Alô-bernal

02

Joana

O pôr do sol estava deslumbrante, com cores quentes que se espalhavam pelo céu de Barcelona. Eu e Marc permanecíamos em silêncio, observando a cidade ganhar uma nova vida à medida que as luzes começavam a brilhar. Era um momento calmo e confortável, sem a necessidade de palavras. E, de alguma forma, isso me fez sentir que, mesmo sem conhecer Marc há muito tempo, já confiava nele como um amigo.

-Esse é o tipo de vista que nunca cansa, não é?-perguntei, quebrando o silêncio de forma natural. Marc sorriu e assentiu.

  -Sim, é como se a cidade respirasse de uma forma diferente a cada pôr do sol. É um dos meus lugares favoritos para relaxar.-

-Posso entender o porque-respondi, enquanto respirava fundo, absorvendo a tranquilidade do momento.-Você parece conhecer bem a cidade. Deve ser incrível ter crescido aqui.

-Foi sim-ele disse, o olhar ainda fixo no horizonte. -Barcelona tem uma energia única, e eu adoro compartilhar isso com as pessoas que vêm de fora. Quero te mostrar tudo que essa cidade tem de melhor, Joana.

A maneira como ele falou, com tanta sinceridade e sem qualquer traço de segundas intenções, me fez relaxar ainda mais. Era reconfortante saber que Marc estava realmente interessado em ser um bom amigo, alguém em quem eu poderia confiar para explorar esse novo mundo ao meu redor.

-Eu adoraria isso- respondi, com um sorriso genuíno. -preciso de todas as dicas possíveis para me adaptar, então estou contando com você.

Marc riu, e aquele som amigável fez com que todo o ambiente se tornasse ainda mais leve.

-Pode deixar, vou te mostrar cada cantinho especial. E quem sabe até te ensinar um pouco de catalão. Vai ser divertido, catalão pode parecer mas não é fácil.

Gostei da ideia e ri junto.
-Vou segurar você nessa promessa!

Marc sorriu, e percebi que, embora estivesse ansiosa para explorar Barcelona, também estava animada com a ideia de construir uma amizade sólida com ele. Não era só a cidade que me atraía, mas as pessoas que eu encontrava, como Marc, que já começava a fazer Barcelona se sentir um pouco mais como casa.

Depois de mais alguns minutos apreciando a vista, decidimos que era hora de ir. Enquanto caminhávamos de volta pelas ruas movimentadas, o clima era descontraído e cheio de risadas. Marc fazia piadas e contava histórias engraçadas sobre sua infância em Barcelona, e eu sentia como se estivesse conhecendo um velho amigo.

Quando chegamos ao café onde tínhamos nos encontrado, ele parou e se virou para mim, ainda sorrindo.

-então, o que você achou do nosso passeio?

-foi ótimo, Marc. Sério, adorei cada minuto. Obrigada por me mostrar tudo isso-respondi com sinceridade.

Ele balançou a cabeça, ainda com aquele sorriso fácil.