Capítulo 8

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O dia seguinte chegou muito mais rápido do que esperavam. O plano era terem ficado acordados até bem tarde, jogando jogos e comendo porcarias, mas ninguém conseguiu ficar acordado durante muito tempo.

Estela foi a primeira a acordar, seguida de Arthur.

— Bom dia — ele sussurrou, a voz meio rouca.

— Bom dia — respondeu baixinho, esfregando os olhos.

Bel, ao seu lado, estava dormindo numa posição desajeitada, com o braço jogado em cima de Gael. Com certeza ela iria acordar com dores nas costas.

Estela bocejou e cutucou a amiga.

— Bel... — chamou. — Já está de manhã. Temos que ir para a escola.

— Hm... — a garota resmungou, se virando para o outro lado, onde estava Gael.

— Bel!— chamou de novo, dando uma leve chacoalhada nela.

— Ah, tá bom... — reclamou se sentando, relutante. Ela abriu os olhos devagar e fez uma pausa, franzindo o cenho. — Que dia é... Ah, hoje é a festa da Clara! — Gritou de repente. Gael acordou, sobressaltado. — Ops, desculpa — disse sincera, mas escondendo um sorriso com a mão. Ele se sentou.

— "Desculpa" — Gael imitou com a voz fina. — Precisava disso tudo só por uma festa? — continuou em seu tom de voz normal, enquanto se espreguiçava.

— Foi mal — falou, ainda rindo.

O garoto balançou a cabeça, sorrindo também.

[ . . ♡ . . ]

A mesa do café da manhã estava repleto de opções. Havia de tudo um pouco: pães, sucos, geleias, bolachas e, é claro, cookies.

— Gente, vamos combinar outro dia para tentarmos hackar aqueles arquivos? — Estela perguntou.

— Até podemos combinar, mas não vai dar para ser pelo notebook da Bel — Gael disse. — O acesso por ele foi bloqueado, se formos tentar outra vez, tem que ser por outro dispositivo.

— Podemos tentar pelo meu computador — Arthur falou.

— Boa! — Bel concordou.

Todos ficaram em silêncio por um tempo.

— Estela, me passa o pacote de biscoitos? — Arthur pediu, apontando para a embalagem.

A garota segurou o pacote, abrindo um sorriso malicioso.

— Aqui está a bolacha — provocou, dando ênfase na palavra. O garoto semicerrou os olhos, abrindo um sorriso também.

— Obrigado pelo biscoito — agradeceu, cínico, e Estela mostrou a língua.

— Vocês já vão começar com isso? — Gael perguntou, sem deixar de sorrir também.

— Eu não sei qual é o certo — Bel disse —, mas vou continuar chamando de bolacha.

Arthur abriu a boca em um "O" risonho e olhou para ela.

— Traidora! — brincou.

Ela deu ombros, tomando seu café.
  
   
  
   
   
Após a Escola, Estela se encontrava na casa de Bel, tentando escolher um vestido com a amiga para a tão aguardada festa.

— Qual você vai escolher? — Bel perguntou, encarando as opções no armário, à sua frente. Ela já estava pronta, mas a amiga ainda não.

— Não sei — Estela respondeu, se jogando na cama da amiga. — Aliás, porque você tem tudo isso de vestidos? Isso é muita coisa.

Memórias apagadasOnde histórias criam vida. Descubra agora