"R.I.M.M.O.", a nova máquina capaz de apagar memórias seletivamente, promete fazer com que pessoas que sofreram eventos traumáticos em suas vidas possam se esquecer dos momentos difíceis, vivendo como se aquele tempo perturbador nunca houvesse exist...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Estela limpou as palmas das mãos suadas nas coxas; sua ansiedade a estava deixando louca. Ela estava na sala de espera da clínica, aguardando sua vez de ser atendida para usar a R.I.M.M.O.
O ambiente era pequeno, mas muito chique. O sofá, onde ela estava sentada, era macio, num tom leve de cinza e tinha algumas almofadas na cor bege, feitas de um tecido aveludado. Ao lado, o balcão da recepcionista era feito de mármore, com um notebook no centro, e atrás havia um painel de madeira, com a logo da clínica em dourado.
Quando ela revelou o que tanto a perturbava para os amigos, ela deixou um pequeno detalhe de fora, que nem mesmo Arthur sabia o que era. Um grande pequeno detalhe. Seu coração acelerou ao pensar naquele dia outra vez.
Arthur, ao seu lado, deve ter percebido o nervosismo da amiga, pois sussurrou:
— Tá tudo bem?
Ela olhou para ele e murmurou um "Aham", sem muita convicção.
Uma porta, que ficava de frente para o sofá onde estavam, se abriu, revelando uma mulher de jaleco.
— Paciente Estela Fernandes — ela chamou, e a garota se levantou, seguida de Arthur.
A médica sorriu e acenou com a cabeça para que a acompanhassem. Arthur foi o último a passar pela porta, ficando logo atrás de Estela.
Os três passaram por um extenso corredor e entraram numa das portas que haviam ao longo dele. O garoto olhou a placa acima da porta: "Sala 19".
Dentro não era tão bonito quanto a sala de espera. Tinha mais cara de.. Hospital. As paredes eram brancas, assim como os azulejos do piso frio. No cômodo haviam poucos móveis: uma mesa com uma cadeira para a médica e duas para pacientes de um lado, e uma estrutura grande de metal do outro.
Arthur sentiu um calafrio e só então percebeu o ar-condicionado no alto de uma das paredes. Nem estava calor, porque deixavam aquilo ligado?
— muito bem, podem se sentar — a médica falou gentilmente, e esperou que o fizessem. — Primeiramente, eu me chamo Nathalia; é um prazer conhecer vocês. — Ela fez uma pausa. — Estela, eu li o relatório que você enviou à nossa clínica, contando sobre o que você passou. Eu sinto muito pelo o que aconteceu, e entendo o motivo da sua decisão. Mas saiba, usar a R.I.M.M.O é um processo irreversível. Você tem certeza de que quer fazer isso?
— Tenho — disse com firmeza.
— Muito bem, então vamos lá.
A mulher se levantou, e Estela também. As duas caminharam até a estrutura metálica que havia na sala, enquanto Arthur apenas observava.
A máquina era alta, parecendo uma caixa prateada, com uma porta e uma espécie de cabine, ao lado, que era basicamente um computador um pouco grande de mais.
A mulher abriu a porta e a garota entrou. Dentro, havia uma cadeira, onde Estela se sentou, uma telinha, à frente – muito provavelmente, onde as memórias selecionadas iriam aparecer – e uma série de fios saindo das paredes, cada um com uma ventosa na ponta.