Capítulo 9 - Até logo, Rio de Janeiro

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Cheguei ao hotel com uma felicidade indescritível. Cada momento vivido com Juliette se repetia na minha mente, como se estivesse assistindo a um filme. A cada lembrança, um arrepio percorria meu corpo, especialmente ao reviver as aproximações dela.

Dava para acreditar? Passamos uma noite juntas no mesmo hotel, e eu ainda tinha feito uma massagem nela, recebendo uma em troca. Senti suas mãos nas minhas costas, relaxando cada músculo tenso, e senti as minhas mãos aliviando a tensão nas costas dela. Ela viu meu corpo nu, e mesmo com a vergonha que senti, havia algo de intimamente emocionante nisso.

Quando ela voltou a beijar meu rosto, foi uma alegria imensa! Como eu sentia falta... O toque suave dos lábios dela na minha bochecha me fez sentir uma alegria e um calor que eu não experimentava há muito tempo.

E aquele momento na varanda, quando nossos olhares se encontraram e ficamos tão próximas que quase nos beijamos... Eu ainda podia sentir a tensão no ar, a eletricidade entre nós, e o calor que emanava do seu corpo. Quase pude sentir o gosto dos seus lábios, a suavidade do toque. Quando ela se afastou e sugeriu irmos tomar café da manhã, meu coração estava acelerado, e a adrenalina percorria minhas veias.

Revivia cada detalhe: a sensação dos seus dedos no meu cabelo, a ternura nos seus olhos, o carinho em cada gesto. Ela me olhava como se visse algo especial em mim, algo que eu mesma às vezes não conseguia enxergar.

Tudo parecia um sonho, um daqueles que você nunca quer acordar. Mas era real. Cada momento, cada toque, cada sorriso compartilhado. E saber que ela queria me ver de novo antes de eu ir embora me enchia de esperança e felicidade. Eu não sabia o que o futuro reservava, mas estava grata por cada segundo ao lado dela.

Peguei meu celular e vi que tinha mensagens do meu namorado, da Roberta e da minha mãe. Decidi responder primeiro para a minha mãe, dizendo que a viagem estava incrível e que tinha muita coisa para contar para ela.

Meu namorado tinha mandado uma mensagem dizendo que estava com saudades. Respondi dizendo que também sentia falta dele, tentando transmitir sinceridade, mesmo com a mente ainda cheia de pensamentos sobre Juliette.

A mensagem da Roberta perguntava sobre a Juliette. Comecei a gravar um áudio para ela, relatando os eventos de forma cuidadosa. Contei sobre a viagem que se estendeu por causa da chuva e como acabamos dormindo no mesmo hotel. Falei da felicidade que sentia por estar tão próxima da Juliette e como isso era um sonho realizado.

No entanto, omiti todos os detalhes das nossas aproximações e das confusões na minha cabeça. Falar sobre o quanto aquilo estava me afetando emocionalmente parecia loucura, e eu ainda não estava pronta para compartilhar esses sentimentos, nem mesmo com Roberta. Era íntimo demais, algo que eu ainda precisava entender por conta própria.

Enviei o áudio e me joguei na cama, revivendo novamente os momentos mais marcantes da viagem. O carinho de Juliette, a tensão no quase beijo, a ternura nos gestos dela... tudo isso estava gravado na minha mente como um filme que eu não queria parar de assistir.

Estranhamente Jaqueline não me perguntou nada... Bom, mas tudo bem, eu não queria mesmo falar com ela.

Agora, restava esperar pelo próximo encontro e tentar descobrir o que realmente estava acontecendo no meu coração. A ideia de vê-la novamente antes de partir me enchia de expectativa e, ao mesmo tempo, de um medo desconhecido. Mas uma coisa era certa: essa viagem já tinha mudado minha vida de uma maneira que eu jamais imaginaria.

No outro dia, sabendo que o dia da Juliette seria corrido por conta das gravações, eu tentei manter minhas expectativas sob controle. Mesmo pensando nela o tempo todo, não me senti frustrada pela falta de uma mensagem. Decidi aproveitar o dia passeando pela Lapa.

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