Meu namoro com Bruna estava fazendo um ano. Eu estava feliz, pois a gente convivia bem e o sexo continuava maravilhosamente perfeito. Além disso, nossas famílias conviviam em harmonia também. Fiquei com receio de que a diferença entre as classes sociais fosse interferir no relacionamento entre eles, mas isso não aconteceu. Inclusive, passamos o Natal de 2022 juntos na mansão de Heloísa. Meu pai era quem mais me preocupava, porque ele era muito calado e sempre queria saber se ele estava se sentindo à vontade. Já minha mãe parecia que nunca tinha sido pobre. Não se envergonhava de nada, conversava sobre tudo e não se achava menos do que ninguém por conta do dinheiro. Ela era demais! E dava para perceber que Heloísa e Taís gostavam muito dela. E, óbvio, que isso me deixava radiante.
Até onde eu sabia, nunca houve traição por parte de Bruna. Sabia que era difícil para ela se manter fiel. Foi toda uma vida com as mulheres caindo aos pés dela. Mas eu sentia que ela tentava. Nos primeiros meses do nosso relacionamento, eu vi ela dispensando ligações, que eu sabia que eram dos ex-contatos. Nessas vezes, ela fazia questão de dizer que ia bloquear e fazia isso na minha frente. Então, depois de alguns meses de namoro, ela ganhou ainda mais minha confiança.
Um desses contatos era Paloma. Não adiantava Bruna bloquear a mulher, porque ela sempre ligava de números diferentes. Eu achava que ela tinha sérios problemas para serem trabalhados, porque não era possível uma pessoa se humilhar tanto para outra assim. Chegava a dar pena!
André passou a conviver mais com Bruna, mas eu sentia que ele não ia muito com a cara dela. Mesmo assim, ele não trouxe problemas para nós. Já em relação a Dudu, Bruna muitas vezes agia como uma mãe. Era nítido que eles se amavam. Um dia, ele chegou até a perguntar se Bruna era a outra mãe dele. Mas, depois de conversar com ela, conversei com ele e disse que não, mas que isso não impedia ele de amá-la muito. Então, o título de "Tia" permaneceu. O assunto sobre filhos nunca tinha sido pauta entre nós. E eu ficava mais tranquila por achar que Bruna não queria ter filhos, porque eu não queria mais. Só se a vontade aflorasse em outro momento, o que eu achava difícil.
No carnaval desse ano, resolvemos curtir por Fortaleza mesmo. Juntamos os amigos e fomos a uma festa. Estava muito animado e tinha muita música e muita bebida por causa do all inclusive. Numa hora, pelo meio da festa, com o álcool correndo no sangue, voltei do banheiro e vi uma mulher conversando com Bruna, toda cheia de sorrisos. Meu sangue ferveu dentro de mim, não por ela, mas porque Bruna também sorria e conversava animada. Me aproximei, abracei a cintura dela e sorri para a mulher, que falou:
— Oi, prazer, Luciana. Você é...
Dei a mão para a mulher, que era mais velha e muito bonita, e disse:
— Alice.
Pensei em completar com "namorada da Bruna", mas quis ver se a própria Bruna faria isso. E a minha raiva aumentou, porque ela não disse. Então, permaneci calada, e nessa hora, um homem se aproximou, abraçou a mulher e lhe deu um selinho.
— Alice... — Bruna falou. Sem me chamar de "amor", como nós nos chamávamos naquela altura. — Conheço a Luciana e o Alberto há uns anos, mas fazia tempo que não os via.
— Saudade daquelas festas deliciosas.... — Alberto falou.
Festas deliciosas? Será que Bruna já ficou com essa mulher? Ela já me disse que ficou com algumas mulheres casadas!, pensei. Notei que a fisionomia de Bruna murchou um pouco. Ela deu um sorriso insosso e mudou de assunto:
— Estão gostando da festa?
Depois que eles responderam, Bruna disse que ia encontrar os amigos. Pegou na minha mão e nos afastamos até encontrar Luana, Rodrigo e o restante do grupo que estava com a gente. Nessa hora, ela me abraçou para dançar e eu não aguentei:
VOCÊ ESTÁ LENDO
A+B=∞ - A expressão de um amor improvável
RomanceAlice foi uma garota fora dos padrões de beleza que a sociedade impõe, mas, apesar do bullying sofrido na escola por conta disso, ela conseguiu mostrar todo seu potencial nos estudos. Na faculdade de medicina, conheceu André com quem teve um filho...