O casamento ficou marcado para o dia 22 de julho, um sábado. O clima dessa época do ano aqui no Ceará é agradável, ensolarado com muito vento e sem chuva. Após resolvermos os trâmites no cartório, ficamos de decidir onde seria a festa. Eu tinha certeza de que não queria casar em buffet tradicional. Sempre quis casar na praia ou perto da praia. Então, quando comentei isso com Bruna, ela deu a ideia de fazermos a festa na casa de praia do Porto das Dunas, num fim de tarde, com o pôr do sol como pano de fundo. E simplesmente amei a ideia.
Assim, os últimos três meses tinham sido bem intensos, porque além de trabalhar muito e cuidar de um filho, organizei um casamento. Não sozinha, porque Bruna realmente se envolveu em tudo! Tivemos também a ajuda de Taís, que conhecia muita gente desse ramo. Houve algumas divergências de gostos entre Bruna e eu, mas soubemos contorná-las sem maiores problemas. No fim, tudo ficou do nosso jeitinho.
No dia 22 de julho, Bruna, Dudu e eu chegamos à casa do Porto das Dunas por volta de 9h. A empresa contratada pela decoração já estava arrumando tudo. Lucas, nosso cerimonialista, um gay lindíssimo e competente, corria de um lado para o outro desde cedo. Ele tinha dormido lá, para receber as bebidas que o fornecedor tinha levado na tarde anterior.
Tudo estava ficando lindo! De um jeito meio rústico e com muitas flores, como eu e Bruna queríamos. Prontamente, Dudu quis tomar banho de piscina e eu disse:
— Não dá, meu amor, estão arrumando ela pro casamento. Amanhã, você toma, tá?
Olhei para Larissa, a babá dele, e pedi:
— Lari, leva ele pro quarto lá de cima pra brincar. Lá tem TV, caso ele queira assistir também.
— Certo. — Ela deu a mão para Dudu. — Vamos brincar, Dudu?
Depois de pegar na mão dela, eles saíram para um dos quartos superiores.
Tínhamos contratado, tanto para mim quanto para Bruna, uma equipe responsável por cabelo, roupa, unhas e maquiagem. Além dessas duas, contratamos outra equipe para algumas pessoas da família que iriam se arrumar ali também, como minha mãe, Luana, minhas cunhadas, Caio, Taís e Heloísa.
No centro da sala se estar, parei na frente de Bruna e segurando suas mãos, disse:
— Até daqui a pouco, meu amor. — Dei um selinho nela.
— Até, meu amor.
— Não vá fugir, tá? — Brinquei, mas confesso a vocês que, no fundo, lá no fundo mesmo, tive um pouquinho de medo disso acontecer. Bruna realmente tinha mudado, tanto por causa dos acontecimentos da vida dela, como por causa da terapia que ela tinha começado a fazer desde o sequestro, mas nada é impossível, né?
— Jamais! Tu acha que vou perder a chance de ser a digníssima esposa de Dra. Alice Nunes da Silva?! Nunca!
Rimos e nos beijamos de novo. Em seguida, fomos cada qual para um quarto. Assim que cheguei, me deparei com meu vestido, que esperava por mim numa arara colocada no local. Não podia olhar para ele que eu me emocionava. Deitei numa maca e recebi uma massagem relaxante em todo o corpo. Realmente eu precisava daquilo.
Para facilitar, já fui de cabelo lavado. Dias antes, encontrei o cabeleireiro e escolhi um penteado todo preso, elegante, mas sem muito rebuscamento. Enquanto ele mexia no meu cabelo, a manicure fazia minhas unhas.
Nesse momento, minha mãe, Luana e minhas cunhadas (noiva e namorada dos meus irmãos) chegaram para deixar o momento ainda mais especial. Como tínhamos tempo, parei para conversarmos um pouco antes de elas irem terminar de se arrumarem em outro quarto. A conversa foi regada a espumante e quitutes.
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A+B=∞ - A expressão de um amor improvável
RomanceAlice foi uma garota fora dos padrões de beleza que a sociedade impõe, mas, apesar do bullying sofrido na escola por conta disso, ela conseguiu mostrar todo seu potencial nos estudos. Na faculdade de medicina, conheceu André com quem teve um filho...