18. Impulsividade

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-Você é mais bonito do que eu pensei que fosse. - Wooyoung murmurou para Yeosang, sem pensar muito na própria frase. -Digo, imaginei que fosse mais fútil.

Yeosang bufou e revirou os olhos. Ele virou-se para Jung, irritado também com o fato de que ele estava próximo demais de pisar em suas flores.

Eles estavam no jardim, ao lado dos canteiros de flores de Yeosang, Wooyoung se escorava na parede da casa, fumando um vape enquanto esperava que os fotógrafos montassem os cenários para suas fotos.

-O que significa futilidade para você?

Wooyoung soltou a fumaça de seu vape com "cheiro de morango" e riu.

-Sei lá, algo tipo...interesse. Poucas pessoas se aproximam do San sem ser por interesse.

Yeosang piscou. Ele desviou o olhar, encarando o marido, que conversava com alguns fotógrafos mais à frente deles.

-Eu amo o San.

-Eu também amei. - Wooyoung murmurou. -Ah, sabe, ele é doce e pobre coitado. Também é ótimo de cama, então fica difícil, né...

Yeosang engasgou com a própria saliva, Wooyoung deu um risinho.

-O que foi? Vocês ainda não treparam?

Yeosang franziu a testa, achando aquilo uma falta de respeito. Riu, indignado.

-Claro que já fizemos isso, anteontem mesmo, pode perguntar.

-Você é o passivo? - Wooyoung ergueu as sobrancelhas. -Quer dizer, não que eu imaginei que não seja, afinal, você é bem afeminadinho.

Yeosang ergueu uma sobrancelha, confuso a ponto de se irritar. Ele riu.

-Eu não sou afeminado, e se eu fosse, não é como se tivesse a ver. Um afeminado não pode ser ativo?

-Dyvo, tô falando que você parece comigo. Eu dava pro San até me acabar! A gente virava noites e noites. - Jung sorriu, guardando o vape. -Ele me quebrava no meio, eu amava.

Yeosang ouviu atentamente, curioso. Na verdade, tinha até mesmo um pouco de medo, afinal...ele e San nunca fizeram nada muito emocionante.

Tirando as situações um tanto quanto exibicionistas que San o fez se meter, não havia nada muito diferente. Ser chupado no meio do labirinto? Ai, ninguém viu mesmo, não foi nada. O sexo deles era leve, suave, como um encaixe. Eles gostavam assim, Yeosang nunca quis algo diferente, mas agora...

Agora que colocaram em sua cabeça que ele fazia sexo sem graça, Yeosang queria algo mais divertido.

-Nossa, no carro, na empresa, uoh...- Wooyoung mordeu o lábio. -Era maravilhoso. Uma vez ele me fodeu em cima da bicicleta favorita dele, também por toda a mansão.

Yeosang franziu a testa até os músculos ao redor de seus olhos arderem, San costumava dizer que sua segunda pupila do olho esquerdo afiava quando ele ficava irritado, como uma faísca. Ele encarou Wooyoung com esse olhar, Jung deu um passo para o lado, com medo.

-Eu sei que ele é bom, eu o tenho comigo todos os dias. Problema seu que perdeu ele no meio do caminho e deixou livre pra alguém como eu pegá-lo. Pode parar de tentar fazer cena pra me causar ciúminho, eu não tô nem aí. - Yeosang mordeu o próprio lábio, tanto que doeu, fazendo um corte pequeno.

-Eu só...

-Cala a boca, na moral. - Yeosang falou, sério, sem nem se irritar agora. -Eu não quero saber, você quem é fútil.

Wooyoung bufou, ficando irritado dessa vez. Se aproximou de Yeosang, que lhe deu um empurrão. A mão de Kang foi segurada e puxada para trás. Uma mão em sua cintura foi posta e apertada. Yeosang mordeu o lábio, reconhecendo aqueles dedos.

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