras jogadoras se concentravam em seus exercícios, você ficava de lado, observando Gabi praticar seus bloqueios. Havia algo no jeito como ela se movia, como se estivesse testando seus próprios limites, tanto físicos quanto emocionais. Você não conseguia tirar os olhos dela, e a sensação daquele beijo ainda queimava na sua memória.
No intervalo, Gabi sentou-se ao seu lado no banco, mas não disse nada. O silêncio entre vocês era carregado de significados não ditos. A proximidade de seus corpos criava uma tensão quase palpável. Vocês não precisavam falar para entender o que estava passando pela cabeça uma da outra.
O treino acabou, e enquanto as outras jogadoras se dirigiam aos vestiários, eu e Gabi continuamos ali, sentadas, ambas fingindo que não tinham pressa em ir embora. Por fim, Thaisa apareceu.
- Vocês vão na festa hoje né? - disse, passando delicadamente a toalha na testa.
- Festa? - falamos em uníssono.
- Meu Deus, vocês estão no mundo da lua hoje, o que houve? - esbravejou. Senti meu olho arregalar e Gabi continuou em silêncio. - Aconteceu algo? - perguntou.
- Não! - falamos juntas novamente e Thaisa olhou desconfiada.
Mais tarde, no mesmo dia, chegamos para a festa na casa da Thaisa, que estava animada, com música alta e muita conversa, como de costume. Cada uma estava em círculos diferentes, mas os olhares nunca paravam de se cruzar. De vez em quando, notava Gabi rindo de algo que alguém disse, aquela risada inconfundível, mas seu olhar logo voltava para o seu, um sorriso discreto se formava em seus lábios.
As bebidas fluíam, e a noite avançava. O som das risadas e conversas parecia abafado quando vocês duas se encaravam de longe, criando uma bolha invisível, uma tensão só de vocês. Você sentia um desejo crescer, misturado com a hesitação por causa do que já havia acontecido. Estavam próximas o suficiente para sentir o calor uma da outra, mas distantes o suficiente para não fazerem nada... ainda.
Em determinado momento, você subiu para o andar de cima, procurando um pouco de ar e um lugar mais tranquilo. O coração batia mais rápido enquanto subia os degraus, sabendo que Gabi estava te observando. E como esperado, não demorou para que a porta se abrisse atrás de você. Quando se virou, lá estava ela, com o olhar cheio de desejo. Gabi entrou no quarto sem dizer uma palavra, e sem tirar os olhos dos seus, ela fechou e trancou a porta.
O silêncio entre vocês era ensurdecedor. Vocês se encararam por alguns minutos, ambas respirando fundo, os olhos brilhando de expectativa. E então, como se todo aquele desejo reprimido não pudesse mais ser contido, ela se aproximou e o beijo aconteceu, quente, intenso, sem palavras.
Era como se todo o nervosismo daquela noite fosse liberado naquele momento. Suas mãos passavam pelos cabelos de Gabi enquanto o beijo se aprofundava. Não havia mais espaço para dúvida ou hesitação. O toque dos corpos, os suspiros entrecortados, tudo parecia mais real do que nunca. Com os olhos ainda fechados e o beijo acontecendo, Gabriela me empurrou na cama, tomei um leve susto mas a observava com um olhar safada. Não trocamos uma palavra, seria pior. Ela me virou de bruços e começou a abrir o zíper do meu vestido que começava na minha nuca, assoprou levemente, o que fez meu corpo inteiro se arrepiar. Fui ajudar tirar meu vestido, ele era de manga longa, até que fiquei apenas de fio dental, ela deu um tapa na minha bunda, como dava os tapas no saque, foi ardido mas gostoso. Ao me virar, ela não tirou os olhos dos meus seios e eu comecei a desabotoar sua camisa, ela estava com um sutiã sem bojo por baixo e eu o tirei.
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Gabi e eu
CasualeUma grande amizade que se formou na quadra, jamais imaginaria o rumo que iria tomar...