Capítulo 7

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─ Boa noite papai

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─ Boa noite papai. ─ Minjoo sorri sonolenta, se aconchegando nos cobertores grossos.

─ Boa noite amor. ─ sussurro, acariciando levemente seus cabelos ─ As batidas do seu coração fazem o mundo continuar girando.

─ Eu te amo. ─ responde calmamente antes de se entregar completamente ao sono.

Me aproximo dela lentamente e deixo um pequeno beijo na ponta do seu nariz. Meu olhar cai para suas mãos pequenininhas, e noto que ela segurava o pingente de estrela que eu havia comprado para ela assim que descobri que iria ser pai.

Desde que ela era bem pequena, eu explico a ela que esse pingente a aproxima do seu outro pai, já que ele é como o sol e, por isso, ela nunca o tira do pescoço. Sorrio me levantando. Sem sentir um pingo de sono, visto minha jaqueta grossa e deixo o quarto em passos silenciosos, a fim de não acordar minha filha e Hyunjin, que dormia no quarto ao lado.

Eu me sinto muito confuso e agitado, e observar as estrelas sempre me traz paz e uma sensação de segurança. Fecho a porta atrás de mim e caminho pela neve fofinha, me aproximando de um banco de madeira e tirando dali o acúmulo de neve, me sentando no mesmo.

Levo minhas mãos aos bolsos da jaqueta e tiro dali o pingente dourado que Hyunjin havia me dado cinco anos atrás. Automaticamente, inúmeras lembranças invadem minha mente.
A noite em que demos nosso primeiro beijo, debaixo das mais brilhantes estrelas, o momento em que entendi que o amava, nossa primeira vez, o momento em que descobri que estava grávido, quando meus amigos me contaram que ele havia ido embora, o nascimento de Minjoo.

Todos esses momentos tiveram algo em comum. O meu amor por Hwang Hyunjin
Houve um momento em minha vida que eu acreditei ter deixado de ama-lo. Acreditei que finalmente havia superado, mas, na verdade, eu havia apenas aprendido a lidar com a saudade que ardia em meu peito. Hoje eu finalmente me dei conta de que nunca deixei de ama-lo.

Me dei conta de que durante os últimos cinco anos, meu coração batia por minha filha e pela esperança de vê-lo novamente.
Aperto o pingente em minhas mãos e respiro fundo, sentindo uma enorme necessidade de chorar.

─ Felix? ─ ouço a voz rouca de Hyunjin soar atrás de mim e o olho por cima do ombro ─ O
que faz aqui fora? Você vai pegar um resfriado horrível desse jeito! ─ sua voz soa preocupada, me fazendo prender um sorriso.

─ Insônia. ─ murmuro, vendo o moreno ocupar o lugar ao meu lado ─ Quis observar as estrelas. ─ comento, analisando seu rosto.

Seus nariz e suas bochechas estavam vermelhos por conta do frio, e seus olhos estavam entre-abertos.

─ De repente essa parece uma boa ideia. ─ ele sorri e eu assinto, estremecendo quando uma rajada de vento me atinge ─ Está com frio? ─ concordo prontamente e me surpreendo ao sentir seus braços fortes me envolverem em uma abraço
quentinho ─ Espero que ajude.

Escondo meu rosto em seu pescoço e, assim, me permito sorrir. É o nosso primeiro abraço depois de cinco anos e, honestamente, eu me sinto bem com isso. Ouvir sua versão da história esclareceu muitas coisas e me ajudou a entender que ele teve seus motivos, mesmo que tenha feito algumas escolhas erradas.

─ Sabe, eu gostei muito da história que você contou para a Minjoo outro dia. ─ ele comenta, apoiando seu queixo no topo de minha cabeça.

─ A do sol e da lua?

─ Essa mesmo. ─ ele confirma ─ Eu sempre me fascinei por esse seu amor pelas estrelas e, se eu pudesse, te daria todas elas. ─ sua voz é tão pura e doce que faz meu coração se derreter ─ Durante esses cinco anos, eu pesquisei bastante sobre esse assunto, porque sentia que isso me aproximava de você e acabei encontrando alguns contos parecidos com o seu.

─ Jura?

─ Sim. ─ ele confirma ─ Quer ouvir uma história? ─ apenas assinto, esperando ansiosamente ─ Certo dia, o sol pediu a lua em casamento, a lua o amava com todo o seu coração, porém sabia que se dissesse sim, o sol explodiria de felicidade e isso seria fatal, pois o calor e a luz seriam muito altos. Mas, se dissesse não, o sol se transformaria em completa escuridão, com pura tristeza, sem vida em nenhum lugar. Assim, a lua não respondeu ao pedido e, até hoje, Saturno guarda os anéis.

Por algum motivo, senti meus olhos marejarem e minhas mãos tremerem levemente. Assim, acabo deixando cair o pingente que ainda estava entre meus dedos, chamando a atenção de Hyunjin, que se afasta apenas o suficiente para tira-lo do chão antes que afundasse na grossa camada de neve.

─ Você guardou? ─ pergunta surpreso ao reconhecer a peça. Suas pupilas estavam dilatadas e seu olhar continha um brilho diferente e encantador.

─ É claro que sim! ─ exclamo com um meio sorriso ─ Foi o segundo melhor presente que já ganhei ─ comento ─ Minjoo é o primeiro, é claro. ─ completo, vendo um sorriso genuíno surgir em seu rosto.

─ Ela é um doce. Conseguiu até me ensinar a patinar! ─ rio de sua animação ─ O pai dela é o cara mais sortudo e idiota do mundo. ─ o olho confuso e, ao perceber isso, ele se apressa em explicar ─ Não falo de você. ─ riu levemente ─ Falo do outro pai dela. Ele tinha tudo que um cara poderia querer na vida. O homem mais incrível. A filha mais doce e, ainda assim, deixou vocês escaparem.

─ Eu acho que sim. ─ abaixo o olhar, me sentindo culpado instantaneamente.

Agora que vejo as coisas com mais clareza, sinto que preciso contar a verdade a ele, mesmo assim, a coragem parece desaparecer sempre que o olho nos olhos. Ele disse que me ama, mas ainda me sinto inseguro quanto a sua reação ao saber a verdade.

─ Sinto muito por tocar nesse assunto, mas  Kazuha me contou que ele não quis assumir a Minjoo. ─ assinto levemente.

Era o que falávamos para todos que perguntavam sobre o assunto.

─ Eu estou me apegando a ela. ─ confessa ─ Afinal, não tem como não ama-la. Espero que você não se importe de me ter por perto, pois quero estar com vocês. Eu amo você e sempre vou respeitar seu espaço, apenas preciso saber que estão bem.

─ Essa ideia não me parece ruim. ─ sorrio, sentindo um beijo ser depositado em minha testa.

─ O meu pingente está no quarto.─ fala de repente, quebrando o silêncio que havia se instalado entre nós ─ Eu sempre o levo comigo aonde quer que eu vá. ─ sorrio com sua confissão.

─ O sol e a lua sempre estão juntos de alguma forma. ─ pondero.

─Sempre.  ─ ele confirma com a voz
suave ─ A lua está linda hoje ─ sinto meu coração acelerar por saber o que aquilo poderia significar.

Eu me sinto bem com essa nossa repentina aproximação e pretendo faze-lo entender isso com pequenos gestos, até, finalmente, me sentir pronta para colocar em palavras.

─ As estrelas também.

(...)

ᴀғᴛᴇʀ ᴛʜᴇ sᴛᴏʀᴍ❄ 𝟐° 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐨𝐫𝐚𝐝𝐚 | ᴠᴇʀsᴀ̃ᴏ ʜʏᴜɴʟɪx ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora