Capítulo 15

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Arthur desligou o motor do carro, estacionado na frente da casa de Bel, e olhou para Estela, no banco do carona.
A garota mexia inquieta na pulseira que estava presa em seu pulso, sem olhar para o garoto.

O acessório prateado, com um pequeno pingente de cristal em formato de estrela, fora dado por Arthur, como meio de simbolizar o namoro oficial deles.

Namoro.

Essa palavra ainda era estranha, apesar de incrível.

Bel e Gael ainda não sabiam da notícia, e Arthur e Estela decidiram que uma noite de festa do pijama era a ocasião perfeita para contar, por isso marcaram uma noite na casa de Bel.

Arthur tocou o braço da garota suavemente, a fazendo olhar para ele.

— Tá tudo bem? — ele perguntou.

— Sim — respondeu, sincera. — É só que... estou bem ansiosa. Como será que eles vão reagir?

— Ei, relaxa — a reconfortou, sorrindo. — Eu também estou ansioso, mas tenho certeza de que eles vão gostar da notícia.

Ela sorriu, e ele sentiu um calor se espalhar por seu peito. O garoto se enclinou um pouco na direção dela.

— O quê você acha de darmos a notícia de um jeito diferente?

— Como assim?

— Em um jogo, talvez. Tipo verdade ou desafio.

— Até que não é uma má ideia — falou, rindo. — Acho que vai ser engraçado ver como eles vão reagir.

Ele sorriu.

— Então vamos?

— Sim!

Ambos saíram do carro, e a garota tocou a campainha.

— Oiee! — Bel atendeu a porta, envolvendo a amiga em um abraço apertado. — Vamos, entrem!

Ela se afastou, dando espaço para Estela e Arthur passarem, e depois fechou a porta.

A menina os guiou até a sala de estar, onde tinha cobertores e almofadas espalhadas por todo o chão. Havia também, alguns pisca-piscas nas paredes, iluminando o cômodo com uma luz amarelada aconchegante, e um pote cheio de doces em cima dos cobertores.

Gael estava sentado no meio daquela "bagunça", com uma garotinha no colo. Ela era uma cópia exata dele: cabelos ondulados e olhos castanhos, pele bronzeada, e com um sorriso arteiro no rosto, pronta para fazer bagunça.

Assim que viu Estela, a menininha pulou do colo de Gael e correu até ela, abraçando os joelhos da garota. Estela se abaixou para ficar na altura dela.

— Oi, Liza! Quanto tempo que não nos vemos — disse, passando a mão pelo cabelo da garotinha.

— Oi, tia Estela! — a garota falou, sorrindo.

Liza era a irmãzinha mais nova de Gael, mas apesar do sorriso travesso, ela era uma fofa.

— Não vai cumprimentar o tio Arthur também? — Arthur perguntou, fingindo estar ofendido.

Ela olhou para ele e cruzou os braços, fazendo que não, e mostrou a língua. O garoto abriu um sorriso surpreso.

— Pessoal, desculpa por trazer ela junto — Gael falou, enquanto Liza corria até o colo dele outra vez e abraçava seu pescoço. — Mas minha mãe pediu para eu cuidar dela hoje.

— Não tem problema — Bel disse, indo até ele e se sentando nos cobertores, enquanto Arthur e Estela faziam o mesmo. — A Liza é uma fofa.

— Só se for na sua casa — Gael retrucou, mas sem deixar de rir. — Na minha casa ela faz a maior bagunça possível e sobra tudo para eu arrumar.

Memórias apagadasOnde histórias criam vida. Descubra agora