Aquele momento fazia ele se sentir nos céus.
A água da banheira estava morna e ele deixou seus músculos relaxarem pela primeira vez no dia. Levou o cigarro que tinha acendido à boca e tragou, sentindo a fumaça esquentar seu peito. Definitivamente o melhor momento do dia.
No dia anterior, tinha encontrado Ayla. Ela era, com toda a certeza, muito mais bonita pessoalmente do que na foto, o que era algo péssimo. Mas, bom, ele tinha feito sua escolha. E agora teria que encarar as consequências – que talvez envolvesse ter que controlar as reações fisiológicas de seu corpo perto dela.
Fechou os olhos e tentou ouvir a música que tinha colocado para tocar antes de entrar na banheira. Tinha passado o dia inteiro refazendo planilhas e aquele trabalho era um saco – seu pai sempre mandava o tipo de trabalho que ele odiava fazer, e lidava com coisas que o real chefe da empresa fazia, como reuniões e etc. Taehyung sentia que, uma vez que fosse o chefe, tudo ficaria mais suportável. Afinal, era o que ele queria desde pequeno.
Nasceu para aquilo. Foi o que lhe disseram sua vida inteira. Então deveria ser verdade.
Tragou o cigarro novamente. Tinha ansiado por um o dia inteiro. Tentava manter o hábito de fumar longe da empresa, pois seria menos tempo fazendo seu trabalho, mas isso o deixava estressado em troca. Pelo menos tinha momentos como aquele.
Seu cérebro não conseguia parar de pensar em Ayla. Imaginava se, uma vez que ela soubesse o motivo da contratação, ela iria recuar e deixá-lo na mão. Não a julgaria, se esse fosse o caso. Era coisa de maluco, como Jungkook tinha o avisado. Mas era a única opção que tinha.
Talvez não a única, mas com certeza a mais efetiva e rápida. Se processasse o pai, teria que provar de alguma forma que a empresa lhe foi prometida antes desse acordo idiota, e mesmo assim, ele tinha alterado o documento oficialmente. A chance de resolver isso na justiça facilmente tinha escapado pelas suas mãos.
Com Ayla, talvez isso não fosse necessário. Ele só precisaria convencer a todos até seu aniversário de que estava loucamente apaixonado pela mulher, e a empresa seria sua. Pelo menos era o que ele esperava.
Não seria uma tortura, no entanto. Sabia que não podia tocar Ayla – ela tinha deixado claro que qualquer contato sexual teria que partir dela, e ele não tinha problema com isso. Não queria transar com ela. Claro que não. Só que ela era agradável de se olhar, e de se cheirar também – lembrou-se rapidamente de quando tirou o casaco da mulher e o cheiro de amêndoas invadiu seu nariz.
Ouviu a campainha tocar. Praguejou baixinho. Imaginou se poderia apenas fechar os olhos e fingir que não tinha alguém na porta. Então a música que vinha do seu celular foi interrompida por uma chamada da sua irmã. O telefone vibrou, Taehyung o encarando da banheira.
Não tinha como fugir daquilo.
Levantou-se com um gemido – a idade chegava às suas costas, apesar de ainda ser muito novo. Secou seu corpo e cabelo de qualquer jeito e enrolou a toalha ao redor da sua cintura. Se fosse outra pessoa, se preocuparia em colocar alguma peça de roupa antes de atender a porta. Mas era Yujin. Ela não se importava.
A campainha tocou mais duas vezes antes que ele pudesse chegar na porta e abri-la, uma Yujin com uma careta indignada no rosto do outro lado.
— Até que enfim! — ela disse, entrando no apartamento antes mesmo que ele pudesse convidá-la.
— Boa noite? — Taehyung disse, num tom sarcástico.
— Não me venha com "boa noite", Kim Taehyung! — ela disse, cruzando os braços e o fuzilando com o olhar. — Boa noite é o caralho.
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luxury escort | kim taehyung
RomanceTaehyung sonha com o dia em que vai herdar a empresa da família. Passou sua vida inteira se preparando para isso e conta os dias para seu aniversário de trinta anos, que está há alguns meses de distância. Até que seu pai decide que para herdar a emp...