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Joana

Depois de terminarmos o sorvete e deixarmos a praia para trás, nos dirigimos em direção ao parque que Marc sugeriu. Caminhávamos de mãos dadas pelas ruas movimentadas de Barcelona, enquanto o sol começava a suavizar, lançando sombras longas sobre os edifícios antigos e coloridos.

- Você vai adorar o Parc de la Ciutadella - Marc disse, com um brilho nos olhos. - É um dos meus lugares favoritos na cidade. Tranquilo, bonito e com várias coisas para explorar.

- Parece perfeito - respondi, animada com a ideia de descobrir mais um canto especial da cidade ao lado dele.

Enquanto andávamos, eu me perdi nos detalhes da arquitetura que nos cercava. Barcelona tinha uma mistura única de modernidade e história, e cada rua parecia guardar algo novo para descobrir. Chegamos ao parque e fomos imediatamente recebidos pelo som suave da água da grande fonte ao centro. As árvores altas ofereciam uma sombra agradável, e o ar era fresco e doce, preenchido pelo aroma de flores e grama recém-cortada.

- Quer dar uma volta de barco no lago? - Marc perguntou, apontando para os pequenos barcos à remo que deslizavam preguiçosamente pela água.

Sorri, adorando a ideia. - Parece ótimo! Vamos?

Marc foi até a bilheteria enquanto eu observava os pássaros que sobrevoavam o lago. Em poucos minutos, estávamos sentados em um dos barcos, Marc com os remos nas mãos e eu, rindo, tentando manter o equilíbrio. A cada remada, ele sorria, e eu podia ver a satisfação estampada no rosto dele. Era fácil perceber o quanto ele gostava de me mostrar os seus lugares favoritos, de compartilhar os pequenos tesouros que fazia questão de guardar na memória.

- Não sou exatamente um profissional - ele brincou, enquanto o barco se movia lentamente, balançando de leve com as ondulações da água.

- Acho que você está indo muito bem. - Eu ri, apreciando a leveza do momento.

Ficamos em silêncio por um tempo, deixando o som suave das águas preencher o espaço entre nós. Eu me inclinei para trás, sentindo o sol aquecer meu rosto e os ombros, o som das risadas das pessoas ao redor parecia distante, como se estivéssemos em nosso próprio mundo.

- Sabe - Marc disse, interrompendo o silêncio - quando eu era mais novo, costumava vir aqui sempre que precisava pensar ou me sentir em paz. É engraçado como alguns lugares têm o poder de te fazer sentir em casa, não importa onde você esteja.

Eu olhei para ele, sentindo uma onda de carinho crescer dentro de mim. - E agora você está aqui comigo, me mostrando esse lugar tão especial. Isso significa muito, Marc.

Ele sorriu, parecendo um pouco envergonhado. - Eu só queria que você conhecesse a Barcelona que eu amo, e não apenas a cidade turística.

Concordei, tocada pela sinceridade dele. - E estou amando cada pedacinho. Cada detalhe que você me mostra faz a cidade parecer ainda mais viva.

Depois de um tempo no lago, voltamos ao parque e encontramos uma sombra agradável debaixo de uma grande árvore. Sentamos na grama, observando o movimento das pessoas, as famílias fazendo piqueniques, crianças correndo e os casais passeando de mãos dadas. Havia uma tranquilidade naquele lugar que fazia parecer que o tempo passava mais devagar.

- A gente devia fazer isso mais vezes - eu disse, encostando a cabeça no ombro de Marc. - Passar o dia sem planos, sem pressa, só aproveitando o momento.

- Eu concordo completamente - ele respondeu, passando o braço ao redor dos meus ombros, me puxando para mais perto. - Às vezes, estamos tão ocupados que esquecemos de parar e apenas... viver.

Alô-bernalOnde histórias criam vida. Descubra agora