Capítulo 34 - Bem-vinda

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Juliette estava radiante no carro, o sorriso estampado em seu rosto desde o momento em que viu meu apartamento vazio. Eu podia sentir a felicidade dela irradiando pela forma como ela não parava de brincar com a ideia de eu passar mais tempo na sua casa.

— Você não faz ideia do quanto isso me deixa feliz — ela repetia, rindo. — Ver que você não tem absolutamente nenhum móvel me dá a desculpa perfeita para te manter comigo.

Dei risada, sabendo que ela estava exagerando um pouco, mas também sentindo o carinho por trás das palavras.

— Só porque não tem móveis agora... — brinquei, olhando para ela de canto. — Mas você sabe que vou comprar tudo, né?

— Vou arrumar alguns imprevistos para você pagar e ficar sem dinheiro para isso. — ela deu risada.

Eu ri mais uma vez, sabendo que ela só estava brincando, mas não resisti a segurar o rosto dela com delicadeza. Olhei nos seus olhos por um momento, admirando aquela mistura de diversão e carinho que sempre via nela.

— Você é tão fofa tentando ser tóxica — brinquei, aproximando nossos rostos.

Juliette soltou uma risada gostosa, inclinando-se mais perto de mim enquanto eu a beijava. O beijo foi suave, cheio de afeto, e por um momento, o mundo lá fora simplesmente desapareceu. Era como se estivéssemos em nossa própria bolha, longe de qualquer preocupação.

Quando nos separamos, ela sorriu de novo, seus dedos deslizando pelos meus cabelos.

— Só quero você por perto, é pedir muito? — disse, com um brilho nos olhos.

— Não, meu amor — garanti, acariciando o rosto dela. — Até porque é só com você que eu quero estar.

Ela suspirou, satisfeita com minha resposta, e voltou a se aconchegar no banco do carro.

— Eu também — sussurrou, ainda segurando minha mão.

Fiquei ali, admirando nossas mãos entrelaçadas, meio que em choque com a realidade da minha vida. Juliette Freire. A mulher que eu sempre admirei, que fez meu coração acelerar tantas vezes como fã, agora era a pessoa ao meu lado. E não só ao meu lado... ela estava apaixonada por mim. Ela, que insistia para eu ficar perto, que me dava esses olhares cheios de carinho e cuidado.

Era surreal. A mulher que eu suspirava vendo na TV, nos palcos, agora suspirava por mim. O jeito que ela me segurava com tanta segurança, como se quisesse garantir que eu nunca fosse embora... como eu poderia querer outra coisa além de estar com ela?

— Você está tão quieta — ela comentou, me tirando dos meus devaneios, sua voz suave, cheia de curiosidade.

Eu sorri, tentando esconder o quanto minha cabeça estava girando com tudo aquilo.

— Só estou pensando em como eu sou sortuda — respondi, apertando sua mão suavemente. — Sempre te admirei tanto, e agora você está aqui, comigo. Parece um sonho.

Ela riu baixinho, inclinando-se para me dar um beijo leve nos lábios.

— E eu sou a sortuda por ter você — respondeu, com aquele sorriso que sempre me desmontava.

Suspirei, percebendo o quanto era verdade. Por mais que eu quisesse ter meu espaço, a verdade é que, sempre que estivesse com ela, eu estaria exatamente onde queria estar. Não importava se fosse na minha casa, na dela, ou em qualquer outro lugar... contanto que estivéssemos juntas, tudo estaria certo.

— Eu não vou a lugar nenhum — garanti, olhando diretamente em seus olhos. — Não tem nada no mundo que me faça querer sair de perto de você.

Ela sorriu, satisfeita, e deitou a cabeça no meu ombro, como se aquele simples gesto fosse a prova de que estávamos exatamente onde deveríamos estar.

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