sixteen.

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Mais um dia no dojô. Sofia estava saindo do vestiário depois de ter colocado seu kimono, pronta pra começar a se alongar e treinar, quando foi abordada pela amiga.

— Você precisa ver isso aqui. — Aisha falou sem rodeios.

— Ah, oi amiga! Eu também tô bem, meu dia está sendo ótimo. — disse sarcasticamente por Aisha nem a ter cumprimentado.

— Para de ser besta. — ela deu um tapinha na cabeça da amiga. — Olha isso.

Ela tirou se celular do bolso e deu play em um vídeo onde Daniel Larusso fazia propaganda de seu novo dojô chamado Miyagi-Do, onde ele iria dar aulas de karatê de graça e até tinha jogado uma indireta os chamando de "cobras traiçoeiras".

— Mas que merda?!

— Pois é, eu tive a mesma reação.

— Mas isso não vai ficar assim, não mesmo.

E sem esperar nenhuma resposta, ela foi até o escritório do pai, decidida a fazer algo.

— Pai, você viu o que o desgraçado do Larusso fez?. — Sofia entrava sem se preocupar em bater, fazendo uma careta vendo que Kreese também estava ali. — Eca, você ainda tá aqui.

— Se for sobre o comercial, sim. Eu já vi essa palhaçada.

— Quem ele pensa que é? Ele nos ataca de graça falando mal do nosso dojô e nós ainda somos as "cobras traiçoeiras"? — fez aspas com as mãos. — Ele se acha tão fodão com aquelas árvores idiotas mas ele precisa falar da gente pra ter alguma credibilidade. Nós vamos revidar, não vamos?

— É claro que nós vamos, um Cobra Kai nunca aceita a derrota. Eu sei exatamente o que eu vou fazer com ele, eu tenho um plano e você está inclusa nele. — Johnny apontou pra filha, que sorriu ansiosa pra saber o que iriam fazer. — Mas eu só vou te contar depois, tenho que dar uma aula primeiro.

— Nesse plano eu vou pelo menos poder chutar a cara do Larusso?

Johnny riu vendo que Sofia era uma mini versão dele, porém ruiva e com gloss de morango. Cada dia que passava ela mostrava ser mais parecida com o pai e fazendo jus ao apelido de "mini sensei" que ganhou dos amigos e colegas de turma.

— Desde que ninguém saiba que eu estou envolvido nisso, manda ver. — ele fez um high-five com a filha antes de sair do escritório para poder começar a aula. — Vem, tá na hora.

Ela deu o primeiro passo pra seguir seu pai, mas foi impedida por Kreese.

— Eu gosto de como você pensa, Sofia. — ele começou, enquanto acendia um charuto.

— Eu não ligo pra o que você acha. — disse ríspida, mas ele apenas riu.

— Você tem a língua afiada, é durona, não aceita a derrota. É uma verdadeira Cobra Kai. — seu olhar vacilou um pouco. Por mais que não gostasse de Kreese, essas palavras mexeram com ela. — É igualzinha ao seu pai.

— Eu escuto bastante isso. — ela se permitiu sorrir um pouco.

— E deve se orgulhar, Johnny Lawrence foi o meu melhor aluno, e agora você é a melhor aluna dele. Você é o legado do Cobra Kai, é uma grande responsabilidade, você acha que aguenta?

— Posso lidar com qualquer coisa. — ela arrumou a postura e falou com convicção.

— Ótimo, porque nós vamos precisar dessa garra quando chegar a hora de mostrar para o mundo o que é ser um Cobra Kai de verdade. Agora vai, seus colegas devem estar te esperando.

Ela assentiu e obedeceu. Mas as palavras de Kreese ainda ecoavam em sua cabeça. Seu novo pensamento era que talvez, seu retorno não tenha sido tão ruim assim.

🥋

O Cobra Kai iria fazer uma apresentação no festival do quatro de julho. Depois de uma ameaça de Johnny e talvez um suborno de Kreese ao organizador, eles iriam interromper a apresentação do Miyagi Do, como uma forma de vingança pelo comercial. Normalmente seria infantil dois adultos agirem dessa forta, mas foi Daniel que provocou primeiro, eles estavam apenas revidando, e sinceramente, eles nem se importavam se estavam sendo infantis ou não.

O dojô estava vazio, a não ser por Sofia e Falcão, que ficaram até mais tarde com a desculpa que estavam treinando sua apresentação para o festival, mas todos sabiam que eles aproveitariam para passar mais algum tempo juntos. E principalmente, sozinhos.

Falcão segurava o amortecedor, enquanto Sofia treinava seus chutes. Ela ria enquanto chutava sem parar, cada vez colocando mais força nas pernas, era sua parte favorita em todo o karatê, não era atoa que era sua especialidade.

— Amor, você não quer dar uma pausa? Você tá nessa a uma hora. — ele dizia impressionado como ela não parecia nenhum pouco cansada.

— Posso fazer isso o dia todo. — respondeu sorrindo convencida.

— Ah, é? Eu dúvido.

— O que disse?

— Eu disse que eu dúvido. — ele repetiu, o garoto de moicano debochava, queria provocar a namorada, e estava conseguindo. — Acho que tá fraquinho ainda.

— Você sabe que eu tenho muita mais experiência que você, não é? — ela perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Eu tenho o dobro do seu tamanho. — Falcão sorriu ladino, ainda não desistindo desse joguinho.

— Você é no máximo dez centímetros mais alto. — riu debochada, começando a ficar realmente irritada. — Eu acabaria com você se quisesse.

— Manda ver. — foi a última coisa que ele disse antes de começar a se defender dos golpes que sua namorava dava.

Sofia sabia muito bem que Falcão só queria a provocar para lutarem, (e também porque ele achava que ela ficava uma gracinha com cara de brava) então ela daria o que ele queria.

Ela atacava, dando golpes um atrás do outro, enquanto o garoto apenas se defendia, sem revidar. Ambos sorriam, se divertindo com a situação. Em um momento de distração da ruiva, Falcão conseguiu segurar seu braço, a imobilizando e a prensando na parede.

— Te peguei. — ele sorriu convencido por ter ganhado a "luta" deles.

O garoto puxou seu queixo, e se aproximou para beija-lá, mas é claro que Sofia não iria se dar por vencida, foi sua vez de se aproveitar que Eli não estava em posição de luta, e em um golpe só ela o fez dar um cambalhota e cair no chão.

— Acho que eu que te peguei. — ela sorriu da mesma forma que ele havia sorrido antes enquanto subia em seu colo e segurava seus braços, impedindo que ele fizesse qualquer movimento.

— É, você realmente me pegou, e seu prêmio é um beijo meu, pode vir pegar.

Eles sorriram um para o outro uma última vez antes da garota beijar o namorado. Ela finalmente parou de segurar os braços de Falcão, o que fez ele segurar em sua cintura e se levantar, com ela ainda em seu colo, fazendo com que os dois ficassem sentados.

Eli pediu passagem com a língua, o que foi imediatamente cedido. Sofia tinha uma mão apoiada em seu peito e a outra em sua nuca, onde fazia um leve carinho. Era um beijo intenso, mas sem segundas intenções, sem pressa.

Eles não sabem quanto tempo ficaram ali, aproveitando a presença um do outro, era mais que certo que perdiam a noção do tempo quando estavam juntos. Era como se entrassem em um universo paralelo onde só os dois existissem, nada mais importasse e tudo fosse perfeito. Eles eram o porto seguro um do outro.

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