Arthur andava pela calçada, girando uma florzinha vermelha entre os dedos. Ele e Estela haviam marcado de saírem, para discutirem sobre a R.I.M.M.O, e iríam se encontrar na mesma lanchonete que foram outro dia. Ele estava um pouco nervoso, era verdade, mas ele percebeu que ficava assim o tempo todo quando estava com Estela. Apenas o fato de pensar nela, fazia seu coração bater mais rápido, o que o preocupava. E se ela não sentisse o mesmo? Ele quase havia a beijado durante a festa de Clara, mas não deu para saber se ela teria recusado o gesto, já que bem na hora, ela caiu.
Ele colocou uma das mãos no bolso da calça, sentindo o pen-drive que estava nele, e olhou para a outra mão, vendo a florzinha vermelha. Arthur pretendia entregá-la para a amiga, será que era muito brega?
Sentindo-se observado, o garoto olhou para trás, e viu dois homens de terno parados na esquina. Franzindo o cenho, Arthur se virou e continuou andando.
Depois de alguns passos, ele parou e se virou outra vez, vendo os mesmos homens. Só que eles estavam mais próximos. O menino arqueou uma sobrancelha e seguiu em frente, ignorando os sujeitos que pareciam estar o observando. Ele checou seu comunicador, no braço direito, e viu que já estava atrasado, então apertou o passo.
— Arthur Lima? — uma voz perguntou após alguns segundos, atrás dele.
Arthur se virou, tenso, e viu as duas figuras de terno, de braços cruzados para ele. Ambas eram fortes e bem mais altas que o garoto.
— Hã... Sim? — ele gaguejou.
— Precisamos que venha conosco. — um deles disse.
— Como assim? Quem são vocês? — Arthur indagou, recuando um passo.
— Somos agentes, estamos aqui apenas para fazer nosso trabalho. — o outro respondeu, ríspido. O garoto franziu o cenho e recuou mais um passo. — O governo tem interesse nas suas atividades recentes, e sugerimos que coopere.
— O quê? — Perguntou, mas já era tarde. Os dois homens se aproximaram e o seguraram pelos braços, levando-o até um carro. — Me soltem! — Gritou, tentando se desvencilhar deles. — Vocês não podem fazer isso!
— Acho bom você parar, garoto — o primeiro sujeito falou.
— Me soltem! — continuou gritando, tentando se debater. Ele foi colocado dentro do carro escuro, nos bancos de trás, e os homens de terno se sentaram um de cada lado dele, impedindo o acesso de Arthur à porta. De repente, algo fino e pontiagudo atravessou o braço do garoto. Com a expressão cheia de horror, ele olhou para o lado, e viu um dos agentes injetando um líquido em seu braço.
— Não se preocupe, isso só vai te manter bem quietinho — o homem disse.
Arthur tentou protestar, mas sua cabeça pareceu ficar pesada feito tijolo de repente, e seus olhos pesaram. Ele apertou um botão em seu comunicador e sentiu a florzinha escorregar de seus dedos. Logo, tudo se apagou.
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Memórias apagadas
Science Fiction"R.I.M.M.O.", a nova máquina capaz de apagar memórias seletivamente, promete fazer com que pessoas que sofreram eventos traumáticos em suas vidas possam se esquecer dos momentos difíceis, vivendo como se aquele tempo perturbador nunca houvesse exist...