Capítulo 17 - Natal e Ano Novo, 2021

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Como eu queria ser como a Bruna, transar e esquecer. Mas não, eu não tirava aquela cretina da cabeça. No dia 22, outra vez pensando nela, me lembrei que Heloísa tinha comentado, numa das conversas na casa de praia, que viajaria com Taís no Natal e Ano Novo para fora do país. Ou seja, talvez Bruna passasse o Natal sozinha.

— Mas você não tem nada a ver com isso, Alice! Deixa ela lá na dela!

Ocorre que não adiantou eu me dizer isso verbalmente, porque não parei de pensar na possibilidade de ela ficar sozinha no Natal. Então, no dia 23, criei coragem e liguei para ela:

— Oi, Bruna. Tudo bem?

— Oi, Alice. Tudo bem e com você?

— Tudo bem também. — Engraçado como sempre respondemos isso, mesmo as coisas não estando tão bem. — Bom, liguei pra perguntar pra onde você vai na noite de Natal.

— Caio até me chamou para passar com a família dele, mas... acho que não vou. Talvez eu acabe aqui em casa mesmo me empanturrando com a rabanada da Rita. — Riu.

— Quero te fazer um convite, então. Quer passar o Natal com a minha família? A gente sempre faz uma ceia na casa dos meus pais.

Como ela ficou em silêncio por alguns segundos, continuei:

— Mas você fica à vontade pra aceitar ou não, tá?

— Fico agradecida pelo convite, vou aceitar sim.

— Que bom. — Tentei não parecer empolgada. — Vou te passar o endereço da casa deles pelo WhatsApp. Tá marcado para às 21h, ok?

— Ok, o que eu preciso levar?

— Nada. A ceia é simples, só se você quiser comer alguma coisa chique... — Ri. Ela também.

— O Dudu vai tá com você?

— Vai. Ele passa o dia 24 comigo e o 25 com André.

— Ah, ótimo. Então, até amanhã.

No dia seguinte, Guma e Carla passaram para buscar Dudu e eu. Chegamos na casa dos meus pais e já estava tudo pronto. Antigamente, minha mãe fazia tudo sozinha. De uns tempos para cá, eu e Guma contratávamos um buffet, que fazia toda a comida, e uma decoração para evitar que ela se cansasse.

— Pensava que a moça ia vir contigo. — Minha mãe perguntou quando nos cumprimentávamos.

— Não, ela vem sozinha. Deve tá vindo, ainda não são 9 horas.

— Vocês estão...

— Não, mãe. — Interrompi prontamente. — Ela é minha amiga.

Bruna chegou uns quinze minutos depois, segurando um champanhe Veuve Clicquot Brut de 1 litro e meio numa mão e, na outra, um cheescake de frutas vermelhas. Ela estava muito estilosa, como sempre, vestida com uma calça preta social, uma camisa vermelha de mangas longas dobradas e, nos pés, sapatos Oxford pretos. Os cabelos curtos penteados para trás, parecia aquelas artistas de cinema. Eu achava um charme! Me fazia tremer na base.

Fiquei imaginando o que meus pais diriam sobre aquele estilo desfem dela. Isso não foi alvo de comentário, nem naquela noite, nem em outra ocasião. Foi bem tranquilo, pelo menos eles nunca comentaram nada comigo.

Depois que apresentei ela para meus pais e para Martim e ela cumprimentou Guma e Carla, pois já os conhecia, Dudu apareceu correndo em direção a ela, que se abaixou para abraçá-lo.

— Tia Bruna, tava com saudade de você!

— Eu também, Dudu. Ó, trouxe um presente de Natal, mas ficou no carro. Você quer que eu pegue agora ou...

A+B=∞ - A expressão de um amor improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora