Capítulo 40 - Resultados

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 Se a Juliette já era carinhosa comigo, imagine agora, com a ideia de que eu estava grávida rondando sua cabeça. Cada gesto dela parecia mais cuidadoso, mais protetor. Ela me mimava de uma forma que me fazia rir, mas também me aquecia o coração. E quando o médico recomendou que eu evitasse esforço físico nos primeiros dias, Juliette praticamente me proibiu de levantar um dedo. Ela não deixava que eu carregasse nada, se oferecia para fazer tudo, e sempre perguntava se eu estava confortável. Era uma atenção que me fazia sentir ainda mais amada, mesmo que às vezes eu me sentisse um pouco mimada demais.

— Amor, eu estou bem — falei, rindo, quando ela insistiu em carregar uma sacola minúscula pra mim.

— Eu sei, mas não custa nada eu cuidar de você e do nosso bebê — ela respondeu com um sorriso radiante.

Todo dia começava da mesma forma, com Juliette me despertando suavemente. Ela sempre dava um beijo carinhoso nos meus lábios e logo em seguida se inclinava para beijar minha barriga, dizendo com uma voz doce:

— Bom dia, meu amor... bom dia, bebê.

Era um gesto tão simples, mas que enchia meu coração de ternura. E para dormir, a rotina se repetia. Antes de apagar as luzes, ela me envolvia em seus braços, dava boa noite para mim e para o nosso bebê, sempre com um beijo suave na minha barriga. Eu me sentia segura, envolta no amor dela, e aquele carinho constante me fazia acreditar que realmente estávamos formando a família dos nossos sonhos.

Por causa das recomendações do médico para eu evitar esforço físico, Juliette decidiu que deveríamos nos conter nos primeiros dias, ou seja: sem sexo. Eu até tentava ser um pouco mais ousada, tentando iniciar algo, provocando-a com beijos mais intensos e carícias, mas ela sempre me segurava com todo o carinho. Seus lábios encontravam os meus de forma suave, e ela me envolvia nos braços, me aninhando como se dissesse silenciosamente que nosso amor não precisava de pressa, que aquele momento de cuidado era essencial.

— Eu quero tanto quanto você, meu amor. Mas agora, o mais importante é você descansar e cuidar de vocês dois — ela dizia, sorrindo, enquanto me beijava com todo o amor do mundo.

Embora um pouco decepcionada, não era nada ruim. Afinal, estar nos braços da Juliette era o melhor lugar do mundo. Cada vez que ela me abraçava, sentia meu corpo relaxar completamente, como se todo o resto deixasse de existir. O calor do corpo dela, a segurança que me passava, fazia com que qualquer frustração desaparecesse. O carinho dela, a forma como me protegida e cuidava de nós, era o suficiente para me lembrar que tudo estava bem e que, acima de tudo, estávamos construindo uma vida juntas.

Ela só me pediu uma coisa: que eu não contasse para ninguém até termos certeza. Nem para os meus pais, nem para a família dela, e nem para minhas amigas. Era como se esse segredo fosse uma proteção, algo nosso, íntimo, até que o bebê fosse uma realidade confirmada. Juliette queria que vivêssemos esse momento de forma calma e sem a pressão de expectativas externas. Eu entendia, mas ao mesmo tempo, a vontade de compartilhar com alguém era enorme, principalmente com a minha mãe. Ela sempre foi minha confidente, aquela com quem eu divido tudo. Saber que estava prestes a dar a ela a notícia de que seria avó me deixava ansiosa. Queria ouvir suas palavras, sentir o apoio que só ela sabia dar. Mas, ao olhar para Juliette, eu sabia que precisava manter isso só entre nós por enquanto. Era um momento tão especial, e ela estava certa em querer que fosse apenas nosso, pelo menos até termos certeza absoluta.

Havia se passado 14 dias desde a inseminação e eu estava ansiosa para acordarmos no dia seguinte e fazermos o teste beta. Assim que terminei o expediente, fui para sala e Juliette sorriu ao meu ver, esticando os braços para que eu fosse até ela.

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