Capítulo 24 - Conhecendo a sogra

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Juliette teve que se preparar para o trabalho, e eu observei enquanto ela se arrumava. Parte de mim queria muito ir com ela, estar ao seu lado em qualquer lugar que fosse, sentir sua presença e apoio. Mas, ao mesmo tempo, a ideia de sair de casa e encarar os repórteres que já deviam estar lá fora esperando, prontos para capturar cada movimento meu, me deixava paralisada de medo.

— Vou ficar aqui em casa.... — murmurei sem jeito. — Não estou com coragem de enfrentar o mundo lá fora ainda.

— Eu entendo, meu amor. — ela disse, enquanto ajustava a jaqueta. — Sei que é complicado, mas queria que sentisse que pode sair comigo, enfrentar isso ao meu lado.

Eu queria responder que sim, que iria com ela, que enfrentaríamos tudo juntas, mas meu coração estava disparado só de imaginar a situação.

— Eu também queria, Ju... — respondi, hesitante. — Mas não sei se estou pronta para tudo isso. Tenho medo de como vão me tratar, de como vão reagir.

Juliette se aproximou e segurou meu rosto com as mãos, seus olhos fixos nos meus, cheios de compreensão.

— Eu entendo, amor. E você não precisa fazer nada com o que não se sinta confortável. — Ela me deu um beijo suave nos lábios, e eu senti um misto de alívio e tristeza.

— Vou ficar aqui esperando por você — murmurei, tentando esconder a decepção na minha voz. Eu queria ser mais corajosa, mas a verdade era que eu ainda não estava pronta para enfrentar tudo aquilo.

Ela sorriu, acariciando meu rosto.

— Tudo bem, meu amor. Um passo de cada vez. Quando você se sentir preparada, estaremos prontas para sair juntas. Enquanto isso, fique tranquila aqui, tá?

Eu assenti, e Juliette se levantou, pegando sua bolsa e se preparando para sair. Ela deu um último olhar para mim antes de ir, e eu consegui sorrir, ainda que de forma tímida.

— Eu te amo — disse ela, antes de sair.

— Também te amo, Mai — respondi, observando-a atravessar a porta.

Assim que a porta se fechou e o silêncio tomou conta da casa, pensei sobre como minha vida mudaria dali para frente. Eu estava prestes a deixar minha casa em Brasília, tudo o que conhecia e era familiar, para viver ao lado de uma celebridade cuja vida era constantemente observada, criticada e comentada por milhões de pessoas. A cada passo que eu desse, a cada escolha que fizesse, teria olhares atentos me seguindo, julgando.

Mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim se acendeu. Uma chama de determinação, de vontade de lutar por aquilo que eu sentia. Não, eu não queria desistir. Muito pelo contrário. Quanto mais pensava, mais percebia o quanto eu estava disposta a enfrentar qualquer coisa para ficar ao lado de Juliette.

Juliette era luz na minha vida. Ela era aquele sorriso inesperado nos momentos difíceis, a calma nos dias de tempestade. E agora, mais do que nunca, eu queria ser parte disso. Queria construir uma vida ao lado dela, independentemente dos desafios que isso trouxesse. Não seria fácil, mas o amor que sentíamos uma pela outra era algo que eu não estava disposta a abandonar.

Decidi, ali mesmo, que iria encontrar uma forma de me adaptar, de me fortalecer. Talvez precisasse de mais um pouco de tempo para me acostumar, para ganhar confiança. Mas estava pronta para tentar.

Precisava agir, tomar as rédeas da situação e começar a construir meu caminho aqui, ao lado de Juliette, mas também por mim mesma. Peguei o notebook e, sentada no sofá, continuei a enviar currículos para vagas no Rio ou que aceitassem trabalho remoto.

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