Doutora Sofia era habilidosa e extremamente cuidadosa, logo estava com o DIU em mãos, mas Juliette sentia cólicas.
- Calma. Vai passar e eu posso te prescrever um remédio. Será que você suporta uma nova análise? Se não, deixamos para outro dia.
- Eu suporto. Por favor não me esconda nada.
Sofia olhava atentamente para Juliette e acenou positivamente com a cabeça. Iniciando minutos depois um novo exame.
- Juliette ainda não é mãe, mas eu gostaria de saber se você tem vontade de ser?
Juliette pensou em uma doença gravíssima que lhe daria perder o útero e começou a chorar.
Sofia tentou acalmá-la.
- Qual o motivo do choro?
- Meu marido, ou melhor ex marido, desejou tanto um filho e agora nós estamos separados, mas não posso perder o meu útero. Ah meu Deus.
Sofia a olhou e sorriu.
- Não é nada disso. Vou ver se consigo te fazer ouvir uma coisa. Olhe para a tela Juliette.
Juliette olhou para a tela e depois de alguns movimentos de Sofia um som de um batimento cardíaco encheu a sala.
- Esse pontinho aqui é o seu feto. Sete semanas Juliette. A provável data da fecundação foi entre 9 e 14 de dezembro do ano passado. Você não está doente e o seu útero está saudável para o desenvolvimento do seu bebê.
As lágrimas só rolaram na face de Juliette.
- Foi no dia do meu aniversário. Ah meu Deus. Rodolffo...
- É o pai da criança?
- Sim. É o meu marido... Mas nós estamos separados no momento. Ser pai sempre foi o sonho dele, mas e se ele não acreditar em mim?
- Juliette isso é uma situação delicada, mas os exames mostram a verdade e se você não teve outro parceiro.
- Não tive. Ele foi o meu único parceiro na vida. Mas eu estou com tanto medo.
Ela chorou muito e Sofia a amparou. Juliette tremia e a solícita médica lhe trouxe água.
- Tenha calma. Tudo vai dá certo.
- Ele me disse que vai voltar. Que precisamos conversar, mas não sei se ele vem para tentar recomeçar comigo. Foi Rodolffo quem terminou o nosso relacionamento. Eu também não imaginava ficar grávida. Ele é ciente do uso do DIU e sempre se sentia revoltado quando eu fazia as manutenções. Como vou contar para ele que simplesmente o dispositivo saiu de lugar?
- Se houver muitas dúvidas, venham aqui. Não tenha medo.
- Apesar do susto... - ela levou a mão até a barriga. - Eu estou feliz por esperar um bebê. Só desejo que Rodolffo sinta o mesmo. Acha que eu devo contar pelo telefone?
- Como a conversa aparentemente é delicada, eu sendo você, esperaria para dizer pessoalmente.
- Eu não quero que esse filho seja o motivo para ele voltar para mim. Se ele quiser voltar tem que ser pelo o nosso amor e não somente por que estou esperando o nosso fruto.
- Que Deus lhe dê sabedoria, mas tenho certeza que o papai vai ficar feliz com a chegada desse presente.
- Realmente esse é o melhor presente de aniversário que ele já me deu.
Juliette saiu da clínica e tentava controlar as lágrimas, mas elas molhavam seu rosto involuntariamente.
No táxi, ele levou as duas mãos ao ventre e disse baixinho:
- Ele não me fez uma surpresa ou me deu alguma coisa que eu queria muito, como sempre fez e não posso negar que aquilo doeu. Mas sem dúvidas o melhor presente é você meu bebê.
O taxista ouviu e lhe disse:
- Que Deus abençoe e venha com muita saúde.
- Muito obrigada senhor.
Ela disse sorridente, mas ainda com o rosto molhado.
...
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A sua partida
FanfictionO fim nem sempre é fácil, mas por vezes é necessário. Foi assim que Juliette tentou enxergar o fim do seu casamento com Rodolffo, mas as coisas não são tão simples assim.