07

91 8 4
                                    

Joana

  -saudade daqui, amo Portugal mas barcelona não se compara- pau Victor fala se jogando no sofá do apartamento de idalete e nós as duas olhamos feio para ele.

  - nem venha Victor-idalete fala se jogando do lado dele enquanto Marc se senta na outra ponta e eu me jogo em cima dele fazendo drama.

   -to morrendo de cansaço- falo sussurrando para Marc fazendo carinho na nuca dele, enquanto ele abraça minha cintura e me ajeita de uma maneira confortável para os dois.

   - eu também, daqui a pouco a gente dorme,maracujá- ele estava me chamando assim por conta do meu cabelo com cheiro de maracujá e o fato de eu amar a fruta, de qualquer maneira- nosso jantar tá de pé ainda?

- Tá sim, não esqueci, mas se depender de mim, vamos pedir comida em casa mesmo – falo rindo baixinho, enquanto sinto o toque suave da mão dele nas minhas costas.

- Já está inventando desculpa para não sair? – Idalete diz, com um sorriso brincalhão no rosto, e eu reviro os olhos em resposta.

- Não é desculpa, é praticidade. Quem quer ficar em pé, cozinhando, depois de um dia desses? – respondo, fechando os olhos por um segundo, sentindo o cansaço pesar ainda mais sobre mim.

- Ela tem um ponto – Marc concorda, apertando minha cintura de leve. – Podemos pedir algo aqui, abrir um vinho e relaxar, que tal?

- Eu topo! – Pau Victor levanta a mão, animado, claramente disposto a qualquer desculpa para evitar sair de casa.

- Então está decidido – digo, olhando para Idalete, que balança a cabeça, resignada. Ela sempre gostou mais de sair do que nós três, mas hoje parecia que o cansaço também a tinha alcançado.

- Tá bom, tá bom, mas se amanhã vocês quiserem ficar em casa de novo, eu saio sozinha – ela brinca, já pegando o celular para procurar algo para pedir.

- Prometo que amanhã compensamos – digo, ainda meio perdida no aconchego dos braços de Marc.

- Nem precisa compensar – Idalete responde com um sorriso malicioso enquanto faz uma busca rápida nos aplicativos de entrega. – Só quero aproveitar a noite, onde quer que seja.

- Sempre tão prática, Idalete – Pau Victor comenta, jogando uma almofada nela com uma risada preguiçosa. O clima entre nós era sempre assim, cheio de brincadeiras e provocações leves, mas com uma amizade que já era forte há anos.

Marc, ainda me segurando com aquele abraço confortável, faz um gesto para a garrafa de vinho que estava na mesinha de centro. – Alguém abre o vinho? Já que a gente vai ficar por aqui mesmo, pelo menos vamos fazer isso direito.

- Eu abro! – Victor se levanta com um pulo, fingindo que o cansaço tinha sumido de repente. Ele sempre gostava de tomar a iniciativa em qualquer coisa que envolvesse álcool. Com uma rapidez impressionante, ele pega a garrafa e vai para a cozinha buscar o saca-rolhas.

Enquanto isso, Idalete passa o dedo pela tela do celular, concentrada no que escolher para o jantar. – E aí, pizza ou comida japonesa?

- Pizza! – Eu e Marc respondemos ao mesmo tempo, e rimos em uníssono. Parecia que nossas preferências culinárias sempre se alinhavam, e isso sempre deixava o grupo rindo, como se fosse uma piada interna constante.

Idalete, por outro lado, torce o nariz. – Vocês e essa fixação por pizza… mas tudo bem, democracia vence. – Ela finaliza o pedido, sem deixar de lado aquele ar teatral de resignação.

Victor volta com a garrafa aberta e serve quatro taças, distribuindo para todos nós. – Brindemos, então, ao nosso reencontro em Lisboa – ele diz, erguendo a sua taça.

- Ao nosso reencontro – repetimos em coro, batendo suavemente as taças e deixando o som cristalino ecoar pelo apartamento aconchegante.

Eu me aconchego ainda mais no peito de Marc, deixando o leve calor do vinho invadir meu corpo. Ele beija minha testa suavemente, e sinto que, por mais que o dia tenha sido longo, esse momento de paz era tudo o que eu precisava.

- É tão bom estar de volta – falo, quase para mim mesma, mas Marc me escuta e responde com um sorriso sereno.

- Lisboa é incrível, mas nada se compara à sensação de estar em casa, com as pessoas que você ama. – Ele diz, apertando minha cintura com mais carinho.

Idalete nos olha com um sorriso discreto nos lábios, enquanto Pau Victor, do outro lado do sofá, já começa a tagarelar sobre algum documentário que assistiu durante o voo. As risadas voltam a preencher a sala, junto com o cheiro do vinho e a expectativa da pizza que estava a caminho.

- Barcelona é incrível, mas às vezes sinto falta do clima de Portugal – Pau Victor comenta, olhando para a janela do apartamento e observando o movimento na rua abaixo. – Lisboa tinha aquela energia mais tranquila, sabe? Apesar de ser a capital, nem se compara com o caos de Barcelona

- Nem vem com saudade agora – Idalete responde, rindo enquanto se ajeita no sofá. – Você vive dizendo que Barcelona é a melhor cidade do mundo.

Eu e Marc trocamos um olhar cúmplice; ele sempre vinha com esse papo quando o cansaço batia.

Eu me estico sobre Marc, apoiando minha cabeça no ombro dele. – O que importa é que estamos aqui agora, todos juntos. E com pizza a caminho – digo, tentando trazer o foco de volta para o momento.

- E vinho – Marc complementa, pegando a garrafa e servindo mais um pouco nas nossas taças. – Isso aqui, com vocês, já é o suficiente.

- Totalmente – Idalete concorda, estendendo a mão para pegar sua taça de volta, sem desgrudar os olhos da tela do celular. – Aliás, a pizza já tá chegando. O entregador acabou de me avisar.

- Ah, bendita seja! – Victor se joga no sofá com um suspiro exagerado. – Eu juro que, apesar de amar essa cidade, tem dias em que só quero ficar jogado no sofá, comendo e bebendo com vocês.

- Bem, parece que hoje é um desses dias – digo rindo, enquanto o cansaço do dia começa a dar lugar ao conforto de estar entre amigos.

Marc me puxa mais para perto e murmura em meu ouvido. – Amanhã a gente pode dar uma volta pela praia, que tal? Só nós dois.

- Gosto da ideia – respondo, sentindo o cansaço se dissipar com o carinho e a promessa de uma manhã tranquila à beira-mar. Barcelona pode ser caótica às vezes, mas momentos como esse faziam valer a pena.

O interfone toca, interrompendo a tranquilidade momentânea, e Idalete já se levanta rapidamente para atender. – A pizza chegou!

Enquanto ela vai pegar a comida, Pau Victor se inclina para frente, com um olhar conspirador. – E aí, alguém tem planos para amanhã? Ou vamos todos ficar de ressaca e jogados em casa de novo?

Marc ri e olha para mim. – Acho que amanhã vamos dar um passeio, né, maracujá?

- Com certeza – confirmo, sorrindo. – Mas vocês estão convidados a se juntar, se quiserem.

Victor faz uma careta e sacode a cabeça. – Praia? A essa hora? Passo. Eu vou dormir até tarde.

- Dormir nada! – Idalete grita da porta. – Amanhã a gente vai explorar algum lugar novo. Barcelona é grande demais para ficar dormindo.

- Isso que é energia – Marc comenta, rindo.

Idalete volta com as pizzas nas mãos, e todos nós nos ajeitamos ao redor da mesa. A noite em Barcelona continuava, com pizza, vinho e conversas intermináveis, fazendo cada segundo valer a pena.

Alô-bernalOnde histórias criam vida. Descubra agora