Depois que Sarah saiu, Samantha tentou se distrair para passar o tempo. Ela se levantou da cama, ainda sentindo a necessidade de proximidade e carinho, e foi até a sala. Olhando para o sofá vazio, o sentimento de solidão a atingiu mais forte do que antes.
Para tentar se acalmar, ela ligou a TV e começou a procurar algo para assistir. Passando pelos canais, acabou encontrando um desenho animado que costumava assistir quando era mais nova. Ela hesitou por um momento, mas depois decidiu deixar o desenho rodar. Talvez aquilo ajudasse a aliviar um pouco a carência.
Conforme o desenho avançava, Samantha começou a se envolver mais com a história, rindo das cenas bobas e se sentindo mais leve. Aos poucos, sua mente foi se afastando da realidade e ela começou a entrar em um estado mais infantil, onde o mundo parecia mais simples e reconfortante.
Samantha se encolheu no sofá, abraçando uma almofada como se fosse um bichinho de pelúcia. A segurança que o desenho trazia ajudava a preencher o vazio deixado pela ausência de Sarah. Ela começou a balançar os pés de leve, totalmente envolvida no programa.
Por alguns momentos, Samantha esqueceu completamente de tudo o que a estava incomodando. Ali, sozinha na sala, assistindo ao desenho, ela se permitiu ser uma versão mais leve de si mesma, mais inocente e despreocupada.
Enquanto ria de uma piada boba do desenho, Samantha se sentiu um pouco melhor. Mesmo que ainda quisesse muito estar com Sarah, aquele momento infantil estava ajudando a lidar com a carência de uma maneira diferente.
Samantha ficou cada vez mais imersa no desenho, sentindo-se cada vez mais confortável em sua versão mais infantil. Ela pegou um cobertor no sofá e se enrolou nele, como se estivesse criando um pequeno casulo de segurança ao seu redor. A carência ainda estava presente, mas assistir ao desenho a fazia sentir-se mais acolhida, como se estivesse em um mundo onde nada pudesse machucá-la.
Em certo momento, Samantha começou a falar sozinha, comentando sobre os personagens do desenho de uma maneira descontraída, quase como uma criança que se envolve completamente no que está assistindo.
— Ele é tão bobo... — disse, com um sorriso nos lábios. — Mas é engraçado... Não é, senhor cobertor?
Ela riu de si mesma, mas não parou. Abraçando o cobertor mais forte, ela se permitiu esquecer de qualquer preocupação adulta. Mesmo que Sarah não estivesse ali, ela sabia que, mais tarde, poderia contar sobre o desenho e Sarah entenderia essa parte dela, essa parte que precisava de carinho e de uma simplicidade infantil para se sentir bem.
Conforme o tempo passava, a sensação de solidão diminuía um pouco, mas Samantha ainda sentia falta de Sarah. Ela queria compartilhar aquele momento infantil com ela, queria que Sarah estivesse ali para rir com ela e lhe fazer companhia. Mas, por enquanto, o desenho servia como um escape, uma forma de lidar com a carência de uma maneira que fazia sentido para ela.
Samantha se deitou no sofá, ainda enrolada no cobertor, com os olhos fixos na TV. Ela sabia que estava se comportando de uma maneira infantil, mas, naquele momento, não se importava. Tudo o que queria era continuar naquele pequeno mundo de desenhos e conforto até que Sarah voltasse para casa.
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A professora de literatura.- S.B e S.H
FanfictionEm uma universidade, a jovem Samantha, de 18 anos, é uma aluna dedicada, mas sente-se perdida em meio aos desafios acadêmicos e pessoais. Sua vida ganha uma nova perspectiva quando ela conhece Sarah, uma professora de literatura de 27 anos, cuja pai...