Distância.. ou não?

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Nos dias seguintes, tanto Sarah quanto Samantha tentaram manter as coisas profissionais, mas era impossível ignorar a tensão que parecia sempre presente no ar. As aulas se tornaram uma espécie de jogo de olhares, sorrisos furtivos e momentos de distração, onde ambas se pegavam perdidas nos próprios pensamentos.

Jenna, sempre atenta, logo percebeu a mudança no comportamento de Samantha. Durante um dos intervalos, enquanto tomavam café no campus, ela decidiu confrontar a amiga.

— Sam, o que tá rolando entre você e a professora Sarah? — perguntou Jenna, com um olhar desconfiado.

Samantha hesitou por um momento, tomando um gole do café para ganhar tempo.

— Não tá rolando nada, Jenna. Só estamos nos dando bem, sabe? Conversando sobre coisas além das aulas.

Jenna riu, balançando a cabeça.

— Ah, por favor! Eu te conheço, Sam. Tem algo mais aí. E eu só quero ter certeza de que você não vai se machucar com isso. Ela é sua professora, afinal.

Samantha suspirou, sabia que Jenna tinha razão. Mas os sentimentos que estavam crescendo dentro dela eram difíceis de controlar.

— Eu sei que é complicado... mas não consigo evitar. Tem algo nela que me atrai de uma forma que nunca senti antes. Não sei o que fazer.

Jenna olhou para a amiga com um misto de preocupação e compreensão.

— Só tome cuidado, tá? Não quero que isso te prejudique de alguma forma.

Samantha assentiu, prometendo a si mesma que manteria as coisas sob controle. Mas, no fundo, sabia que já estava envolvida demais para voltar atrás.

Enquanto isso, Sarah tentava seguir sua rotina normal, mas os pensamentos sobre Samantha a assombravam. Ela sabia que estava ultrapassando limites, mas, ao mesmo tempo, havia algo irresistível naquela conexão. Uma tarde, após uma reunião exaustiva com outros professores, Sarah decidiu enviar uma mensagem para Samantha, uma mensagem simples, mas carregada de intenções:

"Podemos conversar depois da aula hoje? Preciso de uma distração."

Samantha, ao ler a mensagem, sentiu uma onda de excitação passar por seu corpo. Ela sabia que aquela "distração" poderia significar muitas coisas, e seu coração acelerou com as possibilidades. Ela respondeu rapidamente:

"Claro, professora. Onde nos encontramos?"

"Na minha sala. Às 18h."

Quando o horário marcado chegou, Samantha caminhou até a sala de Sarah, o nervosismo crescendo dentro dela a cada passo. Quando entrou, encontrou Sarah sentada em sua mesa, os olhos fixos na tela do computador. Ao ouvir a porta se fechar, Sarah levantou o olhar e sorriu.

— Samantha, obrigada por vir. — Ela gesticulou para que Samantha se sentasse na cadeira em frente à mesa.

— Claro, professora. Você disse que precisava de uma distração — respondeu Samantha, com um sorriso nervoso.

Sarah se levantou, caminhando até a janela da sala e olhando para fora. Ela parecia perdida em pensamentos por alguns segundos antes de se virar para encarar Samantha.

— Preciso admitir algo, Samantha. Tenho tentado ignorar isso, mas... tem sido difícil. Eu sinto algo por você, algo que vai além do que deveria como sua professora.

Samantha sentiu seu coração disparar com aquelas palavras. Era como se o que ela tanto desejava estivesse se tornando realidade.

— Eu também sinto o mesmo, Sarah. Não consigo parar de pensar em você... — confessou Samantha, sua voz quase um sussurro.

Sarah deu alguns passos em direção a Samantha, parando a poucos centímetros dela. O ar estava carregado de tensão, e ambas sabiam que aquele era o momento em que poderiam cruzar a linha que tanto evitavam. Sarah estendeu a mão, tocando levemente o rosto de Samantha.

— Isso é errado, Samantha. Mas, ao mesmo tempo, parece tão certo... — murmurou Sarah, enquanto seu olhar fixava-se nos lábios de Samantha.

Samantha, tomada pela coragem do momento, levantou-se da cadeira e aproximou-se ainda mais de Sarah. Com um gesto suave, ela levou a mão ao rosto da professora, acariciando sua pele com carinho.

— Às vezes, o que é certo nem sempre segue as regras... — sussurrou Samantha, inclinando-se levemente, seus lábios quase tocando os de Sarah.

Por um breve segundo, tudo ficou em silêncio. Então, finalmente, elas cederam ao desejo que as consumia. O beijo foi lento, hesitante no início, mas logo se tornou mais intenso, cheio de sentimentos reprimidos e ansiedades finalmente libertadas.

Quando se separaram, ambas estavam ofegantes, seus corações batendo descompassados. Sarah olhou para Samantha, seus olhos brilhando com uma mistura de desejo e incerteza.

— Isso... não pode acontecer de novo, Samantha. Eu preciso proteger você, proteger a nós duas. — Sua voz era firme, mas havia uma dor evidente em suas palavras.

Samantha assentiu, embora parte dela quisesse mais. Ela sabia que aquilo era complicado, mas também sabia que o que sentia por Sarah não desapareceria tão facilmente.

— Eu entendo, professora. Mas acho que vai ser difícil ignorar isso agora...

Sarah suspirou, sentindo o peso da situação. Sabia que teria que ser forte, que precisaria encontrar uma maneira de equilibrar o que sentia com suas responsabilidades. Mas, naquele momento, tudo o que conseguia pensar era em como aquele beijo a fez sentir viva novamente.

Enquanto Samantha saía da sala, um novo capítulo se abria na vida de ambas, um capítulo cheio de incertezas, desejos e dilemas que elas teriam que enfrentar juntas, de uma forma ou de outra.

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A professora de literatura.- S.B e S.HOnde histórias criam vida. Descubra agora