O dia seguinte chegou muito mais rápido do que esperavam. O plano era terem ficado acordados até bem tarde, jogando jogos e comendo porcarias, mas ninguém conseguiu ficar acordado durante muito tempo.
Estela foi a primeira a acordar, seguida de Arthur.
— Bom dia — ele sussurrou, a voz meio rouca.
— Bom dia — respondeu baixinho, esfregando os olhos.
Bel, ao seu lado, estava dormindo numa posição desajeitada, com o braço jogado em cima de Gael. Com certeza ela iria acordar com dores nas costas.
Estela bocejou e cutucou a amiga.
— Bel... — chamou. — Já está de manhã. Temos que ir para a escola.
— Hm... — a garota resmungou, se virando para o outro lado, onde estava Gael.
— Bel!— chamou de novo, dando uma leve chacoalhada nela.
— Ah, tá bom... — reclamou se sentando, relutante. Ela abriu os olhos devagar e fez uma pausa, franzindo o cenho. — Que dia é... Ah, hoje é a festa da Clara! — Gritou de repente. Gael acordou, sobressaltado. — Ops, desculpa — disse sincera, mas escondendo um sorriso com a mão. Ele se sentou.
— "Desculpa" — Gael imitou com a voz fina. — Precisava disso tudo só por uma festa? — continuou em seu tom de voz normal, enquanto se espreguiçava.
— Foi mal — falou, ainda rindo.
O garoto balançou a cabeça, sorrindo também.
[ . . ♡ . . ]
A mesa do café da manhã estava repleto de opções. Havia de tudo um pouco: pães, sucos, geleias, bolachas e, é claro, cookies.
— Gente, vamos combinar outro dia para tentarmos hackar aqueles arquivos? — Estela perguntou.
— Até podemos combinar, mas não vai dar para ser pelo notebook da Bel — Gael disse. — O acesso por ele foi bloqueado, se formos tentar outra vez, tem que ser por outro dispositivo.
— Podemos tentar pelo meu computador — Arthur falou.
— Boa! — Bel concordou.
Todos ficaram em silêncio por um tempo.
— Estela, me passa o pacote de biscoitos? — Arthur pediu, apontando para a embalagem.
A garota segurou o pacote, abrindo um sorriso malicioso.
— Aqui está a bolacha — provocou, dando ênfase na palavra. O garoto semicerrou os olhos, abrindo um sorriso também.
— Obrigado pelo biscoito — agradeceu, cínico, e Estela mostrou a língua.
— Vocês já vão começar com isso? — Gael perguntou, sem deixar de sorrir também.
— Eu não sei qual é o certo — Bel disse —, mas vou continuar chamando de bolacha.
Arthur abriu a boca em um "O" risonho e olhou para ela.
— Traidora! — brincou.
Ela deu ombros, tomando seu café.
Após a Escola, Estela se encontrava na casa de Bel, tentando escolher um vestido com a amiga para a tão aguardada festa.— Qual você vai escolher? — Bel perguntou, encarando as opções no armário, à sua frente. Ela já estava pronta, mas a amiga ainda não.
— Não sei — Estela respondeu, se jogando na cama da amiga. — Aliás, porque você tem tudo isso de vestidos? Isso é muita coisa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Memórias apagadas
Science Fiction"R.I.M.M.O.", a nova máquina capaz de apagar memórias seletivamente, promete fazer com que pessoas que sofreram eventos traumáticos em suas vidas possam se esquecer dos momentos difíceis, vivendo como se aquele tempo perturbador nunca houvesse exist...