Alô-bernal

06

Joana

Enquanto a música do T-Rex continuava a embalar a noite, eu sentia uma mistura de euforia e cansaço. A energia do festival estava no auge, e o ambiente vibrava com uma intensidade que parecia mágica. O sol havia se posto há algum tempo, e as luzes do palco criavam um espetáculo visual que refletia nas ondas do mar ao fundo.

Eu estava ao lado de Marc, dançando e rindo. O jeito como ele se movia, sempre tentando me fazer rir, fazia a noite ainda mais divertida. As tensões do início da noite pareciam ter desaparecido, e tudo estava em sintonia com a música pulsante. Olhei para os lados e vi Ariana e Hector se misturando com a multidão, aparentemente menos tensos e mais envolvidos na vibração do festival. Embora ainda houvesse uma tensão visível entre eles, era claro que a música estava ajudando a suavizar as coisas.

Luana e Pau Cubarsi haviam retornado ao grupo, e o clima mudou significativamente com sua chegada. Luana estava radiante, e Pau, com seu estilo descontraído, trouxe uma sensação de leveza ao grupo. A maneira como eles se olhavam e se comunicavam revelava uma conexão genuína, algo que parecia refrescante e necessário após as tensões do início da noite.

Enquanto dançávamos juntos, não pude deixar de pensar em como a amizade e a música tinham o poder de nos unir, mesmo diante das pequenas discórdias. Marc estava ao meu lado, seu sorriso travesso iluminado pelas luzes do palco. Ele parecia se divertir tanto quanto eu, e a forma como ele me olhava às vezes fazia meu coração bater um pouco mais rápido. Havia algo especial no jeito como ele se importava, e não pude evitar me perguntar se havia algo mais entre nós, além da amizade.

O festival estava chegando ao clímax, e a energia da multidão era contagiante. Quando o T-Rex começou a tocar uma de suas músicas mais energéticas, me perdi completamente no momento. A sensação de estar cercada por amigos, envolvida pela música e pelas luzes, era indescritível. Eu estava vivendo uma noite que, sabia, guardaria para sempre na memória.

Enquanto dançava, percebi que a noite estava se encaminhando para o fim. Marc se aproximou e, com um sorriso no rosto, murmurou: — Então, sobre aquele jantar, ainda está de pé?

Senti uma onda de alegria misturada com uma pitada de nervosismo. Olhei para ele, piscando. — Talvez, se você continuar sendo o herói que salvou a noite.

Marc riu, e naquele momento, a promessa de um jantar parecia mais uma divertida continuação de uma noite perfeita do que uma obrigação. A verdade é que a noite havia sido incrível, cheia de altos e baixos, mas, no final, tudo se encaixava.

Enquanto começávamos a nos preparar para a próxima fase da noite — quem sabe um jantar ou uma bebida para encerrar a festa —, olhei para meus amigos e senti uma profunda gratidão por estar ali, com eles, vivendo aquele momento.

Enquanto saíamos do festival, o ar noturno estava fresco e reconfortante após a agitação do evento. Marc estava ao meu lado, e eu não pude deixar de sentir uma sensação de expectativa e nervosismo. A ideia de passar mais tempo com ele fora do ambiente do festival, em um jantar mais tranquilo, me parecia promissora.

— Então, que tipo de lugar você tem em mente para o jantar? — perguntei, tentando soar casual, embora estivesse curiosa.

— Ainda não pensei em nada específico, mas posso garantir que será algo divertido e, quem sabe, um pouco menos caótico do que o festival — respondeu Marc com um sorriso divertido.

Ao nosso redor, o grupo estava em conversas animadas, e o entusiasmo pelo festival ainda estava palpável. Ariana e Hector estavam discutindo animadamente sobre a melhor parte do show, e Luana e Pau estavam contando algumas das histórias mais engraçadas da noite. Mesmo que a tensão entre Ariana e Hector ainda não estivesse completamente resolvida, a atmosfera geral era leve e positiva.

Nos dirigimos a um restaurante próximo que Marc havia ouvido falar. Era um lugar aconchegante e moderno, com uma decoração elegante e um cardápio variado. Quando entramos, o ambiente tranquilo ofereceu um contraste agradável com a agitação do festival.

Sentamos em uma mesa grande, que acomodava todos confortavelmente. O restaurante estava cheio, mas a conversa do grupo se manteve animada e cheia de risos. A comida e as bebidas chegaram rapidamente, e, à medida que todos se serviam, o clima descontraído continuava.

Enquanto conversávamos sobre os eventos da noite, percebi que Marc estava mais próximo de mim do que o habitual. Às vezes, nossos olhares se cruzavam, e havia um brilho nos olhos dele que eu não conseguia definir. Estávamos falando sobre o festival e rindo das situações engraçadas que ocorreram, mas havia uma nova energia entre nós que não conseguia ignorar.

— Joana, você vai ter que nos contar como foi aquela situação do cubículo. — Luana perguntou, dando uma risada. — Marc foi um verdadeiro herói!

— Ah, foi um caos total — respondi, rindo. — Mas no final, foi só mais uma aventura para adicionar à lista.

Marc, sentado ao meu lado, me deu um leve toque no braço. — Eu não sei se você notou, mas o pessoal aqui ainda está se perguntando como você conseguiu ficar presa daquela forma. Alguma ideia para a próxima vez que quiser chamar atenção?

— Vou me lembrar disso — brinquei, e nossos olhares se cruzaram novamente. Havia algo no jeito como ele me olhava que me fazia questionar se havia mais entre nós do que apenas amizade.

Conforme a noite avançava, o jantar foi uma oportunidade para relaxar e conversar mais profundamente. Ariana e Hector pareciam estar mais relaxados e, aos poucos, começaram a resolver as diferenças entre eles. Luana e Pau estavam ocupados compartilhando histórias e risadas, e Marc e eu conversávamos sobre tudo e nada, com uma sensação crescente de conforto e proximidade.

Quando o jantar chegou ao fim, o grupo se levantou e se preparou para sair. Marc se aproximou de mim e, com um sorriso, disse:

— Então, o que você achou da noite? Valeu a pena o "resgate" e o jantar?

Olhei para ele, sentindo uma mistura de sentimentos. — Com certeza, valeu a pena. A noite foi incrível, e eu realmente aprecio o que você fez.

Marc sorriu e, antes que eu pudesse reagir, ele me puxou para um abraço amigável, que rapidamente se transformou em um abraço mais apertado. O contato estava carregado de uma tensão não resolvida, e, por um momento, o tempo parecia desacelerar. A sensação de estar tão perto dele foi reconfortante e, ao mesmo tempo, emocionante.

— Bem, parece que a noite ainda não acabou — disse ele, puxando-me levemente para fora do restaurante. — Vamos dar uma última volta, ver onde a noite nos leva?

Saímos do restaurante juntos, e a noite ainda parecia promissora. Com a companhia dos amigos e a energia da cidade ao nosso redor, havia uma sensação de possibilidades infinitas.

Marc andava a meu lado afirmando que apesar de termos jantado ali, quando voltassemos para Barcelona iríamos ter um jantar só os dois, idalete e Pau Victor incentivaram falando que precisavam do apartamento dela apenas para os dois.