Alô-bernal

11

Joana

O sol mal havia nascido e, enquanto Barcelona despertava, eu já estava de pé, observando as primeiras luzes da cidade entrando pela janela do quarto. Marc ainda dormia ao meu lado, respirando tranquilamente, enquanto a confusão da noite anterior parecia distante, quase irreal. Àquela hora, a cidade era um contraste completo com as Ramblas da noite anterior – silenciosa e calma, como se o ritmo frenético do lugar tivesse sido temporariamente pausado.

Eu me levantei da cama devagar para não acordá-lo e me dirigi à cozinha, onde encontrei Idalete e Pau Victor, ambos ainda meio sonolentos, mas prontos para o dia que começava.

— Bom dia — murmurei, sorrindo ao vê-los já sentados à mesa com xícaras de café.

— Bom dia, dormiu bem? — perguntou Idalete com um sorriso travesso, claramente se referindo ao "show" inesperado da noite passada.

— Acho que dormi o suficiente — respondi, tentando conter a gargalhada. — E vocês? Descansaram depois de... todo o espetáculo?

Pau Victor riu, coçando a nuca, meio sem graça. Idalete deu um leve empurrão nele, brincando.

— O que foi? Não é como se tivéssemos sido os únicos barulhentos na cidade. Barcelona inteira estava vibrante ontem — disse ele, rindo.

Enquanto tomávamos café, o clima descontraído reinava entre nós. Marc apareceu pouco depois, esfregando os olhos e se jogando no sofá.

— Bom dia, preguiçoso — falei, entregando-lhe uma xícara de café.

— Bom dia, gata — ele respondeu com aquele sorriso meio sonolento, mas sempre charmoso. — Parece que o dia promete, hein?

— Com certeza — concordei, sentindo a excitação pelo que viria em Montjuïc e pela Fonte Mágica que visitaríamos mais tarde.

Após o café, todos estavam prontos e saímos, ainda rindo de piadas internas sobre a noite anterior. O dia estava perfeito: o céu azul sem nuvens, e a brisa suave que passava pelas ruas de Barcelona parecia nos guiar com promessas de aventuras.

Montjuïc era imponente à distância, com sua vegetação exuberante e vistas panorâmicas da cidade. Chegar até lá foi fácil, mas a verdadeira beleza estava na sensação de estarmos imersos em um dos pontos mais históricos e culturais de Barcelona. O castelo, os jardins e os museus espalhados pela área só tornavam o lugar mais fascinante.

— Isso é lindo demais — comentou Idalete, maravilhada com a vista. — A cidade parece tão pequena vista daqui de cima.

— Pequena, mas cheia de histórias — acrescentou Marc, ficando ao meu lado enquanto olhávamos para o horizonte. — Você sabia que esse monte foi usado como fortaleza em várias guerras? Uma verdadeira joia da cidade.

Senti o vento acariciar meu rosto enquanto ficávamos ali, contemplando a cidade e, de certa forma, nossas próprias vidas. A viagem estava nos trazendo mais do que apenas momentos turísticos, estava nos conectando de uma maneira profunda, criando laços e memórias que nenhum de nós esqueceria.

Depois de passarmos boa parte do dia explorando Montjuïc, fizemos uma pausa para um almoço rápido em um dos pequenos restaurantes próximos, onde as tapas e os pratos típicos nos lembraram do sabor único de estar em Barcelona. Pau Victor, sempre com seu apetite voraz, parecia disposto a provar de tudo, enquanto Idalete fazia questão de registrar cada momento com fotos.

— Não vai postar essa! — gritou Marc quando ela tirou uma foto de todos nós de boca cheia. Idalete riu e balançou a cabeça.

— Ah, isso vai direto para os stories! — respondeu ela, provocando Marc.