Passamos quase dois meses separadas. Foram os piores dias da minha vida! Não ter Bruna acordando ao meu lado, não ver ela brincar com Dudu, não ter aquele corpo delicioso e quente em cima do meu me fizeram cair numa melancolia tão grande que minha mãe e Luana precisaram conversar comigo. Até as pessoas do hospital notaram que eu não estava bem. Ia trabalhar sem um pingo de vontade.
Nesses dias, Bruna tentou contato por diversas vezes pedindo perdão e querendo voltar. Mas, mesmo amando muito ela, eu não conseguia perdoar. Realmente, ela tinha quebrado a confiança que ela mesma construiu, estraçalhando o que para mim é um dos alicerces de um relacionamento.
Mesmo ela dizendo que não sabia se tinha transado mesmo com Paloma, eu não acreditava que não tinha acontecido. E o pior é que imagens dela fazendo sexo com Paloma me assombraram demais durante esse tempo. Foi terrível! Outra coisa péssima foi Dudu perguntando por ela direto. Tive que dizer que tínhamos terminado o namoro. Ele ficou bem tristinho, o que me deixou ainda mais triste.
Luana até tentou me fazer sair para espairecer e, quem sabe, conhecer gente nova. Mas tudo que eu menos queria era conhecer gente. Foram dias em que, no máximo, fui visitar meus pais. Depois que chegava do trabalho, ficava com meu filho até ele dormir e, depois, ia ver TV. Nem livro eu consegui ler, porque não conseguia me concentrar.
Certo dia, em meados do mês, Bruna apareceu lá em casa sem avisar. Talvez se ela tivesse me avisado, não teria permitido a entrada dela. Como já era conhecida de todos os porteiros, conseguiu subir sem ser anunciada. Era noite e tinha acabado de colocar Dudu para dormir.
— O que você tá fazendo aqui, hein? — Falei assim que abri a porta.
Apesar do meu jeito rude, meu coração não ficou imune à presença dela.
— Além de precisar te ver, porque tô com uma puta saudade, eu fui atrás da Paloma...
Eu também estava morrendo de saudade. Parte de mim, queria me jogar nos braços dela e sentir aquele beijo divino de novo. Mas a outra parte, a que não conseguia perdoar e estava ainda muito machucada, foi mais forte e me conteve. Fechei a porta e caminhei até o sofá, dizendo irônica:
— Você veio aqui pra me dizer isso?! O que foi, vocês voltaram?
Ela tinha me seguido e falou, sentando ao meu lado:
— Claro que não, né, Alice! Fui atrás dela pra provar que não houve nada entre nós! E finalmente consegui.
Ela tirou o celular do bolso da calça e deu play num vídeo. Era uma conversa entre ela e Paloma. Resumindo: Paloma dizia que queria mesmo nos separar e se aproveitou que Bruna estava muito bêbada para tirar a foto e fazer com que tanto eu quanto ela, Bruna, acreditássemos que elas tinham feito sexo.
— Eu sentia que não tinha feito nada, Alice. Você precisa ter certeza de que eu só tenho olhos, coração, tudo pra você. Eu te amo como nunca amei ninguém! O que eu sinto é tão forte que até me fez pensar...
Ela silenciou e eu questionei:
— Te fez pensar o quê?
— Me fez pensar em... casar.
— Quê?! Mas você quase casou com aquela lá!
— Mas você sabe que eu não queria, ia casar por causa dela. Diferente de você... com você eu quero... e muito!
Com o coração aos pulos, perguntei já me sentindo aliviada por saber que Bruna não tinha me traído:
— Você tá me pedindo em casamento, é isso?!
A conversa tinha saído de um pedido de perdão para um pedido de casamento?! Eu estava perplexa! A vontade de me jogar nos braços dela só aumentou.
— Primeiro, quero que a gente volte a namorar... — Ela deu um sorrisinho de lado. — Depois a gente pensa sobre casamento. Se você quiser, claro. — Ela me olhou no fundo dos olhos. — Volta pra mim, amor.
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A+B=∞ - A expressão de um amor improvável
RomanceAlice foi uma garota fora dos padrões de beleza que a sociedade impõe, mas, apesar do bullying sofrido na escola por conta disso, ela conseguiu mostrar todo seu potencial nos estudos. Na faculdade de medicina, conheceu André com quem teve um filho...