Capítulo 9: Quando o Ódio Se Transforma... Em Apoio

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Luke Alexander pode ser o garoto mais imbecil, arrogante e narcisista que eu conheço desde muito nova, porém, talvez eu não estivesse muito longe da mesma marginalidade, afinal, nós sempre estamos apostando e nos ferrando por causa disso

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Luke Alexander pode ser o garoto mais imbecil, arrogante e narcisista que eu conheço desde muito nova, porém, talvez eu não estivesse muito longe da mesma marginalidade, afinal, nós sempre estamos apostando e nos ferrando por causa disso.

Neste dia não foi diferente. Por que ceder sempre à sua provocação? Uma pessoa astuta não faria o que eu faço.

Costumava achar que fosse mais inteligente do que ele (obviamente não devo ser), mais esperta (talvez também não), mais atraente (isso depende do ponto de vista de cada um), e mais competente (de novo, provavelmente não). E foi como um estalo perceber, na tarde daquele sábado, que eu não era nada disso. Afinal, lá estava novamente cedendo sob o seu olhar de deboche que, em parte, parecia acreditar em mim e em outra esperar que eu morra afogada.

O real problema é que dessa vez eu corria riscos. O balanço da água da piscina não me acalmou como costumava fazer, mas embrulhou meu estômago forçando-me a lembrar de que precisava de descanso, na verdade. Minha cabeça começou a girar e a tontura veio.

Contudo, aqui estava eu, prestes a competir. E é exatamente nos últimos segundos antes do disparo que me pego pensando em Luke e nas nossas desavenças.

Os seus olhos parecem fixos e eufóricos em mim. Ele era o único na arquibancada que estava ali para me assistir. Meus pais, irmãs, tia ou qualquer outra pessoa que fazia parte do meu círculo social não estava presente. Era óbvio que não viriam, afinal, nem eu mesma devia estar aqui.

Mas, mesmo que ele não viesse, o que eu desejava fortemente que acontecesse, ainda assim faria isso por mim mesma. Minha mãe já havia deixado bem claro de que a competição não passava de algo banal para ela, mas compreendi que precisava começar a atender as minhas necessidades por mim mesma, já que nunca parece ser o suficiente tudo o que eu tento fazer para dar orgulho e paz para os meus pais.

Eu carregaria o meu esforço com grande satisfação, mesmo se não ganhasse uma medalha. Teria orgulho de mim mesma por ter ido até onde meus pés conseguiriam alcançar, mesmo que a tristeza me acompanhasse nesse percurso e não tivesse ninguém ali para comemorar comigo ou apaziguar o desapontamento pela derrota.

Bem, ninguém além de Luke. De uma forma muito estranha, ele faz parte da minha família e aos poucos eu começo a me questionar até onde o envolvimento da minha tia com o pai dele vai. Não que isso fosse um problema, mas é que Luke e eu temos algumas histórias bem... cabulosas. Até, possivelmente, fora da lei.

Quatro anos atrás, por exemplo, nos sentamos juntos numa roda gigante no parque de diversões. Não me lembro do porquê de isso ter acontecido, mas me recordo bem de ouvir ele dizendo que iríamos pular juntos de lá de cima assim que chegássemos no topo. Também me lembro de que eu o encorajei a fazer isso primeiro e, se ele tivesse coragem, pularia depois. Na verdade, nós fizemos uma jura. Era óbvio que eu estava blefando e ele também. Porém, hoje, se eu perder, vou ter que pular o tal barranco do Lago Azul usando a cabeça de abelha da escola. E é nesse instante em que o estalo da tamanha burrice acontece no meu ouvido: por que diabos uma pessoa inteligente deixaria uma imbecil, idiota, narcisista e encrenqueiro convencer de que isso é mesmo uma boa ideia?

𝗤𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗢 𝗢́𝗱𝗶𝗼 𝘀𝗲 𝗧𝗿𝗮𝗻𝘀𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora