fourteen.

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Como de costume, depois da aula todos foram para o dojô para ter mais uma aula de karatê. Sofia estava um pouco mais afastada dos amigos, sentada no chão se alongando, ainda estava um pouco abalada com o encontro que teve com sua mãe na noite anterior, então não estava muito no clima para participar das brincadeiras com seus amigos.

— O que acham? Imbecil 1 e Imbecil 2? — Falcão sugeria apelidos para dois novos alunos, Mitch e Cris.

— Acho que tá mais pra Dondoca e Panaca. — Aisha disse fingindo pensar, tirando risadas de Falcão e Bert.

— Eu sou o Chris. — o de camisa azul disse sem jeito.

— Por acaso eu disse que podiam falar? — o de moicano disse aumentando o tom de voz, fingindo estar bravo. Ele se divertia muito zoando os novatos.

— Pessoal, relaxa. Eles tão zoando com vocês. — Miguel chegou do nada, tranquilizando os garotos enquanto os comprimentava com a mão. — E todo mundo sabe que vocês são o Bundão e Babaca.

— Eu sou o Bundão. — disse Mitch, escolhendo o apelido que ele considerava menos pior.

Assim que terminou de comprimentar os outros colegas, foi atrás da ruiva, que mesmo tentando disfarçar, ele notara que ela não estava muito bem.

— Aí, como você tá? — disse sentando do seu lado, começando a se alongar também.

— Eu tô bem. — disse simples.

— Não mente pra mim.

— Não, sério, tô bem. Claro que não é nada fácil ter uma mãe alcoólatra que não tem um pingo de responsabilidade, mas eu tô acostumada.

— Não deveria estar.

— Eu sei disso, mas não tem muito o que eu possa fazer. Ainda bem que eu tenho o Johnny, que pode não ser o exemplo de pai do ano, mas ele tenta, e isso é suficiente pra mim. — ela sorriu ao lembrar do pai, com quem a relação tem melhorado cada dia mais. — Não é nada com o que eu não consiga lidar.

— De qualquer forma, você sabe que eu estou sempre aqui, não sabe? — ele sorriu carinhoso.

— Eu também sei disso. — ela sorriu de volta, mas virou a cabeça ao ouvir o barulho do sininho da porta para ver quem tinha entrado, e ficou surpresa com o que viu. — Mas que merda é essa?

Ela se levantou rapidamente indo na direção do homem, que até então ela achava que estava morto, deixando um Miguel confuso no chão.

— O que você tá fazendo aqui? — disse ríspida. — Você não devia estar enterrado a sete palmos do chão?

— Você deve ser a Sofia. — disse ignorando os comentários anteriores da garota. — Você é igualzinha ao seu pai.

— E se você não sair daqui em 5 segundos eu mostro pra você que sei dar uma surra igualzinha ele.

— Esquentadinha, gostei disso.

— Olha aqui, seu velho desgraçado-

— Oi, eu posso te ajudar? — o latino interrompeu a conversa.

— Não, mas talvez eu ajude você. — respondeu deixando o mais novo mais confuso ainda.

— Qual seu problema? Eu disse amanhã. — Johnny também interrompeu a conversa.

— Amanhã, hoje. — deu de ombros. — Quem liga?

— Espera aí, você sabia que ele estava vindo? — Sofia perguntou incrédula. — Meu Deus, eu sou a única dessa família que pensa?

— Filha, a gente conversa em casa e eu te explico tudo. — o loiro tentava acalmar a filha. — Confia em mim.

Ela deu mais uma olhada para o homem misterioso antes de bufar se dando por vencida. Era John Kreese, ele era o fundador do Cobra Kai e foi sensei de seu pai quando ele era um adolescente, o qual também tentou matá-lo quando ele perdeu o regional para Daniel Larusso. Ele era mais um do qual ela cresceu ouvindo tudo de ruim a respeito e não entendia como depois de tudo isso Johnny podia lhe dar uma segunda chance. Não entendia nem como ele conseguiu se fingir de morto por anos. De qualquer forma, não havia muito o que ela pudesse fazer, a não ser aceitar.

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