Ciúmes.

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Alguns dias se passaram desde a conversa decisiva entre Sarah e Samantha. Ambas estavam tentando seguir em frente, mas o peso do que haviam sentido uma pela outra ainda pairava sobre elas, e Sarah, especialmente, estava tendo dificuldades para manter o controle de suas emoções. Ela se esforçava para ser profissional e distante, mas o pensamento de Samantha continuava a invadir sua mente.

Em um dia ensolarado, Sarah estava caminhando pelo campus durante o intervalo entre as aulas quando, à distância, avistou Samantha. Ela estava rindo e conversando com uma de suas amigas, uma garota alta e atlética chamada Evellyn, que fazia parte do time de vôlei da faculdade. Evellyn era conhecida por ser extrovertida e sempre cercada de amigos.

Enquanto observava as duas de longe, Sarah congelou ao ver Evellyn, em um gesto brincalhão, pegar Samantha no colo. Samantha soltou uma risada alta, claramente se divertindo com a situação, e se agarrou ao pescoço de Evellyn, enquanto esta a balançava de um lado para o outro, fingindo que iria soltá-la.

O coração de Sarah apertou instantaneamente. Uma onda de ciúmes atravessou seu corpo antes que ela pudesse controlá-la. Ela tentou se convencer de que aquilo não significava nada - era apenas uma brincadeira entre amigas -, mas a visão de Samantha tão à vontade nos braços de outra pessoa a incomodou de uma maneira que ela não esperava.

Sarah desviou o olhar, tentando se concentrar no que precisava fazer, mas a cena continuava a se repetir em sua mente. Ela sabia que estava sendo irracional, que não tinha o direito de se sentir assim, mas o ciúme era algo difícil de controlar.

Naquela tarde, quando Samantha entrou em sua sala para uma reunião de rotina, Sarah tentou agir de forma normal, mas não conseguiu esconder totalmente o desconforto.

- Professora, está tudo bem? - perguntou Samantha, percebendo que Sarah parecia distante.

Sarah forçou um sorriso, tentando mascarar seus sentimentos.

- Está tudo bem, Samantha. Só... tive um dia longo. - Ela fez uma pausa, antes de perguntar casualmente: - Eu vi você mais cedo com... sua amiga Evellyn, certo? Pareciam estar se divertindo.

Samantha sorriu, lembrando-se do momento divertido.

- Ah, sim. Evellyn é uma das minhas melhores amigas. Ela gosta de me provocar. Estávamos só brincando.

Embora Samantha estivesse falando de forma despreocupada, Sarah não conseguiu impedir o tom mais frio em sua resposta.

- Parece que vocês são bem próximas.

Samantha notou a mudança sutil no tom de Sarah e estreitou os olhos, curiosa.

- Professora, você... está com ciúmes? - perguntou ela, quase em um tom provocador.

Sarah se endireitou imediatamente, tentando negar.

- Não, claro que não. Eu só... fiquei surpresa, só isso.

Samantha sorriu, notando o desconforto de Sarah. Ela se aproximou, sentindo que havia algo mais por trás das palavras da professora.

- Sarah... você sabe que não tem motivo para isso, certo? Evellyn é apenas uma amiga. - Samantha fez uma pausa, observando a expressão da professora suavizar um pouco. - Se eu tivesse a chance, estaria passando meu tempo com você.

Sarah ficou em silêncio por um momento, processando as palavras de Samantha. Ela sabia que estava agindo de forma irracional, mas ouvir isso de Samantha trouxe um pequeno alívio.

- Desculpe, Samantha. Acho que só foi um momento de fraqueza. Eu... realmente preciso aprender a controlar melhor meus sentimentos.

Samantha deu um passo mais próximo, suas vozes agora em um tom mais baixo e íntimo.

- Não se desculpe, Sarah. Isso só mostra que você ainda se importa. E... eu também. Mesmo que as coisas sejam complicadas.

Sarah olhou para Samantha, seus olhos revelando uma mistura de desejo e dor. Ela sabia que o que estava acontecendo entre elas era perigoso, mas, ao mesmo tempo, era impossível ignorar a conexão que ainda sentiam.

- Eu me importo, Samantha. Mais do que deveria - admitiu Sarah, finalmente soltando o que estava guardando dentro de si.

Samantha sorriu suavemente, sentindo o mesmo conflito. Ela sabia que o ciúme de Sarah era um reflexo de algo mais profundo, e embora a situação fosse complicada, o fato de que Sarah ainda estava envolvida a confortava de alguma forma.

- Talvez não possamos mudar o que sentimos, Sarah. Mas podemos encontrar uma maneira de lidar com isso, juntas. Mesmo que seja difícil.

Sarah assentiu, sabendo que precisaria continuar sendo forte. Ela não podia ceder ao ciúme, mas, ao mesmo tempo, não conseguia evitar o que sentia por Samantha. Naquele momento, ela percebeu que, independentemente do que acontecesse, as duas teriam que encontrar uma maneira de navegar por esse terreno complicado, com honestidade e cuidado.

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A professora de literatura.- S.B e S.HOnde histórias criam vida. Descubra agora