Capítulo 2

32 5 9
                                    

Estela limpou as palmas das mãos suadas nas coxas; sua ansiedade a estava deixando louca

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estela limpou as palmas das mãos suadas nas coxas; sua ansiedade a estava deixando louca.
Ela estava na sala de espera da clínica, aguardando sua vez de ser atendida para usar a R.I.M.M.O.

O ambiente era pequeno, mas muito chique. O sofá, onde ela estava sentada, era macio, num tom leve de cinza e tinha algumas almofadas na cor bege, feitas de um tecido aveludado. Ao lado, o balcão da recepcionista era feito de mármore, com um notebook no centro, e atrás havia um painel de madeira, com a logo da clínica em dourado.

Quando ela revelou o que tanto a perturbava para os amigos, ela deixou um pequeno detalhe de fora, que nem mesmo Arthur sabia o que era. Um grande pequeno detalhe. Seu coração acelerou ao pensar naquele dia outra vez.

Arthur, ao seu lado, deve ter percebido o nervosismo da amiga, pois sussurrou:

— Tá tudo bem?

Ela olhou para ele e murmurou um "Aham", sem muita convicção.

Uma porta, que ficava de frente para o sofá onde estavam, se abriu, revelando uma mulher de jaleco.

— Paciente Estela Fernandes — ela chamou, e a garota se levantou, seguida de Arthur.

A médica sorriu e acenou com a cabeça para que a acompanhassem. Arthur foi o último a passar pela porta, ficando logo atrás de Estela.

Os três passaram por um extenso corredor e entraram numa das portas que haviam ao longo dele. O garoto olhou a placa acima da porta: "Sala 19".

Dentro não era tão bonito quanto a sala de espera. Tinha mais cara de.. Hospital. As paredes eram brancas, assim como os azulejos do piso frio. No cômodo haviam poucos móveis: uma mesa com uma cadeira para a médica e duas para pacientes de um lado, e uma estrutura grande de metal do outro.

Arthur sentiu um calafrio e só então percebeu o ar-condicionado no alto de uma das paredes. Nem estava calor, porque deixavam aquilo ligado?

— muito bem, podem se sentar — a médica falou gentilmente, e esperou que o fizessem. — Primeiramente, eu me chamo Nathalia; é um prazer conhecer vocês. — Ela fez uma pausa. — Estela, eu li o relatório que você enviou à nossa clínica, contando sobre o que você passou. Eu sinto muito pelo o que aconteceu, e entendo o motivo da sua decisão. Mas saiba, usar a R.I.M.M.O é um processo irreversível. Você tem certeza de que quer fazer isso?

— Tenho — disse com firmeza.

— Muito bem, então vamos lá.

A mulher se levantou, e Estela também. As duas caminharam até a estrutura metálica que havia na sala, enquanto Arthur apenas observava.

A máquina era alta, parecendo uma caixa prateada, com uma porta e uma espécie de cabine, ao lado, que era basicamente um computador um pouco grande de mais.

A mulher abriu a porta e a garota entrou. Dentro, havia uma cadeira, onde Estela se sentou, uma telinha, à frente – muito provavelmente, onde as memórias selecionadas iriam aparecer – e uma série de fios saindo das paredes, cada um com uma ventosa na ponta.

Memórias apagadasOnde histórias criam vida. Descubra agora