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Autora POV's — Flahsback.
A noite estava estranhamente silenciosa quando Theo estacionou o carro em uma estrada deserta. O som distante da cidade parecia abafado, deixando apenas o silêncio opressor entre eles. O nipo-brasileiro segurava o volante com força, os nós dos dedos brancos pelo esforço de manter as emoções sob controle. Ao seu lado, Hannah estava quieta, sua energia usualmente vibrante parecia apagada, como se a tensão no ar tivesse drenado toda a sua luz.
Ele finalmente quebrou o silêncio, com a voz tremendo de raiva e descrença.
—Por que você não me contou, Hannah? Por que mentiu para mim?
A loirinha continuava olhando para a estrada escura à frente, seus dedos nervosamente traçando as bordas do celular. Ela sempre foi boa em esconder a verdade, tecendo histórias que mantinham seus segredos a salvo, mas agora, sob o peso das palavras de Theodor, a fachada estava desmoronando. Seu sotaque australiano, geralmente tão encantador, agora parecia uma intrusão estranha, algo que não pertencia àquele momento de realidade fria e dura.
—Eu achei que não importaria. —Ela finalmente respondeu, sua voz mal acima de um sussurro. A mentira era fraca, e ela sabia disso.
O rapaz se virou para ela, seus olhos procurando respostas em seu rosto, por algum indício da garota que ele pensava conhecer. Mas tudo o que viu foi uma estranha—uma garota muito mais jovem do que ele tinha sido levado a acreditar. A verdade cortava mais fundo do que qualquer mentira que ela tinha contado: ela tinha apenas 16 anos. Ele, 20. A realidade disso o enojava.
—Importa, sim, Hannah! Isso muda tudo. Você é apenas uma criança, e eu —Theodor respirou fundo, tentando não gritar. —Deus, eu posso me meter em um grande problema. Isso não é só sobre nós dois.
Suas palavras estavam carregadas de uma mistura de raiva e medo, as implicações de sua mentira enviando um arrepio frio por sua espinha.
A adolescente se encolheu com o tom dele, mas permaneceu em silêncio. Ela não sabia o que dizer, não sabia como consertar a bagunça que havia criado. A emoção de estar com Theo, de viver em um mundo muito mais maduro e excitante que o seu, a cegara para as consequências de suas ações. Agora, diante da possibilidade de perdê-lo, o peso de sua decepção a esmagava.
Ele balançou a cabeça, a descrença e a frustração lutando dentro dele.
—Eu não posso fazer isso, Hanny. Eu não posso ficar com alguém que mente sobre algo assim. Você entende o que fez? O que poderia acontecer?
Os olhos da estrangeira finalmente encontraram os dele, e por um momento, ela viu um lampejo de algo mais suave, algo que a lembrava de como as coisas costumavam ser. Mas isso desapareceu tão rápido quanto veio, substituído pela fria realidade da situação.
—Desculpa.... —Ela sussurrou, mas até ela sabia que não era suficiente.
Sem dizer mais nada, Theo ligou o carro, o ronco do motor preenchendo o silêncio que crescera entre eles. Ele voltou para a estrada, a mente correndo com pensamentos sobre o que precisava fazer, como precisava sair daquela enrascada. A garota ao lado dele não era mais a garota que ele pensava amar. Ela era uma estranha, uma criança brincando com fogo, e ele precisava se afastar dela o mais rápido possível.
A chuva começou como uma garoa, rapidamente se transformando em um aguaceiro que tornava quase impossível enxergar a estrada à frente. Theodor apertou ainda mais o volante, tentando se concentrar, com a mente ainda girando pela revelação. Palmer estava ao lado dele, silenciosa e assustada, com o coração disparado no peito.
Eles estavam se aproximando de uma curva acentuada quando aconteceu. O carro deslizou na estrada molhada, e Theo perdeu o controle. O mundo girou ao redor deles em um borrão de luzes e sons, e então—escuridão.
—Quando ela abriu os olhos, estava cercada pelo cheiro de antisséptico e pela luz dura dos fluorescentes. Sua cabeça latejava dolorosamente, e ela se sentia desorientada, perdida em uma névoa de confusão.
Uma enfermeira se inclinou sobre ela, um sorriso gentil no rosto.
—Você está acordada, isso é bom. Como está se sentindo, S/n?
Hannah piscou, o nome era desconhecido.
—Quem? —Sua voz estava rouca, e sua garganta parecia crua.
O sorriso da enfermeira vacilou levemente.
—S/n Hernandez, querida. Você passou por muita coisa, mas está segura agora. —A mulher com no máximo 40 anos, acariciava as mãos machucadas da garota— Eu sou sua mãe. Você sofreu um acidente, mas tudo vai ficar bem.
A mente de Hannah girava com perguntas, suas memórias fragmentadas e distantes.
—Eu… eu não me lembro. —Sussurrou, lágrimas enchendo seus olhos.
A enfermeira —sua mãe—gentilmente afastou o cabelo dela, revelando uma cicatriz perto da têmpora.
—Tudo bem, querida. Apenas descanse agora. Você está em casa.
Enquanto Hannah voltava à inconsciência, os vestígios de sua vida passada desapareciam, deixando apenas a identidade que lhe havia sido dada: S/n Hernandez, uma garota que ela não conhecia, com uma vida que ela não se lembrava.
——
Oiii!
Acabei não conseguindo atualizar durante a tarde por causa do cursinho, mas vou postar dois capítulos agora!
Tiveram um bom dia?
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𝘼𝙡𝙞𝙣𝙝𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝙢𝙞𝙡𝙚𝙣𝙖𝙧 || Augusto Akio
Fanfic"𝘼 𝙜𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙩𝙚𝙢 𝙪𝙢 𝙘𝙝𝙖𝙧𝙢𝙚 𝙚𝙨𝙥𝙚𝙘𝙞𝙖𝙡, 𝙩𝙤𝙙𝙤 𝙢𝙪𝙣𝙙𝙤 𝙦𝙪𝙚𝙧 𝙥𝙖𝙧𝙖𝙧 𝙥𝙖𝙧𝙖 𝙫𝙚𝙧." Quando S/n Hernandez, vai cobrir os Jogos Olímpicos de 2024 e está no auge de sua carreira. Mas abrir o coração para o amor não está...