Arthur desligou o motor do carro, estacionado na frente da casa de Bel, e olhou para Estela, no banco do carona.
A garota mexia inquieta na pulseira que estava presa em seu pulso, sem olhar para o garoto.O acessório prateado, com um pequeno pingente de cristal em formato de estrela, fora dado por Arthur, como meio de simbolizar o namoro oficial deles.
Namoro.
Essa palavra ainda era estranha, apesar de incrível.
Bel e Gael ainda não sabiam da notícia, e Arthur e Estela decidiram que uma noite de festa do pijama era a ocasião perfeita para contar, por isso marcaram uma noite na casa de Bel.
Arthur tocou o braço da garota suavemente, a fazendo olhar para ele.
— Tá tudo bem? — ele perguntou.
— Sim — respondeu, sincera. — É só que... estou bem ansiosa. Como será que eles vão reagir?
— Ei, relaxa — a reconfortou, sorrindo. — Eu também estou ansioso, mas tenho certeza de que eles vão gostar da notícia.
Ela sorriu, e ele sentiu um calor se espalhar por seu peito. O garoto se enclinou um pouco na direção dela.
— O quê você acha de darmos a notícia de um jeito diferente?
— Como assim?
— Em um jogo, talvez. Tipo verdade ou desafio.
— Até que não é uma má ideia — falou, rindo. — Acho que vai ser engraçado ver como eles vão reagir.
Ele sorriu.
— Então vamos?
— Sim!
Ambos saíram do carro, e a garota tocou a campainha.
— Oiee! — Bel atendeu a porta, envolvendo a amiga em um abraço apertado. — Vamos, entrem!
Ela se afastou, dando espaço para Estela e Arthur passarem, e depois fechou a porta.
A menina os guiou até a sala de estar, onde tinha cobertores e almofadas espalhadas por todo o chão. Havia também, alguns pisca-piscas nas paredes, iluminando o cômodo com uma luz amarelada aconchegante, e um pote cheio de doces em cima dos cobertores.
Gael estava sentado no meio daquela "bagunça", com uma garotinha no colo. Ela era uma cópia exata dele: cabelos ondulados e olhos castanhos, pele bronzeada, e com um sorriso arteiro no rosto, pronta para fazer bagunça.
Assim que viu Estela, a menininha pulou do colo de Gael e correu até ela, abraçando os joelhos da garota. Estela se abaixou para ficar na altura dela.
— Oi, Liza! Quanto tempo que não nos vemos — disse, passando a mão pelo cabelo da garotinha.
— Oi, tia Estela! — a garota falou, sorrindo.
Liza era a irmãzinha mais nova de Gael, mas apesar do sorriso travesso, ela era uma fofa.
— Não vai cumprimentar o tio Arthur também? — Arthur perguntou, fingindo estar ofendido.
Ela olhou para ele e cruzou os braços, fazendo que não, e mostrou a língua. O garoto abriu um sorriso surpreso.
— Pessoal, desculpa por trazer ela junto — Gael falou, enquanto Liza corria até o colo dele outra vez e abraçava seu pescoço. — Mas minha mãe pediu para eu cuidar dela hoje.
— Não tem problema — Bel disse, indo até ele e se sentando nos cobertores, enquanto Arthur e Estela faziam o mesmo. — A Liza é uma fofa.
— Só se for na sua casa — Gael retrucou, mas sem deixar de rir. — Na minha casa ela faz a maior bagunça possível e sobra tudo para eu arrumar.
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Memórias apagadas
Science Fiction"R.I.M.M.O.", a nova máquina capaz de apagar memórias seletivamente, promete fazer com que pessoas que sofreram eventos traumáticos em suas vidas possam se esquecer dos momentos difíceis, vivendo como se aquele tempo perturbador nunca houvesse exist...