— Cyberbullying não é engraçado. Enviar uma mensagem cruel para alguém pode ser tão prejudicial quanto falar na cara da pessoa. Eu não vou citar nomes, mas outro dia eu recebi uma ligação de uma mãe reclamando que o filho estava chorando porque alguns alunos tiraram sarro da deformidade facial dele.
Mesmo não citando nomes, todos sabiam de quem ela estava falando, o que fez todos olharem para a mesa do quarteto e começarem a cochichar, deixando Eli extremamente constrangido, e levando a mão para sua boca, escondendo sua cicatriz. Nesses últimos dias que havia passado com os meninos, Sofia havia percebido que isso era um costume constante do garoto.
— Sério? Esse discurso era para ajudar em algo? Porque tudo o que ela conseguiu fazer foi deixar o Eli ainda mais desconfortável. E deformidade? Para uma educadora ela foi tão insensível falando dessa forma. — a ruiva disse incrédula.
— Tá tudo bem, eu já tô acostumado.
— Isso é pior ainda.
— Se estiverem cansados disso, o meu dojô de karatê tá recrutando alunos. — Miguel se pronunciou pela primeira vez.
— Você ouviu isso, Eli? É só treinar um pouco de karatê e você sai batendo em todo mundo. — Demetri debochou.
— É, não acho que karatê seja muito a nossa praia. — Eli apoiou o amigo.
— Ah, qual é? Meu pai é faixa preta no karatê e me ensinou um pouco quando eu era criança, é bem legal na verdade, te da confiança e disciplina, seria bom pra vocês pelo menos aprenderem a se defender do bullying. Eu ia adorar voltar a treinar, até iria nesse novo dojô com você se a cafeteria não ocupasse todo meu tempo. — Sofia lamentou.
— Por mais tentador que isso seja, acho que nós preferimos passar a tarde no computador do que pagar para apanhar. Não é, Eli?
— É-é, mas também seria bom fazer alguma atividade diferente, só pra variar um pouco, e como a Sofia disse, a gente podia se defender — respondeu nervoso, o que fez o amigo o olhar indignado com a rápida mudança de opinião.
Miguel sorriu discretamente, notando o que estava acontecendo. E com certeza ele faria algo sobre isso.
— E mais uma coisa, estamos ansiosos para o baile de Halloween, e vamos garantir que as fantasias não sejam culturalmente ofensivas. As meninas, por exemplo, ao invés de uma enfermeira sexy, vocês podem se fantasiar de uma funcionária de hospital comum. — a diretora continuava, causando várias reviradas de olhos de vários alunos.
— Até parece que eu vou fazer isso. Aliás, eu tava pensando em vir de chapéuzinho vermelho, o que vocês acham?
— É uma fantasia legal, mas acho que você combinaria mais com o lobo mal. — é claro que Demetri não perderia uma oportunidade de implicar com a nova amiga.
— Sim Demetri, e você seria a vovózinha. — implicou de volta. — Você já tem até as rugas e o cheiro de gente velha guardada no armário. — recebeu um dedo do meio do amigo, enquanto os outros riam.
🥋
Eli, Demetri e Miguel estavam na aula de matemática sentados juntos, mas mais conversavam do que estudavam. Sofia era a única do grupo que não tinha essa aula nesse horário, o que, claro, irritou a garota, que fez um drama dizendo que a diretora estava sendo "ruivafóbica" por a tirar de perto dos meninos. Ela estava feliz por finalmente ter feito amigos, os quatro realmente haviam se aproximado nos últimos dias, até mesmo Eli estava conseguindo deixar sua timidez de lado e se enturmar mais, já que Demetri vinha sendo seu melhor e único amigo desde que se entendia por gente.
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changes | cobra kai
Fiksi PenggemarOnde Sofia está cansada de viver com uma mãe negligente, e vê uma oportunidade de sair dessa situação quando seu pai, Johnny Lawrence, decide reabrir o antigo dojô de sua adolescência, o Cobra Kai. ( falcão x oc )