Capítulo 6 - Ano passado - Parte 2

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Quem consegue dormir sabendo que vai viajar com Juliette Freire para Paraty? Eu certamente não consegui.

O dia seguinte foi uma mistura de ansiedade e empolgação, imaginando cada detalhe dessa viagem tão especial. Tudo bem que seria uma viagem de "bate e volta", mas isso não diminuía a emoção. Afinal, eu passaria o dia inteiro ao lado dela. Tem coisa melhor?

Quando olhei o celular, vi que Roberta havia me mandado uma mensagem:
"Como foi o almoço com a Ju, amiga??"

Respirei fundo ao ver aquela mensagem. Deveria contar tudo para ela? Será que ficaria chateada por Juliette me chamar para viajar? Mas a Juliette mesmo disse para eu não chamar ninguém... O que eu deveria dizer?

Depois de muito pensar, resolvi contar uma meia verdade:

"Foi perfeito, amiga!! E vou vê-la de novo amanhã."

 Apesar de tudo, eu sabia que a Roberta seria compreensiva quando eu explicasse. Meu pior problema seria a Jaqueline. 

Meu namorado ligou e fez mil perguntas sobre o que eu estava fazendo no Rio. Contei sobre a Juliette, e mesmo sabendo o quanto ela significava para mim, ele não se mostrou muito animado.

- Oi, amor! Como estão as coisas aí no Rio? - ele perguntou, tentando soar entusiasmado.

- Oi, tudo ótimo! Você não vai acreditar, consegui encontrar a Juliette de novo! - respondi, cheia de empolgação.

- Sério? Que legal, - ele disse, mas o tom dele era meio apagado.

- Sim! E tem mais, ela me convidou para uma viagem rápida para Paraty. Vamos amanhã!

- Ah, entendi. Parece divertido, - ele respondeu, mas ainda sem entusiasmo.

- Amor, você não está feliz por mim? - perguntei, sentindo um pouco de frustração.

- Eu estou, é só que... não sei, parece que você está tão envolvida com a Juliette. E eu fico meio de lado, sabe?

Suspirei.

- Eu entendo, mas você sabe o quanto isso significa para mim. Prometo que quando eu voltar, vamos fazer algo especial juntos, lembra?

- Tá bom, eu confio em você. Só não esquece de mim aí, hein?

- Nunca! Você é meu número um! - respondi, tentando aliviar a tensão.

- Então tá, amanhã eu te ligo de novo.

- Ok... Te amo, amor. - falei com carinho.

- Te amo também. Se cuida.

Desliguei com um misto de sentimentos. Queria muito que ele compartilhasse minha empolgação, mas também entendia seu ponto de vista.

Aproveitei o dia para passear no bairro de Santa Teresa, conhecido pela sua atmosfera boêmia e vistas deslumbrantes do Rio de Janeiro. Santa Teresa é um dos bairros mais charmosos da cidade, com suas ruas de paralelepípedos, casas históricas e uma vibrante cena artística.

Enquanto caminhava, minha mente facilmente se distraía, imaginando como seria o meu dia seguinte. Cada detalhe de Santa Teresa me fazia pensar na viagem a Paraty. Será que Juliette me mostraria algum lugar especial que significasse muito para ela? Como seria passar um dia inteiro ao lado da minha ídola, longe da agitação da cidade?

Enquanto admirava as galerias de arte, imaginava as conversas que teríamos durante a viagem, as histórias que Juliette poderia compartilhar. A cada passo no Largo dos Guimarães, pensava nas paisagens que veríamos, nos lugares que visitaríamos e na oportunidade única de conhecer Juliette além dos palcos e dos eventos.

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